Conhecer Dom Bosco: Os jovens, mestres de Dom Bosco e dos Salesianos

Sábado, 03 Novembro 2012 12:35 Escrito por 
  A extraordinária “comunidade narrativa” que é a Família Salesiana nasce de um sonho que tem o sabor evangélico de Marcos 9,36-37: “Jesus pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: ‘Quem acolher em meu nome uma destas crianças, estará acolhendo a mim mesmo. E quem me acolher, estará acolhendo, não a mim, mas Àquele que me enviou’”.   Os jovens não são apenas “destinatários”, mas elemento dinâmico essencial para a Família Salesiana. A história salesiana demonstra que o trabalho entre os jovens pobres e abandonados, destinatários privilegiados, atrai as bênçãos de Deus, é fonte de fecundidade carismática e religiosa, de fecundidade vocacional, de regeneração da fraternidade nas comunidades, é o segredo do frescor e do sucesso das obras.  

Dom Bosco é interpelado por Deus por meio dos jovens: aqueles trancados nos cárceres turinenses, os encontrados pelas ruas, praças e campos das periferias turinenses, aqueles que batem à sua porta para ter pão e abrigo, os encontrados nas escolas populares da cidade aonde é chamado para o ministério.

“Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus’” (Mateus 18,2-3). Frase difícil de tomar à letra, sobretudo por quem é cotidianamente exasperado pela convivência com tiranos em formato reduzido. As crianças têm, de fato, alguma coisa a nos ensinar?

Dom Bosco aprende dos jovens: alguns aspectos característicos do Sistema Preventivo são fruto da frequentação do seu mundo e da participação de vida, sentimentos, anseios; algumas notas qualificadoras da espiritualidade juvenil de Dom Bosco são tiradas do conhecimento do espírito juvenil e da descoberta das alturas às quais eles podem chegar; algumas características carismáticas do espírito salesiano provêm justamente da sintonia com o mundo juvenil.

 

O que os pequenos nos ensinam

A atividade de educador pode ser uma condenação à escravidão e à neurose ou uma viagem entusiasmante que enriquece e transforma. Um dos elementos que faz a diferença é a disponibilidade para aprender. Normalmente os educadores pensam no que podem ensinar aos seus destinatários. De vez em quando devem perguntar-se o que podem aprender deles.

A ação de educador não é um extenuante suscitar de atividades e intervenções práticas, mas um caminho espiritual: uma sucessão de experiências que revelam, aos poucos, o sentido profundo da vida e da pessoa.

 

Porque são eles os mais próximos às fontes da vida.

Ser educador é uma escola na qual se aprende mais do que se consiga ensinar. Desde que, naturalmente, se queira aceitá-lo. Será fácil descobrir que olhar para os jovens é melhor do que olhar para a televisão ou navegar pelo Google. É mais instrutivo.

 

O crescimento permanente – Os jovens “obrigam” os educadores a se conhecerem a fundo: eles têm um talento extraordinário para desintegrar os papéis e chegar à “carne viva”. Pode-se mentir aos adultos com alguma esperança de sucesso; mentir a uma criança é impossível. As crianças percebem as emoções e as manifestam com absoluta espontaneidade.

Isso provoca nos educadores um forte crescimento no sentido de responsabilidade e a necessidade de uma sempre maior capacidade de autocontrole. Também a mente é estimulada e um educador é obrigado a desenvolver prontidão de espírito, inteligência do coração, inventiva.

A atenção – As crianças desejam a presença do educador. Não um simples “estar ali”: querem a atenção total, indivisa, sem julgamentos ou expectativas. Estar presente significa estar disponível. Uma atenção pura, que não invade e não dirige, mas está intensamente presente, e basta.

O respeito e a paciência – Os filhos reais jamais são semelhantes aos sonhados e esperados. Rebelam-se às expectativas que os impedem de crescer segundo as leis internas do seu ser. Têm ritmo próprio, um projeto interior, inclinações originais. Dom Bosco dizia: “Deixai aos jovens plena liberdade de fazer as coisas que mais lhes agradam... E, como cada um faz com prazer o que sabe que pode fazer, eu me regulo por esse princípio, e todos os meus alunos agem, não só com as atividades, mas com o amor” (MB XVII, 75).

Ele dizia: “Dê-se comodidade aos alunos para que expressem livremente os seus pensamentos”. E insistia: “Escutem-nos, deixem-nos falar muito”. E ele deu exemplo disso: “Não obstante suas muitas e importantes ocupações, estava sempre pronto para acolher no seu escritório, com um coração de pai, os jovens que lhe pediam uma conversa particular. Mais ainda, queria que o tratassem com grande familiaridade e jamais se lamentava da indiscrição com que, às vezes, era importunado por eles. Deixava a todos plena liberdade... recebia-os com o mesmo respeito com que tratava as pessoas importantes. Convidava-os a se sentarem na poltrona, enquanto ele ficava à mesa, e ouvia-os com a maior atenção. Às vezes, levantava-se, ou caminhava com eles pelo escritório. Concluído o colóquio, acompanhava-os até o limiar, abria-lhes ele mesmo a porta, e despedia-se dizendo: – Sejamos sempre amigos!” (MB VI, 438-439).

A felicidade e a gratidão pela vida – Os jovens são o investimento mais importante no campo da realização e da felicidade pessoal. São uma missão, às vezes árdua, mas também uma bênção. A vida com os jovens pode ser de grande trabalheira, mas que profunda felicidade pode gerar uma jovem pessoa que amadurece entregando-se a nós com toda a confiança do mundo!

