O ano de preparação ao 140° aniversário tem um belo percurso de envolvimento das comunidades educativas, com uma única meta: formar uma Grande Expedição Missionária.
Papa Francisco reitera com frequência que sonha e deseja uma “Igreja em saída”. Também o Instituto das FMA sonha e deseja ser, com a Igreja e na Igreja, um Instituto “em saída” missionária. Portanto, a grande expedição missionária tem como ponto de chegada reunir os diversos grupos missionários, os grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM), o Voluntariado Missionário, as Ex-alunas/os, todas as FMA e, em modo particular, as FMA missionárias ad gentes. O augurio é que nenhuma FMA e nenhum dos diversos grupos fiquem fora dessa expedição missionária!
Todos estão convidados a prepararem-se com alegria para partir… embora permanecendo no lugar de missão onde se encontram no momento presente. Abramos a mente e o coração em direção ao horizonte da missão e respondamos SIM ao chamado do Senhor que se renova ao amanhecer de cada novo dia. Não é necessário levar grandes bagagens... é suficiente ter um coração aberto, um olhar amplo, sem fronteiras, que nos permita ser, com os jovens, missionárias e missionários de esperança e de alegria. Basta-nos despertar em nossos corações o fogo e o dinamismo do “Da mihi animas cetera tolle” e do “A ti as confio”, para suscitar uma resposta alegre e credível.
Maria Auxiliadora
Este forte impulso missionário tem suas raízes no coração dos nossos fundadores: Dom Bosco e Madre Mazzarello que, dia 14 de novembro de 1877,viram partir de Gênova, na Itália, para o Uruguai, seis FMA ainda jovens, sem uma preparação especial: Ir. Angela Vallese (23 anos), Ir. Giovanna Borgna (17 anos), Ir. Angela Cassulo (25 anos), Ir. Angela Denegri (17 anos), Ir. Teresa Gedda (25 anos) e Ir. Teresina Mazzarello (17 anos). Mesmo sendo muito jovens de idade e de profissão religiosa, todas já tinham selado no próprio coração um Sim que se traduziu em coragem, em desapego sereno, em resposta alegre à missão ad gentes.
Entre os episódios que marcaram a primeira expedição missionária, encontramos um muito simpático, mas também muito significativo, colhido da Cronistória (Volume II): Pouco depois, enquanto estão ainda todos ao redor dos Superiores para estes últimos momentos de despedida, apresenta-se Dom Cagliero com uma linda pintura sobre um quadro: Maria Auxiliadora, que tem nos braços um gracioso Menino sorridente. “Robei na Sacristia de Valdocco – dice brincando – o robei para vocês. Foi pintado por um Senhor que sofria um mal nos olhos e estava para tornar-se cego. Recorreu a Dom Bosco o qual, depois de tê-lo ajudado um pouco a conduzir o pincel sobre a tela, o abençoou. Naquele momento o homem ficou perfeitamente são e nos deu de presente esta Nossa Senhora assim tão bonita”. É portanto um quadro milagroso: nos dá alegria só em vê-lo! Dom Bosco o abençoou novamente e o envia às missionárias. “Levai-o, e que Nossa Senhora vos abençoe e vos acompanhe na vossa viagem”.
Esta pintura de Maria Auxiliadora com o Menino que sorri encontra-se ainda hoje em Villa Colón (Montevidéu, Uruguai), justamente na capela da Casa Inspetorial da Inspetoria Imaculada Conceição.É bonito constatar que as primeiras jovens missionárias partiram em boa companhia! E o Menino que sorria já em 1877 porque estava feliz de poder atravessar o oceano e ir ao encontro de tantos jovens, de tantas pessoas desejosas de “vida e vida em abundância”, sorri ainda hoje...
Testemunho
Ao mesmo tempo em que o Instituto das FMA celebra os 140 anos da primeira Expedição Missionária, as FMA do Uruguai celebram o 140° aniversário de presença naquela Nação. Partilhamos um testemunho vindo da Inspetoria Imaculada Conceição (URU) que se refere às “pegadas” deixadas pelas seis primeiras missionárias naquela realidade.
“Em Uruguai tivemos o privilégio de receber o primeiro grupo de irmãs missionárias que deixaram Mornese em 1877, e também as irmãs da segunda expedição missionária de 1879, que viveram e foram formadas à escola de Maria Domingas Mazzarello e da primeira comunidade. Quais “pegadas” nos deixaram?
A primeira é a simplicidade de vida, a simplicidade mornesina que tornava possível a familiaridade nas relações interpessoais, a aproximação e a espontaneidade. Isto se manifesta claramente nas cartas das primeiras missionárias quando escrevem a Madre Mazzarello. A simplicidade permitiu a elas viverem com alegria o trabalho sacrificado e a pobreza daqueles tempos.
Além disso, também um forte sentido de pertença ao Instituto,o amor a Dom Bosco e a Madre Mazzarello. É notável que, apesar dos poucos meios daquele tempo, elas permaneceram fiéis ao carisma e também o enriqueceram com as caracteríisticas da nossa própria cultura. E não somente isso: conseguiram transmiti-lo às novas gerações e aos jovens. Sim, os jovens do Uruguai ainda hoje vibram pelo carisma e pela espiritualidade salesiana, também eles se sentem ‘filhas e filhos’ de Main.”
Portanto esperamos todas e todos, juntos, para participarem da Grande Expedição Missionária, dia 14 de novembro 2017, levando nas mãos e no coração os frutos do caminho missionário feito de gratidão, de fidelidade e de profecia: “Com o olhar sem fronteiras, junto aos jovens, missionárias de esperança e de alegria!”.
Irmã Alaíde Deretti, FMA, é conselheira geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para o Âmbito das Missões.