Para marcar o início da Campanha e o início de Tempo Quaresmal, às 9h, foi celebrada, na capela Nossa Senhora Aparecida, na sede da CNBB, uma missa presidida pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da entidade, dom Ricardo Hoepers, e concelebrada por padres e assessores da instituição.
A cerimônia de abertura da CF, realizada no auditório dom Hélder Câmara, contou a apresentação do jornalista da Assessoria de Comunicação da CNBB, Luiz Lopes e foi transmitida pela televisão de inspiração católica Rede Vida e retransmitida pelas tvs TVs Canção Nova Plus, Evangelizar, Imaculada, Pai Eterno, Século 21, Nazaré e teve a cobertura da TV Aparecida e Canção Nova.
Falaram na abertura, o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, o assessor do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Paul Hansen, a representante do Instituto Promocional Madalena Caputo (Congregação São João Batista), irmã Eliane Viana de Oliveira, o cristão leigo que assessorou a Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, e uma a mãe de um educando do projeto do Instituo Madalena Caputo e seu filho.
60 anos da CF
O assessor do Setor de Campanhas, padre Jean Paul, explicou que o tema e o lema da campanha deste ano, que marca os 60 anos da sua realização nacionalmente, foi escolhido há dois anos pelo episcopado.
“Em 2022, tocava o coração dos nossos bispos a realidade do povo brasileiro dividido e polarizado, com o crescimento da indiferença e do ódio, mas também o rico magistério do Papa Francisco que apresentou ao mundo a ideia da Amizade Social expressa em sua encíclica Fratelli Tutti”, disse.
“É desejo de nossos bispos que essa Campanha da Fraternidade seja curadora das nossas relações e que aproveitemos a amizade social para estabelecer novas relações crescendo e nos convertendo, cada vez mais, à fraternidade universal”, ressaltou padre Jean.
Um novo sonho de fraternidade
O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo, reforçou, após fazer memória agradecida do contexto de criação da CF, no período do Concílio Vaticano II, que a campanha completa 60 anos de uma vivência eclesial em busca da conversão pessoal, comunitária e social, com propostas que unem todas as dioceses e nação inteira.
“São 60 anos de solidariedade e de projetos que salvaram e transformaram vidas. 60 anos de coragem evangélica para anunciar e denunciar as injustiças. Sessenta anos de comprometimento com projetos quaresmais e de gratidão pela unidade e perseverança de todas as dioceses, paróquias e comunidades que vivem com amor e intensidade a CF durante a Quaresma”, afirmou.
Dom Ricardo ressaltou que a Campanha acontece no contexto de comunhão, participação e missão do Sínodo dos Bispos e na preparação do Jubileu 2025 que convida a todos a ser peregrinos da Esperança. “Estamos aqui para anunciar ao mundo em boa e alta voz: em Cristo, somos irmãos e irmãs. Em Cristo, somos Igreja viva, a caminho do Reino definitivo. Em Cristo, queremos mais uma vez vivenciar este tempo de graça, conversão e mudança de vida, de morrer do pecado e ressuscitarmos na Páscoa do Senhor”, disse.
Após apresentar uma breve síntese do Texto-Base da campanha, dom Ricardo convidou a todos a alargar o espaço da tenda (Is 54,2) e, em referência à Encíclica Fratelli Tutti, reforçou ser necessário diante das “várias formas atuais de eliminar ou ignorar os outros, sermos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras”.
O secretário-geral da CNBB convidou a todos a começar pela cura das feridas da inimizade e discórdia com a reconciliação nas famílias, nas comunidades eclesiais e em toda a Igreja no Brasil. “Extrapolando os nossos muros, é necessário anunciar o amor, a reconciliação, a justiça, o respeito e a paz no âmbito da sociedade, pois Deus nos criou a todos com a mesma dignidade, à sua imagem e semelhança”, disse.
Após a fala de dom Ricardo foi apresentada, em vídeo com narração do jornalista Silvonei Protz, da Rádio Vaticano, a mensagem do Papa Francisco enviada especialmente para a Campanha da Fraternidade 2024.
Projeto apoiado pelo Fundo Nacional de Solidariedade
A representante do Instituto Promocional Madalena Caputo (Congregação São João Batista), irmã Eliane Viana de Oliveira, agradeceu a doação ao projeto “Alimentar é ato de amor e esperança”, de Brasília, com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) oriundos da Coleta Nacional da Solidariedade 2023, gesto concreto da Campanha da Fraternidade.
Segundo a religiosa, o projeto proporcionou não apenas alimento físico mas a possibilidade de seus educandos se sentirem dignos e cultivarem a esperança. “Estávamos há dois meses sem receber repasses, íamos ter que fechar a instituição e aí chegou o apoio como um ato de amor da Campanha da Fraternidade”, reforçou. Uma das mães beneficiadas pelo projeto também agradeceu o apoio do Fundo Nacional da Solidariedade em nome das mães e dos filhos beneficiados pelo projeto.