Menina do meu continente
Laura Vicuña aqui te honramos
Modelo de aluna salesiana
Teu nome cantamos
Nascida no Chile
Na Argentina veio morar
Depois da morte triste do pai
A coragem da mãe vamos relembrar
Dona Mercedes mulher forte
Tinha duas filhas para sozinha criar
Com Júlia Amanda e Laura bem pequena ainda
A cordilheira dos Andes teve que atravessar
Chegando à Argentina
Um bom colégio encontrou
As duas meninas acolhidas foram
Pelo Auxiliadora Laura se encantou
Mas a pobre mulher sozinha
Em uma fazenda foi trabalhar
Mal sabia ela que a tristeza
Ali iria encontrar
Manoel Moura era o dono
Desta fazenda sem par
Lugar de domar cavalos e muita fartura
Mas para o amor não tinha lugar
Cruel homem a faz muito sofrer
E Laura mais crescidinha percebe
A tristeza da mãe aflita
Que com Manoel amor nenhum consegue
No colégio Laura se dedica
É uma aluna por todas estimada
Merceditas é sua grande amiga
Pelas Irmãs é muito amada
É feliz no grupo das Filhas de Maria
Para a 1ª Eucaristia se prepara também
Mantém o coração unido a Jesus
Ele é o amigo que tudo sustém
Nunca passar indiferente
Perto de ninguém é o seu lema
Sou contente por ser filha de Maria
Quem está com Jesus nada tema
Escuta atenta uma professora
Que lhe dá aulas de religião
E então compreende o perigo que a mãe corre
Se Manoel continuar a ser seu patrão
A doce menina aflita
Conta às Irmãs sua tristeza
O carrasco Manoel Moura
É pura rudez e frieza
E depois de uma grande enchente
Que o colégio quase destruiu
Laura passa um tempo na fazenda
Ali a dor a seguiu
Durante uma festa para amigos
Manoel com a menina quer dançar
A pobrezinha nega uma valsa
E grande foi o seu penar
No rosto recebe uma bofetada
Os amigos riem do ocorrido
A mãe chora por ela e pela filha
Manoel não se comporta como bom marido
Laura cai muito doente
As Irmãs estão ao seu lado
Por toda a lei manda que chamem a mãe
Para livrá-la do cruel desalmado.
A menina fez uma grande oferta
Aceitou Jesus sua oração
“Quero morrer por amor a mamãe”
Para livrá-la da cruel aflição
Deixar Manoel era a condição
Para viver com dignidade
A mãe chora e concorda
Laura alcançou sua finalidade
Agora vai para o céu
E se despede da mãe e de cada religiosa
Todas choram por sua partida
Nunca se viu flor tão mimosa
Ao redor de ti, pequena Laura,
Nos cerramos em fileiras
Tua pureza é como lírio
E para nós é como bandeira
Caminhaste entre espinhos
Florescente na piedade
Teu heroico sacrifício
Nos chama à santidade
À Mãe Auxiliadora
Te entregaste já criança
O amor que lhe tiveste
Nos dê luz, paz e confiança.
Ó lírio dos Andes
A tua virtude, criança tão pura
Nos lembra Jesus que a toda criança
Sempre abraçava com ternura
Teu exemplo hoje e sempre
Brique entre os alunos salesianos
Estás conosco Laura ainda hoje
Tua virtude entre os anos.