As dinâmicas, atividades lúdicas e recreativas, tiveram por objetivo transformar as limitações físicas em desafios lúdicos, dessa forma buscando a participação ativa dos alunos e sua conscientização e interesse sobre o tema.
Voleibol sentado, pega-bolinha, corrida do bambolê, futebol de joelhos, dança das cadeiras, pega grãos e mímica foram algumas das ministradas a fim de que os alunos vivenciassem o tema.
“Discutir um conceito não é apenas uma questão de tornar comum, em um âmbito de investigação científica, uma terminologia. Para além do esclarecimento do significado da palavra deficiência, está a necessidade de expor a carga de preconceito que pode ser acrescentada ao seu uso para nomear alguém com necessidades especiais (física, motora, mental) e isso só vai ser melhor entendido, compreendido e esclarecido se vivenciarmos essas dificuldades, essas limitações, e não existe melhor local e momento que as aulas de Educação Física escolar, onde conseguimos transformar, adaptar essas limitações em brincadeiras, dinâmicas, atividades recreativas, transformando a seriedade em ludicidade sem perder o respeito e atenção que o tema pede”, explica Luiz Thimotheo.
Depois de uma série de aulas temáticas, o educador solicitou aos alunos que apresentassem exemplos de atividades adaptadas a uma deficiência que, em seguida, também foram experimentadas na prática pelas turmas nas aulas de educação física. Foi exibido ainda aos alunos um vídeo promocional das Paralimpíadas Rio 2016, abordando os tipos de deficiência física e a aula de superação dos atletas paralímpicos.
O contexto do Brasil
No Brasil, estima-se que existam mais de 24 milhões de pessoas com algum tipo de necessidade especial. Pessoas com deficiência são, antes de mais nada, pessoas, como quaisquer outras, com protagonismos, peculiaridades, contradições e singularidades.
Pessoas que lutam por seus direitos, que valorizam o respeito pela dignidade, pela autonomia individual, pela plena e efetiva participação e inclusão na sociedade e pela igualdade de oportunidades, evidenciando, portanto, que a deficiência é apenas mais uma característica da condição humana.
Em 2008, o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela ONU, bem como seu Protocolo Facultativo. O documento obteve, assim, equivalência de emenda constitucional, valorizando a atuação conjunta entre sociedade civil e governo, em um esforço democrático e possível.
Buscando defender e garantir condições de vida com dignidade a todas as pessoas que apresentam alguma deficiência, a Convenção prevê monitoramento periódico e avança na consolidação diária dos direitos humanos ao permitir que o Brasil relate a sua situação e, com coragem, reconheça que, apesar do muito que já se fez, ainda há muito o que fazer.
Outro grande avanço foi a alteração do modelo médico para o modelo social, o qual esclarece que o fator limitador é o meio em que a pessoa está inserida e não a deficiência em si, remetendo-nos à Classificação Internacional de Funcionalidades (CIF). Tal abordagem deixa claro que as deficiências não indicam, necessariamente, a presença de uma doença ou que o indivíduo deva ser considerado doente. Assim, a falta de acesso a bens e serviços deve ser solucionada de forma coletiva e com políticas públicas estruturantes para a equiparação de oportunidades.
Fonte: RSB Informa