O triunfo da misericórdia de Deus

Quarta, 02 Fevereiro 2022 12:21 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
Nas reflexões sobre as Memórias Biográficas de São João Bosco deste mês, o padre Osmar A. Bezutte relata um episódio de retorno à fé, pela intercessão de Maria Auxiliadora.    

A Crônica do Oratório de Valdocco (Turim) do dia 2 de janeiro de 1869 (cf. Memórias Biográficas, p. 484) narra um fato surpreendente acontecido na Basílica de Maria Auxiliadora. Um senhor veio visitar a igreja e, sem dar sinais de devoção ou desprezo, andou por todo o interior do lugar observando tudo, das paredes ao altar-mor.

 

Depois de ter contemplado por bastante tempo o quadro de Nossa Senhora, andou para o fundo, perto da porta principal. Daí virou-se e andou de novo vagarosamente na direção do altar-mor, caminhando pelo corredor central.

 

A Basílica estava deserta. Deu a impressão de que este senhor fosse atraído por uma suave e misteriosa força. Ao chegar perto da cúpula, notou no chão um bilhete, provavelmente caído do livro de algum jovem do oratório que ali estivera em oração. A crônica relata que nessa manhã a igreja fora varrida e o sacristão não vira o papel.

 

Leia também:

Memórias Biográficas: Dom Bosco cavaleiro?
Os conselhos de Dom Bosco
Dez ensinamentos de Dom Bosco para praticar no dia a dia

 

O senhor olhou ao redor, curvou-se, pegou o bilhete e leu algumas linhas que diziam: “Aos … de dezembro faleceu um colega seu, jovem como você. E se a morte o surpreendesse o que seria de sua alma? E, se você tivesse que comparecer agora perante o Supremo Juiz, qual seria o seu destino? O que seria de você? Ou eternamente feliz no Paraíso, ou …?

 

Diante destas poucas linhas aquele senhor ficou como que fulminado. Tinha a consciência confusa. Uma luta interna muito forte se inflamou e ele procurava resistir, mas não conseguia. Prevaleceu a voz de Maria.

 

Entrou na sacristia com a fisionomia disforme, os cabelos desgrenhados, tanto que dava medo. O bilhete, colocara-o na carteira. Dirigiu-se ao sacristão, mas pela emoção, não conseguia falar. Depois de ir de um lado para outro, parecendo louco, pediu um padre, caiu de joelhos e se confessou. Terminada a confissão, levantou-se radiante de alegria, e tirando o tal do bilhete apresentou-o ao confessor, dizendo:

 

- O senhor conhece a letra de quem escreveu este bilhete?

- Conheço. É de um jovem muito bom.

- Pois bem, diga a esse jovem, para alegria dele, que Maria se serviu destas linhas para salvar uma alma. Sou advogado e são vinte anos que não me aproximo mais dos santos sacramentos. Mas de agora em diante prometo viver como bom cristão. Diga a este jovem que gostaria de me ajoelhar a seus pés para agradecer o bem que me fez, e que conservarei seu bilhete enquanto viver, como lembrança da misericórdia de Maria.

 

Dom Bosco não tinha receio de falar das últimas coisas que aconteceriam no fim da vida: a morte, o juízo, o inferno e o paraíso. Quem será que escreveu o bilhete: Dom Bosco? O próprio jovem que o deixou cair? O fato é que a “perda” do bilhete na igreja foi providencial para alguém que precisava… E no fato, podemos ver Maria das Bodas de Caná acionando a intervenção divina; o carinho da Mãe preparando o coração para a Misericórdia. É a “Virgem de Dom Bosco” que continua a interceder por nós junto a Deus.

 

“À vossa proteção recorremos, Mãe de Deus.”

“Lembrai-vos, ó puríssima, que nunca se ouviu dizer

que aquele que vos implora deixastes de socorrer.”

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

 

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O triunfo da misericórdia de Deus

Quarta, 02 Fevereiro 2022 12:21 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
Nas reflexões sobre as Memórias Biográficas de São João Bosco deste mês, o padre Osmar A. Bezutte relata um episódio de retorno à fé, pela intercessão de Maria Auxiliadora.    

A Crônica do Oratório de Valdocco (Turim) do dia 2 de janeiro de 1869 (cf. Memórias Biográficas, p. 484) narra um fato surpreendente acontecido na Basílica de Maria Auxiliadora. Um senhor veio visitar a igreja e, sem dar sinais de devoção ou desprezo, andou por todo o interior do lugar observando tudo, das paredes ao altar-mor.

 

Depois de ter contemplado por bastante tempo o quadro de Nossa Senhora, andou para o fundo, perto da porta principal. Daí virou-se e andou de novo vagarosamente na direção do altar-mor, caminhando pelo corredor central.

 

A Basílica estava deserta. Deu a impressão de que este senhor fosse atraído por uma suave e misteriosa força. Ao chegar perto da cúpula, notou no chão um bilhete, provavelmente caído do livro de algum jovem do oratório que ali estivera em oração. A crônica relata que nessa manhã a igreja fora varrida e o sacristão não vira o papel.

 

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O senhor olhou ao redor, curvou-se, pegou o bilhete e leu algumas linhas que diziam: “Aos … de dezembro faleceu um colega seu, jovem como você. E se a morte o surpreendesse o que seria de sua alma? E, se você tivesse que comparecer agora perante o Supremo Juiz, qual seria o seu destino? O que seria de você? Ou eternamente feliz no Paraíso, ou …?

 

Diante destas poucas linhas aquele senhor ficou como que fulminado. Tinha a consciência confusa. Uma luta interna muito forte se inflamou e ele procurava resistir, mas não conseguia. Prevaleceu a voz de Maria.

 

Entrou na sacristia com a fisionomia disforme, os cabelos desgrenhados, tanto que dava medo. O bilhete, colocara-o na carteira. Dirigiu-se ao sacristão, mas pela emoção, não conseguia falar. Depois de ir de um lado para outro, parecendo louco, pediu um padre, caiu de joelhos e se confessou. Terminada a confissão, levantou-se radiante de alegria, e tirando o tal do bilhete apresentou-o ao confessor, dizendo:

 

- O senhor conhece a letra de quem escreveu este bilhete?

- Conheço. É de um jovem muito bom.

- Pois bem, diga a esse jovem, para alegria dele, que Maria se serviu destas linhas para salvar uma alma. Sou advogado e são vinte anos que não me aproximo mais dos santos sacramentos. Mas de agora em diante prometo viver como bom cristão. Diga a este jovem que gostaria de me ajoelhar a seus pés para agradecer o bem que me fez, e que conservarei seu bilhete enquanto viver, como lembrança da misericórdia de Maria.

 

Dom Bosco não tinha receio de falar das últimas coisas que aconteceriam no fim da vida: a morte, o juízo, o inferno e o paraíso. Quem será que escreveu o bilhete: Dom Bosco? O próprio jovem que o deixou cair? O fato é que a “perda” do bilhete na igreja foi providencial para alguém que precisava… E no fato, podemos ver Maria das Bodas de Caná acionando a intervenção divina; o carinho da Mãe preparando o coração para a Misericórdia. É a “Virgem de Dom Bosco” que continua a interceder por nós junto a Deus.

 

“À vossa proteção recorremos, Mãe de Deus.”

“Lembrai-vos, ó puríssima, que nunca se ouviu dizer

que aquele que vos implora deixastes de socorrer.”

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

 

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