As Filhas de Maria Auxiliadora celebraram, com as comunidades educativas da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, o 100º aniversário de presença das FMA na Amazônia.
Dom Edson Damian, bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira, presidiu a celebração eucarística, concelebrada por 12 sacerdotes, entre os quais alguns indígenas e ex-alunos das Irmãs Salesianas.
Participaram da celebração a irmã Paola Battagliola, conselheira visitadora do Instituto das FMA, em nome da Madre-geral, irmã Chiara Cazzuola, e do conselho; a inspetora, irmã Carmelita Conceição, vice-presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), além de diversas FMA e membros da Família Salesiana.
No início da celebração, foi representada a chegada das primeiras quatro irmãs, um momento significativo que despertou grata memória, sobretudo em quem, com mais anos de idade, era estudante no tempo das primeiras missionárias.
Na homilia, dom Damião destacou a importância da presença da Família Salesiana no Rio Negro, desde 1915, com o ramo masculino, e desde 1923, com as irmãs, que, em pouco tempo, inseriram-se nas principais comunidades indígenas.
Dom Edson contou que, ao chegarem, os chefes indígenas perceberam que eram diversos dos outros brancos, chegados à região com propósitos menos nobres: os Salesianos vieram para compartilhar a vida com eles e para transmitir seus conhecimentos, o que os tornava bem-vindos entre os indígenas.
Dom Damião recordou que, numa região em que até 1990 o governo esteve ausente, “quem cuidava da educação e da saúde eram os Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora”, contribuindo também para formar os jovens indígenas nos colégios de Manaus para fazer prevalecer o catolicismo nas comunidades indígenas da Diocese de São Gabriel da Cachoeira.
Um rosto amazônico e indígena
Sublinhou também que a maioria das FMA que trabalham na Amazônia brasileira são originárias da região e há muitas irmãs indígenas: “É uma Congregação que conquistou um rosto amazônico e sempre mais indígena”.
Em nome da Diocese, Dom Damião agradeceu pelos 100 anos de trabalho heroico das Irmãs Salesianas, pedindo que “continuem a estar aqui entre nós por muitos, muitos anos, para continuarem a fazer um bem imenso, uma evangelização através da educação e da sua presença nas famílias, na comunidade” (cf. CNBB Regional Norte 1).
Paixão missionária
Hoje, 100 anos depois, as 113 Filhas de Maria Auxiliadora da Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, com o coração cheio de gratidão ao Deus da vida pela paixão missionária das primeiras irmãs e de muitas outras que vieram depois delas, e pela heroicidade das missionárias ad gentes de hoje, continuam com as vocações autóctones esta bela “história de salvação”, testemunhando no cotidiano a presença do Senhor Ressuscitado na vida cotidiana e caminhando com os jovens no caminho da santidade.