“Agradeço a todos os que realizam este trabalho de integração que, além de acarretar não poucas dificuldades, às vezes recebe incompreensão e ingratidão, por vezes até na própria Igreja. Caros sacerdotes, religiosos e leigos, que dedicam seu tempo a oferecer um desenvolvimento integral a seus irmãos e irmãs, obrigado! Obrigado por todo o trabalho com os que estão à margem...”. Foram as palavras do Papa Francisco em Košice, segunda maior cidade da Eslováquia, no Leste do país, ao encontrar a Família Salesiana e a comunidade Rom (um dos grupos étnicos que compõem a população identificada genericamente em outros países, incluindo o Brasil, como "ciganos").
Desde sua chegada, o Papa Francisco se dedicou aos Roms, reunidos nas janelas dos edifícios na frente da casa salesiana. Os quatro salesianos que atuam em Luník IX e o inspetor da Eslováquia, padre Peter Timko, acolheram o Santo Padre.
A programação da visita começou com uma missa concelebrada pelo bispo salesiano dom Vladimir Fekete, prefeito apostólico do Azerbaijão, e cerca de 40 sacerdotes.
Em seguida, padre Peter Bešenyei, diretor da obra, apresentou ao Pontífice o trabalho realizado com os marginalizados. “Obrigado, padre Peter, por nos falar sobre os centros pastorais, nos quais não se faz assistência social, mas se dá acompanhamento pessoal. Obrigado, Salesianos! Sigam em frente neste caminho que não tem a ilusão de poder dar tudo imediatamente, mas que é profético, porque inclui o mínimo, constrói a fraternidade, semeia a paz”, disse o Papa.
O Santo Padre destacou que, demasiadas vezes, os Roms foram “objeto de preconceitos e julgamentos impiedosos, estereótipos discriminatórios, palavras e gestos difamatórios”. Por isso, durante o seu discurso, Francisco perguntou aos Roms que estavam presentes: "como passar do preconceito ao diálogo, do fechamento à integração?". A resposta encontra-se no testemunho de Nikola e René, um jovem casal rom, que se encontravam no palco com seus dois filhos pequenos e foram criados no oratório salesiano do bairro Luník IX, participando do serviço de animação das crianças. Eles também agradeceram aos Salesianos o acompanhamento e a preparação para a vida fora do bairro, onde vivem atualmente.
“Nikola e René, vocês nos ajudaram. Sua história de amor nasceu aqui e amadureceu graças à proximidade e ao incentivo que receberam. Vocês se sentiram fortalecidos e desejaram um emprego; vocês se sentiram amados e cresceram com a vontade de dar algo mais aos seus filhos”, comentou o Papa.
Mais de 160 pessoas se inscreveram como voluntárias para organizar o encontro dos Rom com o Papa. Muitos deles pertenciam à Família Salesiana como Salesianos Cooperadores ou Ex-alunos de Dom Bosco.
No final deste breve encontro de 45 minutos, o Papa Francisco pediu aos presentes que rezassem um Pai Nosso, cada um em sua língua, e deu a bênção apostólica a todos os que estavam presentes. Em seguida, se dirigiu ao estádio Lokomotiva, onde milhares de jovens o aguardavam.