Maria de Lourdes:
“Tive a grande felicidade, embora muito indignamente, de assistir à morte do padre Rodolfo. Tenho ainda gravados na memória seus últimos instantes de grande sofrimento e heróica resignação.
No último dia de sua vida, aumentou a dispneia; muito abatido, permaneceu no leito, recostado em travesseiro, imóvel na cama, com as mãos cruzadas e o terço na mão. Não deixou que o tocassem nem para tirarem o pulso... Às nove horas da manhã deu a última bênção de Nossa Senhora Auxiliadora às irmãs do sanatório que estavam presentes no quarto. Foram dadas outras bênçãos apenas com o sinal da cruz. Uma das irmãs, perguntando se ele estava se sentindo melhor, respondeu: ‘Irmã, como é duro morrer. Faleceu às 23 horas do dia 11 de dezembro de 1949. Tinha um terço na mão e outro no pescoço. Na manhã seguinte, seus restos mortais foram preparados para serem transportados para a capelinha da residência salesiana da cidade, passando antes pelo necrotério”.
O funcionário do sanatório, João Baltieri acrescenta este particular:
“Trabalhava eu no sanatório quando o padre Rodolfo morreu. Fui ajudar a levar seus restos mortais ao necrotério com mais alguns companheiros. Tivemos a ideia de fazer o percurso que ele fazia quando ainda podia andar, isto é, ele passava por trás da capela e parava, por alguns momentos na direção da gruta de Nossa Senhora, para um momento de oração. Chegando nós perto da gruta, o corpo ficou tão pesado que tivemos que parar em frente da gruta e descansar... Depois de um tempo... (o tempo que ele ficava em oração), foi possível continuar a caminhar, e o corpo já não pesava tanto...”
Escreve irmã Aurete Penido:
“Vi o seu enterro – um dia chuvoso e triste - mas o povo em massa o acompanhou, mesmo doentes tuberculosos, e todos comentaram que a chuva e o vento frio não os prejudicaram”.
Maria Cândida Delgado:
Quando o padre Rodolfo estava no caixão, todos faziam questão de passar o terço sobre suas santas mãos que tantos benefícios espalharam e tantas vezes abençoaram.
Durante o enterro chovia torrencialmente e ninguém abandonou o cortejo! Todos iam em fila com velas acesas e as velas não se apagaram. Por dois dias, sem interrupção, os alto-falantes anunciavam a morte e as virtudes do padre santo, e de tal modo falava que comovia a todos.
Um dos jornais da época assim terminou um longa e lindíssima matéria:
“Abençoando São José dos Campos, abençoando os seus filhos espirituais, abençoando as criancinhas e as mães aflitas, abençoando a vida e abençoando a morte; abençoando... assim morreu o santo, que por tão pouco tempo passou fazendo o bem no meio de nós. A sua bênção seja um penhor seguro de vitórias para nós que nesta vida continuamos a seguir o caminho que as suas virtudes nos traçaram”.