Em 1976, o padre Rodolfo Lunkenbein dirigia a Missão salesiana na aldeia de Meruri, no Mato Grosso, onde salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora desenvolviam o trabalho junto aos Bororo. O missionário alemão tinha 37 anos e era uma voz ativa na defesa dos direitos dos indígenas, que estavam envolvidos em uma antiga luta pela terra com fazendeiros locais. Percebendo que o conflito estava se acirrando, padre Rodolfo fez vários apelos para que as autoridades governamentais se posicionassem e evitassem um confronto.
Mas, em 15 de julho daquele ano, cerca de 60 fazendeiros armados chegaram à aldeia. Padre Rodolfo foi o alvo principal dos invasores, e Simão, um jovem atuante na comunidade, foi atingido ao tentar defender o missionário. Hoje, no pátio da missão de Meruri, uma grande cruz e uma pedra branca marcam o local em que os dois foram assassinados. “Pensando no tema da Estreia, temos dois frutos da santidade salesiana, do sistema preventivo de Dom Bosco, aqui em terras mato-grossenses. E a morte deles gerou vida, pois no mesmo ano a reserva indígena foi demarcada e a defesa dos direitos dos Bororo se fortaleceu”, explica o padre João Bosco Monteiro Maciel, que participa da Comissão Histórica no processo para a beatificação.
A causa de padre Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo foi aberta em 31 de janeiro do ano passado e é baseada no martírio. “Eles são símbolo da defesa da terra, uma causa ainda muito atual na região e que está sendo discutida pela Igreja latino-americana na preparação do Sínodo Pan-Amazônico”, completa padre João Bosco.
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