140 anos de presença salesiana no Brasil

Terça, 11 Julho 2023 16:02 Escrito por  Com informações: Boletim Salesiano, Inspetoria São João Bosco (ISJB) e Memorial do Colégio Santa Rosa
Em 14 de julho de 1883, chegava ao Rio de Janeiro o primeiro grupo de Salesianos, para iniciar no Brasil “um amplo movimento em favor da juventude”.  

Os primeiros Salesianos de Dom Bosco aportaram no Rio de Janeiro em 14 de julho de 1883, guiados por Dom Luís Lasagna, personagem que foi essencial para o desenvolvimento da obra salesiana no Brasil. Eles atendiam ao pedido feito alguns anos antes pelo bispo do Rio de Janeiro, Dom Pedro Maria de Lacerda, ao próprio Dom Bosco, para que mandasse salesianos à sua diocese, iniciando o trabalho educacional com os jovens mais necessitados.

Os salesianos se estabeleceram em Niterói, RJ, com o Colégio Santa Rosa, que abriu suas portas tendo apenas 10 alunos matriculados e enfrentou grandes resistências da sociedade na época. Em pouco tempo, entretanto, a atividade salesiana ganhou força e importância – o colégio cresceu, teve início o oratório e abriram-se os “cursos de artes e ofícios” (como eram chamados os cursos profissionalizantes), sem descuidar da formação geral, cultural e religiosa. Era, já naquela época, o que hoje chamamos de “formação integral” do educando.

 

História iniciada em Niterói

Na sociedade brasileira da época, o princípio norteador era a necessidade de modernizar o país. A educação já era vista na época como fundamental para garantir esse desenvolvimento nacional, tanto que data do final do século XIX a reforma do ensino primário no Brasil, que colocou em pauta o debate sobre a democratização e a universalização da educação.

Segundo o historiador Riolando Azzi, naquele período os salesianos já eram vistos, especialmente nos meios católicos, como símbolo de renovação na educação. Porém, “se o nome de Dom Bosco facilitava a aceitação da obra salesiana entre os católicos, despertava a hostilidade dos liberais, em vista da colaboração que os seus discípulos vinham dar ao movimento de reforma da Igreja do Brasil” (Riolando Azzi, Os salesianos no Brasil à luz da história).

A campanha inicial contra a instalação dos salesianos foi intensa, como relata o primeiro diretor do Santa Rosa, padre Miguel Borghino, em carta ao vigário geral do Reitor-mor, padre Miguel Rua, datada de 1884: “Começaram por falar mal de nós, depois a criticar o nosso método, e por último, a espalhar, por toda a parte, que os alunos passavam mal”. Padre Borghino ressalta, porém, que a fé em Maria Auxiliadora e a certeza de que era necessário perseverar transpuseram todas as dificuldades. (Fonte: A Obra Salesiana no Brasil em seu cincoentenário – Crônicas).

Após um ano apenas, a escola já contava com 30 alunos regulares, matriculados nos cursos de carpintaria, alfaiataria e sapataria. As oficinas do Colégio Santa Rosa cresceram e marcaram época. Em regiões distantes do Brasil, o Santa Rosa ficou conhecido por causa dos esplêndidos trabalhos em suas oficinas, com destaque para a tipografia. O Oratório Festivo, uma das instituições mais queridas no projeto educacional elaborado por Dom Bosco, foi inaugurado em 30 de junho de 1907.

Outro marco histórico da presença salesiana em Niterói foi a construção do Monumento em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora, obra do engenheiro salesiano Domingos Delpiano inaugurada em 8 de dezembro de 1900.

 

Expansão pelo Brasil

A missão educativa e evangelizadora salesiana logo se estendeu também para outras regiões do país. O foco na educação dos jovens filhos das classes populares, especialmente os ex-escravizados e imigrantes, foi fator preponderante na fundação da segunda obra dos salesianos no Brasil, o Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, SP, em 1885.

Pouco depois, em 1892, as primeiras Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) chegaram a Guaratinguetá, SP, para estender às meninas o carisma educacional de Dom Bosco e Madre Mazzarello. Outro ponto importante eram as missões, e o Liceu São Gonçalo, em Cuiabá, MT, fundado em 1894, foi a porta de entrada para o trabalho junto aos povos indígenas. No mesmo ano, foi iniciada a obra salesiana no Nordeste, com o Colégio do Sagrado Coração, em Recife, PE.

A pedagogia e o carisma de Dom Bosco, baseados no tripé “razão, religião e carinho”, expandiram-se por todo o país. Criaram-se escolas, da educação infantil ao ensino superior; centros de formação profissionalizante; oratórios; obras assistenciais e sociais; além da atividade missionária junto aos povos indígenas e de dezenas de paróquias sob a responsabilidade salesiana.

 

Rede Salesiana Brasil

Atualmente os Salesianos de Dom Bosco (SDB) estão organizados em seis inspetorias no Brasil, enquanto as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) têm quatro inspetorias no país. Os dois institutos estão unidos na Rede Salesiana Brasil (RSB), que atua em várias frentes voltadas à educação e à evangelização, especialmente dos jovens.

A RSB congrega 100 escolas de ensino básico, que oferecem ensino formal da Educação Infantil ao Ensino Médio a mais de 70 mil alunos. Fazem parte da Rede Salesiana Brasil 103 obras sociais, que atendem a cerca de 61 mil crianças, adolescentes, jovens e suas famílias, em situação de vulnerabilidade social. Estão inseridos na RSB também 15 instituições de Ensino Superior e 11 centros de Comunicação, além da presença em paróquias e missões indígenas, entre outras.

