Vem de uma viagem a Angola e Moçambique. Antes esteve na Índia, e antes ainda no Brasil. Como se vive com as malas sempre prontas?
Padre Ángel Fernández Artime - Fisicamente é muito exigente, os ritmos são inumanos... Visitar comunidades, grupos, dias de 15-16 horas. Escutar muito... É necessária uma boa saúde... e sobretudo a força que vem da fé, da vocação e de tantas pessoas que te esperam no coração e nos pensamentos.
Qual é a visão do Reitor-mor sobre a Congregação?
Padre Ángel - A nossa Congregação está presente em 132 países... Estamos vivendo alguns anos de profunda serenidade, não a paz do cemitério, não. Vejo muita vitalidade, muita força, força que não está no poder, no sucesso, mas no serviço... Estamos pensando em abrir outras três presenças: em Gâmbia, na Malásia e outra nova num campo de refugiados em Uganda. A Congregação está fazendo um percurso muito bonito, com serenidade, com grande força no trabalho compartilhado entre religiosos e leigos.
Como Congregação, quais linhas estão seguindo?
Padre Ángel - Temos muito claras algumas linhas indicadas no Capítulo Geral. Primeiro, viver como pessoas consagradas. Não somos provedores de serviços socais, não somos uma ONG bem organizada com 15.000 membros. Somos uma Congregação com homens de fé, consagrados, e esse é o testemunho que queremos dar. Onde quer que procurem silenciar Deus, queremos tornar Deus visível através da nossa vida, através do que somos e do que fazemos. Depois, deve-se responder de modo permanente às prioridades que são os adolescentes, as adolescentes e os jovens e, entre estes, os mais necessitados.
São a segunda Congregação por dimensão, atrás apenas dos Jesuítas?
Padre Ángel - Não é uma questão de número, mas somos uma Congregação significativa. Nós, como Filhos de Dom Bosco, nascemos nas periferias. Alguém poderia dizer: os Salesianos estão com os ricos, e eu lhes digo, não é verdade! A opção preferencial, em 85% das obras, é pelas pessoas humildes e mais pobres.
E o trabalho nas escolas?
Padre Ángel - Voltei há pouco de Mumbai e encontrei 1.500 meninos e meninas tirados da rua, em doze obras. Depois, estive no aniversário de uma escola de elite e dialoguei com os educadores... Disse-lhes: “Dependerá dos nossos frutos educativos se esta escola tem ou não sentido. Não é escola salesiana se não educa para a identidade cristã. Se não educamos de modo que nossos alunos tenham uma clara consciência social, um sentido de justiça e igualdade... Se for assim, a escola faz grande trabalho social, educativo e religioso. Caso contrário, podemos fechá-la”.
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