 

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Última modificação em Segunda, 03 Dezembro 2012 09:27

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Conhecer Dom Bosco: Os jovens, mestres de Dom Bosco e dos Salesianos

Sábado, 03 Novembro 2012 12:35 Escrito por 
  A extraordinária “comunidade narrativa” que é a Família Salesiana nasce de um sonho que tem o sabor evangélico de Marcos 9,36-37: “Jesus pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: ‘Quem acolher em meu nome uma destas crianças, estará acolhendo a mim mesmo. E quem me acolher, estará acolhendo, não a mim, mas Àquele que me enviou’”.   Os jovens não são apenas “destinatários”, mas elemento dinâmico essencial para a Família Salesiana. A história salesiana demonstra que o trabalho entre os jovens pobres e abandonados, destinatários privilegiados, atrai as bênçãos de Deus, é fonte de fecundidade carismática e religiosa, de fecundidade vocacional, de regeneração da fraternidade nas comunidades, é o segredo do frescor e do sucesso das obras.  

Dom Bosco é interpelado por Deus por meio dos jovens: aqueles trancados nos cárceres turinenses, os encontrados pelas ruas, praças e campos das periferias turinenses, aqueles que batem à sua porta para ter pão e abrigo, os encontrados nas escolas populares da cidade aonde é chamado para o ministério.

“Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: ‘Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus’” (Mateus 18,2-3). Frase difícil de tomar à letra, sobretudo por quem é cotidianamente exasperado pela convivência com tiranos em formato reduzido. As crianças têm, de fato, alguma coisa a nos ensinar?

Dom Bosco aprende dos jovens: alguns aspectos característicos do Sistema Preventivo são fruto da frequentação do seu mundo e da participação de vida, sentimentos, anseios; algumas notas qualificadoras da espiritualidade juvenil de Dom Bosco são tiradas do conhecimento do espírito juvenil e da descoberta das alturas às quais eles podem chegar; algumas características carismáticas do espírito salesiano provêm justamente da sintonia com o mundo juvenil.

 

O que os pequenos nos ensinam

A atividade de educador pode ser uma condenação à escravidão e à neurose ou uma viagem entusiasmante que enriquece e transforma. Um dos elementos que faz a diferença é a disponibilidade para aprender. Normalmente os educadores pensam no que podem ensinar aos seus destinatários. De vez em quando devem perguntar-se o que podem aprender deles.

A ação de educador não é um extenuante suscitar de atividades e intervenções práticas, mas um caminho espiritual: uma sucessão de experiências que revelam, aos poucos, o sentido profundo da vida e da pessoa.

 

Porque são eles os mais próximos às fontes da vida.

Ser educador é uma escola na qual se aprende mais do que se consiga ensinar. Desde que, naturalmente, se queira aceitá-lo. Será fácil descobrir que olhar para os jovens é melhor do que olhar para a televisão ou navegar pelo Google. É mais instrutivo.

 

O crescimento permanente – Os jovens “obrigam” os educadores a se conhecerem a fundo: eles têm um talento extraordinário para desintegrar os papéis e chegar à “carne viva”. Pode-se mentir aos adultos com alguma esperança de sucesso; mentir a uma criança é impossível. As crianças percebem as emoções e as manifestam com absoluta espontaneidade.

Isso provoca nos educadores um forte crescimento no sentido de responsabilidade e a necessidade de uma sempre maior capacidade de autocontrole. Também a mente é estimulada e um educador é obrigado a desenvolver prontidão de espírito, inteligência do coração, inventiva.

A atenção – As crianças desejam a presença do educador. Não um simples “estar ali”: querem a atenção total, indivisa, sem julgamentos ou expectativas. Estar presente significa estar disponível. Uma atenção pura, que não invade e não dirige, mas está intensamente presente, e basta.

O respeito e a paciência – Os filhos reais jamais são semelhantes aos sonhados e esperados. Rebelam-se às expectativas que os impedem de crescer segundo as leis internas do seu ser. Têm ritmo próprio, um projeto interior, inclinações originais. Dom Bosco dizia: “Deixai aos jovens plena liberdade de fazer as coisas que mais lhes agradam... E, como cada um faz com prazer o que sabe que pode fazer, eu me regulo por esse princípio, e todos os meus alunos agem, não só com as atividades, mas com o amor” (MB XVII, 75).

Ele dizia: “Dê-se comodidade aos alunos para que expressem livremente os seus pensamentos”. E insistia: “Escutem-nos, deixem-nos falar muito”. E ele deu exemplo disso: “Não obstante suas muitas e importantes ocupações, estava sempre pronto para acolher no seu escritório, com um coração de pai, os jovens que lhe pediam uma conversa particular. Mais ainda, queria que o tratassem com grande familiaridade e jamais se lamentava da indiscrição com que, às vezes, era importunado por eles. Deixava a todos plena liberdade... recebia-os com o mesmo respeito com que tratava as pessoas importantes. Convidava-os a se sentarem na poltrona, enquanto ele ficava à mesa, e ouvia-os com a maior atenção. Às vezes, levantava-se, ou caminhava com eles pelo escritório. Concluído o colóquio, acompanhava-os até o limiar, abria-lhes ele mesmo a porta, e despedia-se dizendo: – Sejamos sempre amigos!” (MB VI, 438-439).

A felicidade e a gratidão pela vida – Os jovens são o investimento mais importante no campo da realização e da felicidade pessoal. São uma missão, às vezes árdua, mas também uma bênção. A vida com os jovens pode ser de grande trabalheira, mas que profunda felicidade pode gerar uma jovem pessoa que amadurece entregando-se a nós com toda a confiança do mundo!

 

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