Avalie este item
(0 votos)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


140 anos de presença salesiana no Brasil

Terça, 11 Julho 2023 16:02 Escrito por  Com informações: Boletim Salesiano, Inspetoria São João Bosco (ISJB) e Memorial do Colégio Santa Rosa
Em 14 de julho de 1883, chegava ao Rio de Janeiro o primeiro grupo de Salesianos, para iniciar no Brasil “um amplo movimento em favor da juventude”.  

Os primeiros Salesianos de Dom Bosco aportaram no Rio de Janeiro em 14 de julho de 1883, guiados por Dom Luís Lasagna, personagem que foi essencial para o desenvolvimento da obra salesiana no Brasil. Eles atendiam ao pedido feito alguns anos antes pelo bispo do Rio de Janeiro, Dom Pedro Maria de Lacerda, ao próprio Dom Bosco, para que mandasse salesianos à sua diocese, iniciando o trabalho educacional com os jovens mais necessitados.

Os salesianos se estabeleceram em Niterói, RJ, com o Colégio Santa Rosa, que abriu suas portas tendo apenas 10 alunos matriculados e enfrentou grandes resistências da sociedade na época. Em pouco tempo, entretanto, a atividade salesiana ganhou força e importância – o colégio cresceu, teve início o oratório e abriram-se os “cursos de artes e ofícios” (como eram chamados os cursos profissionalizantes), sem descuidar da formação geral, cultural e religiosa. Era, já naquela época, o que hoje chamamos de “formação integral” do educando.

 

História iniciada em Niterói

Na sociedade brasileira da época, o princípio norteador era a necessidade de modernizar o país. A educação já era vista na época como fundamental para garantir esse desenvolvimento nacional, tanto que data do final do século XIX a reforma do ensino primário no Brasil, que colocou em pauta o debate sobre a democratização e a universalização da educação.

Segundo o historiador Riolando Azzi, naquele período os salesianos já eram vistos, especialmente nos meios católicos, como símbolo de renovação na educação. Porém, “se o nome de Dom Bosco facilitava a aceitação da obra salesiana entre os católicos, despertava a hostilidade dos liberais, em vista da colaboração que os seus discípulos vinham dar ao movimento de reforma da Igreja do Brasil” (Riolando Azzi, Os salesianos no Brasil à luz da história).

A campanha inicial contra a instalação dos salesianos foi intensa, como relata o primeiro diretor do Santa Rosa, padre Miguel Borghino, em carta ao vigário geral do Reitor-mor, padre Miguel Rua, datada de 1884: “Começaram por falar mal de nós, depois a criticar o nosso método, e por último, a espalhar, por toda a parte, que os alunos passavam mal”. Padre Borghino ressalta, porém, que a fé em Maria Auxiliadora e a certeza de que era necessário perseverar transpuseram todas as dificuldades. (Fonte: A Obra Salesiana no Brasil em seu cincoentenário – Crônicas).

Após um ano apenas, a escola já contava com 30 alunos regulares, matriculados nos cursos de carpintaria, alfaiataria e sapataria. As oficinas do Colégio Santa Rosa cresceram e marcaram época. Em regiões distantes do Brasil, o Santa Rosa ficou conhecido por causa dos esplêndidos trabalhos em suas oficinas, com destaque para a tipografia. O Oratório Festivo, uma das instituições mais queridas no projeto educacional elaborado por Dom Bosco, foi inaugurado em 30 de junho de 1907.

Outro marco histórico da presença salesiana em Niterói foi a construção do Monumento em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora, obra do engenheiro salesiano Domingos Delpiano inaugurada em 8 de dezembro de 1900.

 

Expansão pelo Brasil

A missão educativa e evangelizadora salesiana logo se estendeu também para outras regiões do país. O foco na educação dos jovens filhos das classes populares, especialmente os ex-escravizados e imigrantes, foi fator preponderante na fundação da segunda obra dos salesianos no Brasil, o Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, SP, em 1885.

Pouco depois, em 1892, as primeiras Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) chegaram a Guaratinguetá, SP, para estender às meninas o carisma educacional de Dom Bosco e Madre Mazzarello. Outro ponto importante eram as missões, e o Liceu São Gonçalo, em Cuiabá, MT, fundado em 1894, foi a porta de entrada para o trabalho junto aos povos indígenas. No mesmo ano, foi iniciada a obra salesiana no Nordeste, com o Colégio do Sagrado Coração, em Recife, PE.

A pedagogia e o carisma de Dom Bosco, baseados no tripé “razão, religião e carinho”, expandiram-se por todo o país. Criaram-se escolas, da educação infantil ao ensino superior; centros de formação profissionalizante; oratórios; obras assistenciais e sociais; além da atividade missionária junto aos povos indígenas e de dezenas de paróquias sob a responsabilidade salesiana.

 

Rede Salesiana Brasil

Atualmente os Salesianos de Dom Bosco (SDB) estão organizados em seis inspetorias no Brasil, enquanto as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) têm quatro inspetorias no país. Os dois institutos estão unidos na Rede Salesiana Brasil (RSB), que atua em várias frentes voltadas à educação e à evangelização, especialmente dos jovens.

A RSB congrega 100 escolas de ensino básico, que oferecem ensino formal da Educação Infantil ao Ensino Médio a mais de 70 mil alunos. Fazem parte da Rede Salesiana Brasil 103 obras sociais, que atendem a cerca de 61 mil crianças, adolescentes, jovens e suas famílias, em situação de vulnerabilidade social. Estão inseridos na RSB também 15 instituições de Ensino Superior e 11 centros de Comunicação, além da presença em paróquias e missões indígenas, entre outras.

Avalie este item
(0 votos)

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.