A vida de Samar, Rashad e de milhões de sírios ainda está em perigo

Quinta, 09 Julho 2020 13:47 Escrito por  Agência Info Salesiana
A história de Samar, uma mulher de 51 anos, com três filhos, e de Rashad, proprietário de um pequeno mercado, exemplificam a dificuldade do povo sírio para se reerguer diante da pandemia.  


Na Síria, após o primeiro caso registrado de contágio por Covid-19, há 372 casos e 14 vítimas; mas, como em outros países, os dados não são completamente transparentes e, nas últimas semanas, o contágio está aumentando.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um surto em grande escala poderia ser catastrófico para a população: metade dos hospitais foram destruídos pela guerra e mais de 50% dos médicos ou foram mortos durante o conflito ou deixaram o país.

Se o vírus se espalhasse pelos campos de refugiados, seria impossível contê-lo, porque o distanciamento físico é impraticável. Por esta razão, mais de 200 mil pessoas estão abandonando esses campos para procurar outros abrigos temporários ou para regressar as suas velhas moradias, quase completamente destruídas pelos bombardeios.

A progressiva deterioração da economia não parou. A principal preocupação de toda a população é a instabilidade econômica e a falta de bens de primeira necessidade.

A história de Samar é uma amostra transversal da realidade síria: mulher de 51 anos, vive na zona de Alidan, em Alepo, com três filhos (20, 18 e 15 anos). O marido morreu em 2016. Ela não trabalha. A única fonte de renda para a família é o trabalho dos três rapazes. Os três trabalhavam num restaurante, que foi fechado no início das medidas de contenção: os três perderam o emprego, um trabalho que lhes permitia ter um pequeno rendimento diário para sobreviver.

Desde o início de junho, o governo tem permitido a reabertura das atividades, mas agora é o país que está para entrar em colapso. A desvalorização da moeda provocou um aumento vertiginoso nos preços de todos os bens e isso afeta concretamente a vida de muitas famílias sírias, como a de Samar - sobretudo depois de perderem a única fonte de renda; ou como a de Rashad, proprietário de um pequeno mercado de lacticínios e queijaria.

Rashad é um beneficiário do projeto de apoio ao empreendedorismo juvenil realizado pelos Salesianos de Alepo e Damasco. Aluno do Centro Dom Bosco de Damasco, é casado e tem dois filhos. Graças ao seu percurso empresarial, conseguiu iniciar o seu pequeno negócio, que inesperadamente começou a render discretamente, até que, com o aparecimento da epidemia, teve que fechar, como todas as empresas.

O fechamento das atividades foi um duro golpe e a retomada não é fácil: a mudança drástica nos preços torna-se um enorme problema porque implica que os clientes acabam por ter um baixo poder de compra. Ele próprio não pode manter os preços constantes, porque com o lucro de um dia não pode comprar produtos dos fornecedores para o dia seguinte...

Milhares de famílias sírias estão à beira da ruína financeira, em parte devido à secagem das remessas estrangeiras e à renovação das sanções econômicas antissírias.

 

Fonte: Agência Info Salesiana

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A vida de Samar, Rashad e de milhões de sírios ainda está em perigo

Quinta, 09 Julho 2020 13:47 Escrito por  Agência Info Salesiana
A história de Samar, uma mulher de 51 anos, com três filhos, e de Rashad, proprietário de um pequeno mercado, exemplificam a dificuldade do povo sírio para se reerguer diante da pandemia.  


Na Síria, após o primeiro caso registrado de contágio por Covid-19, há 372 casos e 14 vítimas; mas, como em outros países, os dados não são completamente transparentes e, nas últimas semanas, o contágio está aumentando.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, um surto em grande escala poderia ser catastrófico para a população: metade dos hospitais foram destruídos pela guerra e mais de 50% dos médicos ou foram mortos durante o conflito ou deixaram o país.

Se o vírus se espalhasse pelos campos de refugiados, seria impossível contê-lo, porque o distanciamento físico é impraticável. Por esta razão, mais de 200 mil pessoas estão abandonando esses campos para procurar outros abrigos temporários ou para regressar as suas velhas moradias, quase completamente destruídas pelos bombardeios.

A progressiva deterioração da economia não parou. A principal preocupação de toda a população é a instabilidade econômica e a falta de bens de primeira necessidade.

A história de Samar é uma amostra transversal da realidade síria: mulher de 51 anos, vive na zona de Alidan, em Alepo, com três filhos (20, 18 e 15 anos). O marido morreu em 2016. Ela não trabalha. A única fonte de renda para a família é o trabalho dos três rapazes. Os três trabalhavam num restaurante, que foi fechado no início das medidas de contenção: os três perderam o emprego, um trabalho que lhes permitia ter um pequeno rendimento diário para sobreviver.

Desde o início de junho, o governo tem permitido a reabertura das atividades, mas agora é o país que está para entrar em colapso. A desvalorização da moeda provocou um aumento vertiginoso nos preços de todos os bens e isso afeta concretamente a vida de muitas famílias sírias, como a de Samar - sobretudo depois de perderem a única fonte de renda; ou como a de Rashad, proprietário de um pequeno mercado de lacticínios e queijaria.

Rashad é um beneficiário do projeto de apoio ao empreendedorismo juvenil realizado pelos Salesianos de Alepo e Damasco. Aluno do Centro Dom Bosco de Damasco, é casado e tem dois filhos. Graças ao seu percurso empresarial, conseguiu iniciar o seu pequeno negócio, que inesperadamente começou a render discretamente, até que, com o aparecimento da epidemia, teve que fechar, como todas as empresas.

O fechamento das atividades foi um duro golpe e a retomada não é fácil: a mudança drástica nos preços torna-se um enorme problema porque implica que os clientes acabam por ter um baixo poder de compra. Ele próprio não pode manter os preços constantes, porque com o lucro de um dia não pode comprar produtos dos fornecedores para o dia seguinte...

Milhares de famílias sírias estão à beira da ruína financeira, em parte devido à secagem das remessas estrangeiras e à renovação das sanções econômicas antissírias.

 

Fonte: Agência Info Salesiana

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