São 45 anos da entrega, profecia e memória do salesiano padre Rodolfo Lunkenbein e de Simão Cristino Koge Kudugodu (Simão Bororo), na Missão Indígena de Meruri, em Mato Grosso. Missionário e indígena deram a vida, um pelo outro, em um martírio irmanado em Cristo.
O 45° aniversário da morte do padre Rodolfo e Simão Bororo será celebrado em Meruri nesta quinta-feira, 15, com a presença do inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso, padre Ricardo Carlos, e poucos convidados, devido às restrições sanitárias ainda em vigor. É um dia de memória, súplica e ação de graças.
Padre Rodolfo Lunkenbein nasceu no dia 1° de abril de 1939 em Döringstadt, Alemanha. A leitura de publicações salesianas despertou nele o desejo de ser missionário. Foi enviado ao Brasil e fez o tirocínio prático na missão de Meruri, onde ficou até 1965. Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1969, na Alemanha, escolhendo como lema “Vim para servir e dar a vida”. Voltou a Meruri, acolhido com afeto pelos bororo, que lhe deram o nome de “Koge Ekureu” (Peixe Dourado). Participou em 1972 da fundação do Conselho Missionário Indígena (CIMI) e lutou pela defesa das reservas indígenas. No dia 15 de julho de 1976, foi morto a tiros no pátio da missão salesiana juntamente com Simão Bororo.
Simão Bororo nasceu em Meruri em 27 de outubro de 1937 e foi batizado no dia 7 de novembro seguinte. Participou do grupo bororo que acompanhava os missionários salesianos na primeira residência missionária entre os Xavante, na Missão de Santa Teresinha (1957-58). Também participou da construção das primeiras casas de tijolo para as famílias bororo, em Meruri (1962-64), tornando-se um hábil pedreiro e dedicando a sua vida a esse útil ofício. Foi mortalmente ferido na tentativa de defender a vida do padre Rodolfo Lunkenbein, no dia 15 de julho de 1976. Antes de morrer, perdoou aos seus assassinos.
Processo de beatificação
“O processo de beatificação e canonização em andamento desses dois Servos de Deus, hoje na fase Romana, expressa, de modo significativo, o dom do Espírito Santo em um momento marcante para a Inspetoria Missionária de Mato Grosso e para toda a Igreja. Os dois Servos de Deus nos convidam, como cristãos a nos colocarmos diante do projeto de vida e de santidade, a que somos chamados a viver e a testemunhar”, escreveu o conselheiro geral para a Comunicação, padre Gildásio Mendes, quando era inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT).
Ainda na carta aos Salesianos, enviada por ocasião do quadragésimo aniversário de martírio dos Servos de Deus, padre Gildásio afirma que “a santidade para o padre Rodolfo e Simão é uma resposta simples e autêntica de vivência das Bem-Aventuranças. Eles foram testemunhas de uma fé vivida no Ressuscitado no serviço de cada dia, no contato fraterno com as pessoas, no trabalho, na pregação da Palavra e da catequese, na oração ordinária, no amor a Nossa Senhora, na alegria e no compromisso evangélico com a causa indígena”.
A celebração dos 45 anos de martírio de Rodolfo e Simão ocorre no decurso e desdobramento do processo de beatificação e canonização dos dois Servos de Deus. Toda a Congregação Salesiana acompanha os trabalhos com orações constantes e incondicional apoio, para que esse trabalho produza frutos para o bem de toda a Igreja.
Mensalmente, o padre João Bosco Monteiro Maciel, secretário inspetorial, elabora e distribui uma celebração em que se invocam as bênçãos de Deus sobre toda a Igreja, especialmente sobre os destinatários da Família Salesiana, além do pedido para que sejam reconhecidos o martírio e a santidade do padre Rodolfo e Simão Bororo.
Fonte: Euclides Fernandes - Missão Salesiana de Mato Grosso