Eu pensei em descrever
Neste cordel popular
Um pouco de Santa Dulce
E comecei a rimar.
Parece tarefa insana...
Mas esta santa baiana
Ela vai me ajudar.
Eu me sinto tão pequeno
Pra poder realizar
Essa tarefa tão grande
Mas mesmo assim vou tentar.
Invoco a luz e a guia
Do Anjo Bom a Bahia,
Que venha me alumiar.
Ao conhecê-la tão frágil,
Não me recordo em que ano,
Quando ia ao Santuário
No colégio salesiano.
Sua presença, era unção,
Na missa e na comunhão
Ia além do ser humano.
Irmã Dulce era u’a mistura
De ternura e ousadia
Intrepidez e doçura,
Compaixão e simpatia
Mesclada de humildade
Na sua tenacidade,
Havia muita alegria.
A Santa Dulce dos Pobres
Nossa Santa brasileira
Dedicou a sua vida,
Com sua fé pioneira
No trabalho solidário,
Com ardor missionário,
Sem limites, nem fronteira.
É uma história de fé,
Dedicação e amor.
Exemplo de santidade,
De humildade e fervor,
Gastou toda energia
Com amor e alegria
Como fez Nosso Senhor!
Santa Dulce foi em vida
U’a mulher de oração
Assim ela se expressava:
“Eu não tenho dúvida, não,
A oração é alimento,
É um comprometimento
Do meu ser com meu irmão”.
A corajosa Irmã Dulce
Nas caminhadas sofridas
Nas ruas de Salvador
Em busca de salvar vidas
Qual anjo da caridade
Mereceu na eternidade
Ser por Deus acolhida.
Naquela fragilidade
Escondia uma pessoa,
Firme, forte e corajosa,
Mesmo sem saúde boa.
Mostrava que a caridade
Feita na fraternidade
Deus acolhe e abençoa.
Uma história engraçada
Que se contam, foi assim:
Ela ganha um galinheiro,
Maior que um “barraquim”.
Limpa tudo, zela, arranja...
E das galinhas faz a canja
Pra seus pobres “doentim”.
Acomodando seus pobres,
No “barraquim” / barracão,
Desalojando as galinhas
E alojando os irmãos,
Irmã Dulce assim criava
Um “lar” e improvisava
Para os pobres u’a “mansão”.
E foi começando assim
A estrutura d’um hospital
Que se tornou uma bênção
Para nossa capital.
Um tesouro pra Bahia...
E como já se antevia
Virou obra social.
Logo foi reconhecida
A sua heroicidade
O Vaticano a elevou
Ao grau de santidade
Para a nação brasileira,
E toda gente estrangeira
É muita felicidade.
Com Santa Dulce se aprende
Que a santificação
Pode ser compreendida
A partir do coração
De onde jorra o amor
Para amenizar a dor
Do “pobrezim” meu irmão.
Ó Santa Dulce dos Pobres
Rogai ao Pai Criador,
Por este Brasil sofrido,
Pela nossa Salvador...
Que termine a pandemia,
Que venha a paz e a alegria
E desapareça a dor!
Que o vírus invisível
Morra co’a vacinação.
Que a ciência e a fé
Irmanadas dêem as mãos,
E a humanidade inteira
Viva na paz verdadeira
Com Jesus no coração!
Santa Dulce dos Pobres
Nasceu em 26 de maio de 1914, em Salvador, BA;
Faleceu em 13 de março de 1992;
Beatificada em 22 de maio de 2011;
Canonizada em 13 de outubro 2019.