O futuro da vida religiosa

Segunda, 13 Abril 2015 22:11 Escrito por  Ir. Quitéria Rosa
“Transmitir conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores. Por meio destes pilares se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus Cristo a uma geração que está mudando” (Papa Francisco).

Quando o Papa Francisco anunciou que 2015 seria o Ano da Vida Cosagrada, em seu pronunciamento, ele relacionou alguns dos desafios próprios à missão dos consagrados. As prioridades residem nas realidades de exclusão, na preferência pelos mais pobres. E deu especial destaque à importância da evangelização no âmbito da educação, nas escolas e universidades.

Vivemos hoje sob o paradigma da complexidade. Há sempre muitas faces e muitas possibilidades. Tempo que se caracteriza: pelo pluralismo em suas várias dimensões, pela fragmentação, pela experiência do não lugar como novo lugar, pela falta de uma unidade de referência.

O mundo pulsa em constante mudança. Frente a esses obstáculos destaca-se o avanço acelerado das novas tecnologias, que traz consigo a revolução dos relacionamentos entre indivíduos e, em alguns casos na vida dos cristãos, o enfraquecimento da mística. Neste cenário está a vida consagrada, que também sofre as consequências dessa revolução. Sua missão é dar consistência à nova identidade que integre esta época.

 

Nova configuração da vida religiosa

Atualmente fala-se de “nova configuração da vida religiosa”, uma forma de atualizar o carisma sem se distanciar das origens e, sim, fortalecer a experiência carismática no momento presente da História, testemunhando e transmitindo a alegria e a felicidade da fé vivida em comunidade.

Não é possível viver da mesma forma como vivíamos no passado: temos de aprender a andar e a falar em uma outra lógica que a vida nos impõe atualmente.

Nossos desafios são enormes porque nos confrontamos com novos paradigmas e nossos velhos conceitos já não dão conta de responder às inquietudes da vida humana.Nossas antigas certezas foram substituídas pelas dúvidas e as nossas verdades, por novas interrogações. “Nossa capacidade de responder é menor do que as nossas perguntas”, estamos diante de projetos que vão redimensionar a vida humana, a nossa compreensão sobre Deus e a própria realidade da dinâmica da vida.

 

Três objetivos

Acredita-se que a vida consagrada só terá um futuro promissor se for vivenciada de forma intensa, com coerência, testemunho na missão por parte das pessoas que foram chamadas a viver o Evangelho com radicalidade. Lembrando que o Papa Francisco, ao anunciar o Ano da Vida Consagrada, indica aos religiosos três objetivos para a realização da própria vocação: “olhar para o passado com gratidão”, para manter viva a própria identidade, sem fechar os olhos diante das incoerências, resultado das fraquezas humanas; “viver o presente com paixão”, vivendo o Evangelho a fundo e com espírito de comunhão; “abraçar o futuro com esperança”, sem perder a coragem diante das inúmeras dificuldades que se encontrarão ao longo da vida consagrada.

Somente o encanto, a alegria e o entusiasmo no seguimento de Cristo, assumidos por todos os consagrados e todas as consagradas na sua existência como discípulos/as missionários/as, constituirão certamente o fermento e atração de novas vocações à vida consagrada. Para que isso aconteça é urgente manter os olhos fixos em Jesus, essa sim é a certeza de um futuro feliz.

Ir.Quitéria Rosa, FMA, é delegada de Comunicação na Inspetoria Maria Auxiliadora - BRE

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Última modificação em Quarta, 03 Julho 2024 17:24

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O futuro da vida religiosa

Segunda, 13 Abril 2015 22:11 Escrito por  Ir. Quitéria Rosa
“Transmitir conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores. Por meio destes pilares se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus Cristo a uma geração que está mudando” (Papa Francisco).

Quando o Papa Francisco anunciou que 2015 seria o Ano da Vida Cosagrada, em seu pronunciamento, ele relacionou alguns dos desafios próprios à missão dos consagrados. As prioridades residem nas realidades de exclusão, na preferência pelos mais pobres. E deu especial destaque à importância da evangelização no âmbito da educação, nas escolas e universidades.

Vivemos hoje sob o paradigma da complexidade. Há sempre muitas faces e muitas possibilidades. Tempo que se caracteriza: pelo pluralismo em suas várias dimensões, pela fragmentação, pela experiência do não lugar como novo lugar, pela falta de uma unidade de referência.

O mundo pulsa em constante mudança. Frente a esses obstáculos destaca-se o avanço acelerado das novas tecnologias, que traz consigo a revolução dos relacionamentos entre indivíduos e, em alguns casos na vida dos cristãos, o enfraquecimento da mística. Neste cenário está a vida consagrada, que também sofre as consequências dessa revolução. Sua missão é dar consistência à nova identidade que integre esta época.

 

Nova configuração da vida religiosa

Atualmente fala-se de “nova configuração da vida religiosa”, uma forma de atualizar o carisma sem se distanciar das origens e, sim, fortalecer a experiência carismática no momento presente da História, testemunhando e transmitindo a alegria e a felicidade da fé vivida em comunidade.

Não é possível viver da mesma forma como vivíamos no passado: temos de aprender a andar e a falar em uma outra lógica que a vida nos impõe atualmente.

Nossos desafios são enormes porque nos confrontamos com novos paradigmas e nossos velhos conceitos já não dão conta de responder às inquietudes da vida humana.Nossas antigas certezas foram substituídas pelas dúvidas e as nossas verdades, por novas interrogações. “Nossa capacidade de responder é menor do que as nossas perguntas”, estamos diante de projetos que vão redimensionar a vida humana, a nossa compreensão sobre Deus e a própria realidade da dinâmica da vida.

 

Três objetivos

Acredita-se que a vida consagrada só terá um futuro promissor se for vivenciada de forma intensa, com coerência, testemunho na missão por parte das pessoas que foram chamadas a viver o Evangelho com radicalidade. Lembrando que o Papa Francisco, ao anunciar o Ano da Vida Consagrada, indica aos religiosos três objetivos para a realização da própria vocação: “olhar para o passado com gratidão”, para manter viva a própria identidade, sem fechar os olhos diante das incoerências, resultado das fraquezas humanas; “viver o presente com paixão”, vivendo o Evangelho a fundo e com espírito de comunhão; “abraçar o futuro com esperança”, sem perder a coragem diante das inúmeras dificuldades que se encontrarão ao longo da vida consagrada.

Somente o encanto, a alegria e o entusiasmo no seguimento de Cristo, assumidos por todos os consagrados e todas as consagradas na sua existência como discípulos/as missionários/as, constituirão certamente o fermento e atração de novas vocações à vida consagrada. Para que isso aconteça é urgente manter os olhos fixos em Jesus, essa sim é a certeza de um futuro feliz.

Ir.Quitéria Rosa, FMA, é delegada de Comunicação na Inspetoria Maria Auxiliadora - BRE

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