Irmã Josefina Carnovali, FMA, trabalha há muitos anos no Alto Rio Negro, área indígena onde as Filhas de Maria Auxiliadora celebram este ano 100 anos de presença missionária.
Nesta realidade tão pobre de recursos humanos e materiais irmã Josefina realiza a sua missão em favor dos mais desfavorecidos, como educadora empenhada em promover a vida.
O Prêmio Carlo Marchini foi instituído em 2019 em favor dos missionários brasileiros próximos à Família Salesiana, “em reconhecimento do precioso trabalho por eles realizado, que dá testemunho do empenho da Igreja na promoção dos mais pobres”.
A missão de Irmã Josefina
Irmã Josefina nasceu em 10 de março de 1941 em Rescalda, Milão. Aos 20 anos, cheia de vigor e entusiasmo, entrou no Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e percorreu as etapas formativas com um ardente desejo de ser missionária além-fronteira.
No dia 5 de agosto de 1963, em Contra di Missaglia, Milão, fez a primeira profissão religiosa, realizando o sonho de se tornar Irmã Salesiana, consagrada a Deus pelos jovens.
Quando jovem, a religiosa qualificou-se em Educação Religiosa e como educadora trabalhou nas escolas elementares. Ainda irmã de votos temporâneos, partiu para o Projeto África, com destino a Moçambique, e ali, na cidade de Naamacha, fez os votos perpétuos no dia 5 de agosto de 1971, aos 30 anos.
Depois de alguns anos de serviço missionário entre o tão amado povo moçambicano, voltou a Roma para estudar Teologia Pastoral Missionária na Universidade Urbaniana, recebendo um novo encargo da Madre-geral. Em julho de 1977 partiu para Belém do Pará, no Norte do Brasil, o seu novo campo missionário.
Em 1979, irmã Josefina foi designada para as missões do Rio Negro, no Amazonas, onde compartilhou sua vida com as populações indígenas nas várias comunidades, a serviço como diretora, tesoureira, assistente e professora.
Sempre teve uma atenção particular pelos mais necessitados, acolhendo-os com gentileza, com o sorriso nos lábios, a voz delicada e firme, o olhar atento e perspicaz, mas materno, sempre pronta a ajudar.
Com o seu zelo missionário, desenvolveu muitas e várias atividades: desde garantir que não faltassem cestas básicas para as famílias indígenas mais pobres (trabalho complexo em áreas onde a obtenção de arroz, feijão, leite em pó e açúcar é difícil e cara), até o desenvolvimento de oficinas artesanais, para orientar os jovens ao mundo do trabalho, por exemplo, trabalhando na radiofonia e instalando painéis solares.
Fé ardente
Uma missionária que conviveu com ela em diversas comunidades a descreve assim: “Irmã Giuseppina é uma pessoa muito delicada, de coração sensível, uma missionária dedicada no que faz, muito organizada, precisa, apostólica, atenciosa a todos, aos indígenas, principalmente atenciosa com as crianças, as quais sabia agradar e sempre oferecia alguma coisa, nem que fosse um copo d’água para vê-los felizes… Religiosa de uma espiritualidade simples e profunda. De fé ardente e confiante. Grande devoção à Nossa Senhora” (Irmã Rosy Lapo).
Atualmente a salesiana por causa da saúde frágil, vive em Manaus na Comunidade Santa Teresinha. No entanto, o seu coração missionário continua a arder e a procurar formas criativas para estar a serviço de Deus em favor dos mais pobres.
Outros homenageados
No dia 21 de outubro, junto a ela, serão homenageados também outros missionários, que receberão o Prêmio “Coração Amigo”, concedido anualmente pela Associação Coração Amigo Fraternidade Onlus:
Seção “Religiosas”: irmã Adele Brambilla (Pie Madri della Nigrizia), desde 1984 na Jordânia;
Seção “Religiosos”: padre Antônio Polo (sacerdote Salesiano), empenhado desde 1970 no Equador;
Seção “Leigos”: Maurizio Barcaro, que ajuda desde 1994 crianças e jovens no Haiti.
