A Igreja Católica no Brasil, consciente da sua missão de “ser a advogada da justiça de defensora dos pobres” (DAp 395), coloca-se ao lado destes irmãos ainda marginalizados. Renova a sua solidariedade com os Afro-brasileiros nesta data e, lembra que um dos caminhos para sanar esta dívida, passa pela adoção de políticas publicas e ações afirmativas das Instituições Governamentais em prol da melhoria das condições de vida da população Afro-brasileira, sobretudo, em relação às população quilombolas. Garantir a esta população a posse legalizada do seu território significa muito mais do que garantir um pedaço de chão. É a garantia da preservação da herança das culturase das tradições afro-brasileira presentes nestas populações.
Também se faz necessário aprofundar as políticas e ações afirmativas de inclusão cidadã do restante da população afro-brasileira, especialmente as crianças e jovens. Isto passa por uma educação básica de qualidade, pelo acesso ao ensino superior público e gratuito e pelo atendimento qualificado nas questões de saúde. A experiência de uma vida digna e feliz, sinal do Reino de Deus, supõe o atendimento destes princípios fundamentais de cidadania.
Jesus Cristo, aquele que revela o Deus misericordioso, nos convida ao compromisso samaritano, profético, que ilumina o compromisso eclesial com toda a população afro-brasileira, pelo atendimento qualificado nas questões brasileiras.
Sob o olhar maternal de Nossa Senhora de Fátima, cuja festa hoje celebramos, proclamando que “é pelo amor que é preciso conquistar o direito de dizer a verdade” (Dom Hélder), invocamos a Bênção de Deus sobre todos os que se comprometem com esta causa.
Brasília, 12 de maio de 2015.
Padre Jurandyr Araújo - assessor da Pastoral Afro-Brasileira