Padre Tom Uzhunnalil, salesiano missionário indiano, raptado no Iêmen em março de 2016 por um comando de milicianos e libertado após oito meses, recebeu o prêmio da Stephanus Foundation para Cristãos perseguidos no mundo. O prêmio foi entregue no dia 15 de setembro, na sede da Fundação em Frankfurt, Alemanha.
Apesar dos sofrimentos vividos, em seus encontros públicos padre Tom sempre transmite calma e serenidade, propondo sempre o tema do diálogo e do encontro. Ele testemunha o valor da oração nas dificuldades e “a importância da luta ao lado dos perseguidos”, como explicou aos organizadores.
A Fundação Stephanus para os cristãos perseguidos tem o nome do diácono da Igreja paleocristã, primeiro mártir a ser lapidado por sua fé em Jesus Cristo. Segundo o estatuto, a associação ajuda os cristãos perseguidos, além de denunciar casos de violação da liberdade religiosa.
Durante a premiação, a pouco mais de dois anos da sua libertação, o salesiano, de 61 anos, contou a experiência em seu serviço missionário no Iêmen – missão essa fundada por seu tio, padre Mathew Uzhunnalil – e relembrou o que viveu nas mãos dos sequestradores.
Na Comunidade cristã perdura viva a memória do ataque a casa para idosos, das irmãs Missionárias da Caridade, em Áden – Irmãs de Madre Teresa – em 4 de março de 2016, dia em que os invasores assassinaram quatro religiosas e outras 12 pessoas dentre os residentes e funcionários. Foi nessa ocasião que o padre Tom foi sequestrado, sendo, depois de meses de cativeiro, finalmente libertado, exatamente no dia 12 de setembro de do 2017.
Entre os que receberam o prêmio nos últimos anos estão personalidades importantes do mundo eclesial: o cardeal Louis Raphael Sa-Ko, patriarca de Babilônia dos Caldeus (Iraque); o cardeal Joseph Zen, SDB, bispo emérito de Hong Kong (China); o padre Samir Khalil Samir, SJ, egípcio, grande especialista em Islã e mundo árabe.