O evento, que teve início no dia 4 de outubro, no Vaticano, reuniu cardeais, bispos, leigos, religiosos, especialistas, irmãos e irmãs de outras confissões cristãs. Todos em torno do Papa na Basílica do Vaticano, lotada pela presença de cinco mil fiéis, para celebrar o final feliz de um percurso de quatro semanas.
“Hoje não vemos o fruto completo deste processo, mas podemos olhar para o horizonte que se abre diante de nós: o Senhor deverá guiar e ajudar todos "a ser Igreja mais sinodal e missionária, que adora a Deus e serve as mulheres e os homens do nosso tempo, saindo para levar a todos a alegria consoladora do Evangelho", disse o Papa.
Servir e anunciar, mas também acolher, adorar, amar. Acima de tudo “amar”, diz o Pontífice na sua reflexão intercalada com citações do cardeal Martini e de São João Crisóstomo, porque o “amor” é o primeiro mandamento, o “centro motor”, o “princípio inspirador”. “Não os cálculos humanos, não as modas do mundo”, não a “idolatria” que parece oferecer a vida quando, em vez disso, pedem a vida em troca: “Amar a Deus com toda a vida e amar o próximo como a si mesmo”, afirmou Francisco.
Posteriormente, o Papa falou que devemos sempre lutar contra as idolatrias: tanto as mundanas, quanto as disfarçadas de espiritualidade.
“A Igreja seja adoradora! Adore-se o Senhor em cada diocese, em cada paróquia, em cada comunidade! Porque só assim nos voltaremos para Jesus, e não para nós mesmos...", disse também o Pontífice.
O segundo verbo que o Papa cita é “servir”, isto é, amar a Deus e aos outros. “Não existe experiência religiosa que seja surda ao grito do mundo. Não há amor a Deus sem envolvimento no cuidado do próximo: caso contrário corre-se o risco do farisaísmo”, afirma o Bispo de Roma.
“Talvez tenhamos de verdade muitas e belas ideias para reformar a Igreja, mas lembremo-nos: adorar a Deus e amar os irmãos com o seu amor, esta é a grande e perene reforma”.
Uma “Igreja do serviço”, portanto, é o que deseja o Sucessor de Pedro, uma Igreja que “lava os pés da humanidade ferida, acompanha o caminho dos mais frágeis, dos débeis e dos descartados, sai com ternura pelos mais pobres”.
“Penso naqueles que são vítimas das atrocidades da guerra; nas tribulações dos migrantes, no sofrimento escondido de quem se encontra sozinho e em condições de pobreza; em quem é esmagado pelos fardos da vida; em quem já não tem mais lágrimas, em quem não tem voz. E penso nas vezes sem conta em que, por trás de lindas palavras e eloquentes promessas, se favorecem formas de exploração; ou então nada se faz para as evitar”. É uma pena, um pecado grave.
“Nós, discípulos de Jesus, queremos levar ao mundo outro fermento, o do Evangelho: Deus em primeiro lugar e, juntamente com Ele, aqueles para quem vão as suas predileções, ou seja: os pobres, os mais frágeis”.
“Esta, irmãos e irmãs, é a Igreja com a qual somos chamados a sonhar: uma Igreja que seja serva de todos, serva dos últimos”, reitera Francisco. Uma Igreja que “acolhe, serve, ama, perdoa”. Uma Igreja, portanto, “mais sinodal e missionária”.
Daí o agradecimento a todos os que fizeram parte da assembleia “ por tudo o que fizeram no Sínodo e continuam a fazer” e “pelo caminho percorrido juntos, pela escuta, pelo diálogo”. E, junto com a ação de graças, também o voto de que possamos crescer na adoração a Deus e no serviço ao próximo”.