Uma construção... milagrosa
A basílica recebeu sua inspiração e incentivo celestiais dos sonhos visionários tidos em 1844 e 1845. Durante 19 anos, Dom Bosco guardou essa ideia em sua mente e, finalmente, em 1863, começou a trabalhar.
Seguindo as indicações que a Virgem lhe dera, ele escolheu, para sua igreja a Maria Auxiliadora o local do martírio dos Santos Adventor, Solutor e Octavius, soldados romanos, martirizados por Maximiano no início do século IV, cujas estátuas agora adornam o tímpano da fachada.
Dom Bosco, mesmo sem qualquer suporte financeiro, estava confiante de que se "é Nossa Senhora que deseja a Igreja, Ela também pensará em pagar". Só a compra do terreno e da madeira para a cercar, custou 4.000 liras. O ecônomo, P. Sávio, que estava sem recursos, aconselhou-o a esperar, Mas Dom Bosco respondeu: "Comece a cavar; quando foi que começamos uma obra tendo já o dinheiro? É bom deixar alguma coisa para a Divina Providência resolver.
A primeira parte das obras foi confiada à empresa do mestre de obras Carlos Buzzetti. Quando as escavações foram concluídas, em abril de 1864, Dom Bosco disse a Buzzetti: "Quero dar-lhe logo um adiantamento para as obras". Abriu a bolsinha dos trocados e despejou nas mãos de Buzzetti o que ela continha: oito moedas! Não chegava nem a meia lira. - "Não se preocupe! Nossa Senhora se encarregará de achar dinheiro para sua igreja!".
A pedra fundamental do santuário foi colocada em 27 de abril de 1865, na presença do príncipe Amadeu de Saboia, Duque de Aosta, segundo filho do rei Vítor Emanuel I. Em 23 de setembro de 1866, foi concluída a grande cúpula com um diâmetro de 19 metros e, em 1867, a construção da igreja estava terminada.
Finalmente, em 9 de junho de 1868, ocorreu a soleníssima Dedicação. Foram momentos de intensa emoção para todos. O sonho se tornara realidade. A igreja estava diante dos olhos de todos. E começou a embelezar-se num como milagre.
Dom Bosco não se atribuía qualquer mérito: "Eu não sou o autor dos grandes feitos que vocês veem: foi Deus, foi Maria Santíssima que teve a coragem de usar um padre humilde para executar tamanhos feitos. Não adicionei nada de pessoal nelas. ‘Aedificavit sibi domum Maria’. Foi Maria quem edificou a sua Casa. Cada pedra, cada detalhe indica uma graça concedida.
Depois de construir o ‘Santuário’, Dom Bosco intensificou sua ação para difundir a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora em todo o mundo.
O edifício da Basílica
O Santuário erguido por Dom Bosco, em forma de cruz latina, era bastante sombrio e desprovido de vida. Um arquiteto, Antonio Spezia, buscou inspiração na fachada de São Jorge Maior, em Veneza, concebida por Palladio. O interior não possuía mármore nem pinturas nas paredes, e até mesmo a cúpula –uma só - foi pintada de branco (hoje abriga um extenso afresco de Giuseppe Rollini). Os acabamentos em mármore policromado foram encomendados pelo Beato Miguel Rua, Primeiro Sucessor de Dom Bosco. Por outro lado, a segunda cúpula e diversas outras melhorias foram incorporadas durante as ampliações realizadas de 1935 a 1942 pelo arquiteto salesiano, Sr. Giulio Valotti.
No interior da Basílica, hoje encontramos: o Altar-Mor com a pintura de Maria Auxiliadora, as Cúpulas Maior e Menor, as duas capelas laterais do presbitério, as tribunas nas capelas laterais, a galeria atrás do Altar-Mor, a Sacristia e quatro Altares laterais (dedicados a São José, Dom Bosco, Domingos Sávio e Maria Domingas Mazzarello,). Da nave, uma escada leva à cripta, que abriga a chamada "Capela das Relíquias".
Na parte do coral, à esquerda da abside, fica o órgão de tubos Tamburini opus 227, com transmissão elétrica e 65 registros. Em nicho acima da pedra angular que sustenta o grande pilar da Cúpula, encontra-se a estátua de Maria SS.
Em 28 de junho de 1911, o Santuário foi elevado à dignidade de Basílica Menor.
A Quadro na Basílica
O Quadro foi idealizada por Dom Bosco - que o descreveu ao pintor Lorenzone, como um espetáculo jamais visto... A reação do pintor foi de ‘que para pintar tal quadro precisaria de uma... Praça’! E Dom Bosco se resignou a ver seu projeto enormemente... reduzido. Entretanto, a Obra ainda continua sendo uma representação condigna do título "Maria, Mãe da Igreja", no qual, nas palavras de Dom Bosco, "a Virgem se destaca num mar de luz e majestade, cercada por uma quase revoada de anjos, que lhe prestam homenagem como a Rainha. Com a mão direita, segura o cetro, símbolo do poder; com a esquerda aperta ao coração o Menino Deus, que tem os braços abertos como que a oferecer suas graças e misericórdia àqueles que recorrem à Sua augusta Mãe (...). Ao redor e abaixo estão os SS. Apóstolos e Evangelistas (...). Mais abaixo e ao fundo da pintura vê-se a Cidade de Turim, com o Santuário de Valdocco em primeiro plano e, em segundo, a Igreja de Superga.
Fonte: Agência Info Salesiana – ANS
