Nesta segunda-feira, 12, foi divulgada a Mensagem do Papa Francisco para a 37ª Jornada Mundial da Juventude que será celebrada na Solenidade de Cristo Rei, no próximo dia 20 de novembro, nas igrejas particulares espalhadas pelo mundo, sobre o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente”. O texto também é para a próxima edição internacional do evento, em 2023, em Lisboa, Portugal.
O Pontífice inicia o texto recordando o tema da JMJ no Panamá: ‘Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’. Ele reitera que “depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta em Lisboa no ano de 2023, deixando ecoar em nossos corações o premente convite de Deus a levantar-nos”. O verbo levantar é uma palavra que “significa também ressuscitar, despertar para a vida”.
O Santo Padre lembra que os últimos tempos são considerados difíceis, tendo em vista a pandemia e o trauma da guerra. Mas Maria reabre a todos, em particular para os jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. “Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vocês irão viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vocês jovens, com vocês e para toda a humanidade”, ressalta o Papa.
Maria levantou-se
Na carta, Francisco explica que, após a Anunciação, Maria se levanta e se põe em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. “Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja a caminho, a Igreja que sai e se coloca a serviço, a Igreja portadora da Boa Nova. Também nós, como discípulos do Senhor e como Comunidade Cristã, somos chamados a erguer-nos apressadamente para entrar no dinamismo da ressurreição e deixar-nos conduzir pelo Senhor ao longo dos caminhos que Ele nos indicar”.
O Pontífice continua dizendo que a Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens estes que não ficam parados diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem ilhados nas redes. “É a mulher pascal, num estado permanente de êxodo, de saída de si mesma para o Outro, com letra maiúscula, que é Deus e para os outros, os irmãos e as irmãs, sobretudo os necessitados, como era então a prima Isabel”.
E partiu apressadamente
O Papa traz a imagem de Maria partindo apressadamente para a montanha, deixando-se interpelar pela necessidade da sua prima idosa. “Não ficou indiferente. Pensou mais nos outros do que em si mesma. E isto conferiu dinamismo e entusiasmo à sua vida. Perante uma necessidade concreta e urgente, é preciso agir apressadamente”, ressaltou.
Ele recorda que, no mundo, muitas “pessoas esperam uma visita de alguém que cuide delas! Quantos idosos, doentes, presos, refugiados precisam do nosso olhar compassivo, da nossa visita, de um irmão ou uma irmã que ultrapasse as barreiras da indiferença!”
O Pontífice chama atenção para o exemplo jovem de Maria que não perdeu tempo mendigando a atenção ou a aprovação dos outros, dizendo diretamente dos casos de dependências juvenis nas redes sociais, mas ela soube mover-se para procurar a conexão mais verdadeira, que provém do encontro, da partilha, do amor e do serviço. “A partir da Anunciação, desde aquela primeira vez quando partiu para ir visitar a sua prima, Maria não cessa de atravessar espaços e tempos para visitar os filhos carecidos da sua ajuda carinhosa”.
A pressa boa
Segundo Francisco, “uma pressa boa impele-nos sempre para alto e para o outro, mas há também uma pressa não boa, como, por exemplo, a pressa que nos leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem compromisso nem atenção, sem nos envolvermos realmente no que fazemos; a pressa de quando vivemos, estudamos, trabalhamos, convivemos com os outros sem colocarmos nisso a cabeça e menos ainda o coração”.
O Santo Padre sublinha aos jovens que é tempo de voltar a partir apressadamente para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente, como acontece entre a jovem Maria e a idosa Isabel. “Só assim superaremos as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o gênero, e superaremos também as guerras. Os jovens são sempre a esperança de uma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida, mas somente se tiverem memória, apenas se escutarem os dramas e os sonhos dos idosos”.
Francisco ressalta ainda que não é por acaso que a guerra tenha voltado à Europa no momento em que está desaparecendo a geração que a viveu no século passado. “Há necessidade da aliança entre jovens e idosos, para não esquecer as lições da história, para superar as polarizações e os extremismos deste tempo. Maria é o modelo de como acolher este imenso dom na nossa vida e comunicá-lo aos outros, fazendo-nos por nossa vez portadores de Cristo, portadores do seu amor compassivo, do seu serviço generoso à humanidade sofredora”.
Todos juntos em Lisboa!
Por fim, o Pontífice recorda que, no início do século XX, Maria quis fazer uma visita especial. De Fátima, lançou a todas as gerações a mensagem forte e maravilhosa do amor de Deus que chama à conversão, à verdadeira liberdade.
O Papa renova seu caloroso convite a participar da grande peregrinação intercontinental dos jovens que culminará na JMJ de Lisboa em agosto do próximo ano. “Sonho, queridos jovens, que na JMJ vocês possam experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs. Depois de um prolongado período de distanciamento e separação, com a ajuda de Deus em Lisboa, reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço de uma nova fraternidade missionária”, conclui Francisco.