Palestina: cooperante palestino da ONG VIS escreve carta

Terça, 22 Julho 2014 13:49 Escrito por  InfoANS
“A Guerra ‘congelou’ minha vida; deixei de trabalhar. Eu e minha família experimentamos os bombardeios cotidianos dos aviões de guerra israellenses. Ouvir explosões já faz parte da rotina diária, seguir os noticiários da última hora, ver as imagens de sangue das pessoas feridas ou mortas”. É o que escreve Said, um cooperante palestino da ONG Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento (VIS), em uma aflitiva carta enviada aos seus amigos do VIS.

No dia 16 de julho Said tornou-se um refugiado interno em seu país. Ficamos 10 dias em nossa casa, até ao momento em que um soldado israelense nos chamou e pediu que evacuássemos o distrito, porque iriam começar bombardeios de modo ‘casual’. O chamado chegou no dia 16 de julho, à meia-noite: devíamos sair até às 8 da manhã”.

Felizmente ele e sua família estão salvos, mas o choque de ter de deixar tudo, o medo de rever as cenas de 2008, “quando um míssil caiu sobre a casa dos meus vizinhos e nós tivemos de recolher os restos de seus corpos espalhados pelo redor”, e o pensamento consciente da morte nas frases de sua filha de cinco anos, são coisas que o não podem ficar indiferentes. “Sinto-me estrangeiro na minha própria terra e, relativamente seguro graças aos meus parentes que nos estão hospedando, continuo a pensar naqueles que não têm nenhum lugar onde viver e são obrigados a refugiar-se nas escolas”.

O presidente do VIS, Nico Lotta, perante essa e outras terríveis histórias que todos os dias chegam da Faixa de Gaza, declarou: “Unimo-nos às palavras de Papa Francisco pronunciadas no Ângelus: a violência se vence com a paz e invocamos o fim deste massacre. Será difícil curar das feridas deste novo afluxo de ódio e dor, mas desde agora reafirmamos a vontade de continuar o nosso trabalho no Oriente Médio para garantir, a todas as crianças e jovens, o direito a uma existência serena, à vida, a um desenvolvimento pleno”.

O texto completo da carta de Said, está disponível no site do VIS.

 

InfoANS
 

Leia também: Papa no Ângelus dominical – um apelo para rezar pela paz

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Última modificação em Terça, 22 Julho 2014 16:06

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Palestina: cooperante palestino da ONG VIS escreve carta

Terça, 22 Julho 2014 13:49 Escrito por  InfoANS
“A Guerra ‘congelou’ minha vida; deixei de trabalhar. Eu e minha família experimentamos os bombardeios cotidianos dos aviões de guerra israellenses. Ouvir explosões já faz parte da rotina diária, seguir os noticiários da última hora, ver as imagens de sangue das pessoas feridas ou mortas”. É o que escreve Said, um cooperante palestino da ONG Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento (VIS), em uma aflitiva carta enviada aos seus amigos do VIS.

No dia 16 de julho Said tornou-se um refugiado interno em seu país. Ficamos 10 dias em nossa casa, até ao momento em que um soldado israelense nos chamou e pediu que evacuássemos o distrito, porque iriam começar bombardeios de modo ‘casual’. O chamado chegou no dia 16 de julho, à meia-noite: devíamos sair até às 8 da manhã”.

Felizmente ele e sua família estão salvos, mas o choque de ter de deixar tudo, o medo de rever as cenas de 2008, “quando um míssil caiu sobre a casa dos meus vizinhos e nós tivemos de recolher os restos de seus corpos espalhados pelo redor”, e o pensamento consciente da morte nas frases de sua filha de cinco anos, são coisas que o não podem ficar indiferentes. “Sinto-me estrangeiro na minha própria terra e, relativamente seguro graças aos meus parentes que nos estão hospedando, continuo a pensar naqueles que não têm nenhum lugar onde viver e são obrigados a refugiar-se nas escolas”.

O presidente do VIS, Nico Lotta, perante essa e outras terríveis histórias que todos os dias chegam da Faixa de Gaza, declarou: “Unimo-nos às palavras de Papa Francisco pronunciadas no Ângelus: a violência se vence com a paz e invocamos o fim deste massacre. Será difícil curar das feridas deste novo afluxo de ódio e dor, mas desde agora reafirmamos a vontade de continuar o nosso trabalho no Oriente Médio para garantir, a todas as crianças e jovens, o direito a uma existência serena, à vida, a um desenvolvimento pleno”.

O texto completo da carta de Said, está disponível no site do VIS.

 

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