A primeira parte
"Com a escolha do tema", explica o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, "serão destacados dois aspectos. A primeira parte quer tornar presente a dramática situação de tantos homens e mulheres, obrigados a abandonar as próprias terras, e que muitas vezes morrem em tragédias no mar. O Papa escolheu este tema diante do risco evidente de que este fenômeno seja esquecido. Nesta mesma linha situa-se a Bula Misericordiae vultus quando afirma “Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo”.
Segunda parte
Com a segunda parte do tema, “A resposta do Evangelho da misericórdia”, se deseja relacionar de modo explícito o fenômeno da migração com a resposta dada pelo mundo e, em particular, pela Igreja. Neste contexto, o Santo Padre convida o povo cristão a refletir durante o Jubileu sobre obras de misericórdia corporal e espiritual, entre as quais se encontra aquela de acolher os estrangeiros. Sendo discípula de Jesus, a Igreja é sempre chamada a “anunciar a liberdade aos prisioneiros das novas escravidões da sociedade moderna”, ao mesmo tempo que deverá aprofundar a relação entre justiça e misericórdia, duas dimensões de uma única realidade.
Celebrações do Dia Mundial e do Jubileu no contexto das Igrejas locais
Em linha com o desejo do Santo Padre de que cada Igreja particular seja “diretamente envolvida a viver este Ano Santo”, o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes oferece algumas indicações, como a celebração do Jubileu no contexto diocesano e nacional, no âmbito mais próximo possível aos migrantes e refugiados, com suas participações, e envolvendo também a comunidade cristã; que o evento jubilar central seja o próximo 17 de janeiro de 2016, na recorrência do Dia Mundial do Migrante e do refugiado; que as dioceses e comunidades cristãs que ainda não o fazem, programem iniciativas, aproveitando a ocasião oferecida pelo Ano da Misericórdia; o encorajamento à sensibilização nas comunidades cristãs do fenômeno migratório; que a atenção aos migrantes e à situação por eles vivida não se restrinja a um único dia; a importância de realizar sinais concretos de solidariedade, que expressem proximidade e atenção aos migrantes e refugiados.
A origem do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
Esta recorrência tem origem na carta circular “A dor e as preocupações” que a Sagrada Congregação Consistorial enviou em 6 de dezembro de 1914 aos Ordinários Diocesanos Italianos. Nela se pedia, pela primeira vez, a instituição de um dia anual de sensibilização sobre o fenômeno da migração e a promoção de uma coleta em favor das obras pastorais para os emigrantes italianos e para a preparação dos missionários da emigração. A consequência da mensagem foi que em 21 de fevereiro de 1915 foi celebrado pela primeira vez tal Dia.
Vaticano News/Rádio Vaticana