Primeira Jornada Mundial das Crianças: Papa Francisco confia o mundo e a paz aos pequenos

Segunda, 27 Mai 2024 11:24 Escrito por  Agência Info Salesiana - ANS
Uma celebração simples e cheia de alegria, assim como o são as crianças de todo o mundo: assim foi a Primeira Jornada Mundial das Crianças (JMC), instituída pelo Papa Francisco por sugestão de uma criança, e realizada no fim de semana de 25 a 26 de maio de 2024, em Roma.

 

Nas duas etapas do evento - sábado à tarde no Estádio Olímpico e domingo de manhã na Praça de São Pedro - o Santo Padre falou com os pequenos de forma carinhosa e sincera, confiando a elas a tarefa de cultivar a amizade e a paz e cuidar dos pobres, dos idosos, dos doentes e do mundo inteiro.

Um desfile de 101 delegações – do Afeganistão à Zâmbia – abriu o evento no Estádio Olímpico, dando uma ideia da real universalidade desta JMC, evento promovido pelo Dicastério para a Cultura e a Educação do Vaticano. A parte da tarde contou com momentos de animação musical, testemunhos e esportes, e entre as apresentações de cantores famosos, queridos pelas crianças, e momentos de brincadeira com grandes campeões, uma criança de cada continente contou a sua história de vida e o que a preocupa.

 

Testemunhos das crianças

Victor, 13 anos, natural de Belém, há oito meses vê o céu ocupado por mísseis e se pergunta: “Que culpa temos de nós, crianças, se nascemos em Belém, Jerusalém ou Gaza?”. Eugenia, de Kharkiv, na Ucrânia, quer a paz e não quer que as crianças ouçam bombas caindo e testemunhem a morte. Mila, da Nova Zelândia, teme pelo futuro do planeta devido ao aumento das enchentes e Mateo, de Buenos Aires, disse estar preocupado com as crianças que estão doentes e não têm o que comer.

Ao chegar, o Papa foi acolhido por um grande aplauso pela multidão presente e exortou o público a repetir “Eis que faço novas todas as coisas”, lema da JMC, agindo como um verdadeiro animador dos pequenos. “Em vocês, filhos, tudo fala de vida e de futuro. A Igreja, como mãe, acolhe-vos e acompanha-vos com ternura e esperança (…) Pense: Deus quer isso, tudo que não é novo passa. Deus é novo. O Senhor sempre nos dá novidades”, disse antes de lembrar a todos que “Jesus os ama!” e convidar os 50 mil presentes a recitar uma Ave-Maria “à Mamãe do Céu”.

 

As respostas do Papa Francisco às crianças

Ao se dirigir a alguns representantes das crianças, o Papa Francisco deu sorrisos e respostas genuínas, ao alcance de todos. “Como é possível amar a todos?”, perguntou Riccardo, uma criança cigana de Scampia. “Comecemos por amar aqueles que estão mais próximos de nós", respondeu o Papa, "e assim vamos adiante”.

“Estou feliz por estar convosco porque vocês são alegres e têm a alegria da esperança no futuro”, disse o Papa Francisco antes de responder a uma menina da Indonésia dizendo que, se pudesse fazer um milagre, pediria que todas as crianças tivessem o que necessitam para viver, comer e ir à escola e também desejou que "todas as crianças sejam felizes". Uma criança da Nicarágua perguntou-lhe por que tantas pessoas não têm casa nem emprego. “É fruto da malícia, do egoísmo e da guerra”, sublinhou o Pontífice.

“Como abrir o coração dos adultos?”, perguntou Ido, da Coreia do Sul. Há muita gente fechada, “com o coração duro, com o coração que parece um muro”, disse o Papa. Não é fácil, repetiu, mas vocês, crianças, precisam ter este sonho de fazer coisas que façam os adultos pensar. Vocês devem bater às portas dos adultos e fazer essas perguntas e também fazê-las a Deus. “Vocês, crianças, podem fazer uma verdadeira revolução com essas perguntas e com essas inquietações”.

O Papa pensou também nos idosos, motivado pela pergunta de Iolanda. “Viva os avós”, pediu ele para as crianças gritarem no Estádio Olímpico de Roma, depois de ter lembrado a importância de ir visitar os idosos.

 

Praça São Pedro

Terminada a primeira sessão, as 50 mil pessoas que estavam presentes no Olímpico reuniram-se na Praça de São Pedro, para a Missa da Solenidade da Santíssima Trindade, uma celebração bem organizada e, ao mesmo tempo, acessível aos mais pequenos. O Pontífice ofereceu, antes de tudo, uma catequese clara e viva, na qual resumiu em poucas palavras o grande mistério da Trindade: o Pai criou-nos, Jesus salvou-nos, o Espírito Santo “nos acompanha na vida”, como nos fez a assembleia repete-o continuamente, consciente de que das três pessoas da Trindade, o Espírito Santo é a mais difícil de conhecer e compreender.

Não faltaram referências especiais a Jesus, “que sempre perdoa... até o mais feio dos pecadores”, e a Maria, mãe de todos. Por fim, o Papa exortou novamente os pequenos a rezarem pela paz, por seus pais, por seus avós e pelas crianças doentes. No final da celebração, anunciou que a JMC terá uma segunda edição em setembro de 2026.

Terminada a missa, a festa foi encerrada com a recitação do Angelus em versão curta e o discurso do diretor e ator vencedor do Oscar Roberto Benigni, que, entre várias citações, resumiu bem o significado do evento ao afirmar: “Levantem voo, assumam o controle de suas vidas e transformem-nas em obras-primas! Vocês podem fazer isso! Construam um mundo melhor! Façam com que ele se torne mais bonito! Nós não conseguimos".

Fonte: Agência Info Salesiana – ANS

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Última modificação em Quinta, 27 Junho 2024 20:08

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Primeira Jornada Mundial das Crianças: Papa Francisco confia o mundo e a paz aos pequenos

Segunda, 27 Mai 2024 11:24 Escrito por  Agência Info Salesiana - ANS
Uma celebração simples e cheia de alegria, assim como o são as crianças de todo o mundo: assim foi a Primeira Jornada Mundial das Crianças (JMC), instituída pelo Papa Francisco por sugestão de uma criança, e realizada no fim de semana de 25 a 26 de maio de 2024, em Roma.

 

Nas duas etapas do evento - sábado à tarde no Estádio Olímpico e domingo de manhã na Praça de São Pedro - o Santo Padre falou com os pequenos de forma carinhosa e sincera, confiando a elas a tarefa de cultivar a amizade e a paz e cuidar dos pobres, dos idosos, dos doentes e do mundo inteiro.

Um desfile de 101 delegações – do Afeganistão à Zâmbia – abriu o evento no Estádio Olímpico, dando uma ideia da real universalidade desta JMC, evento promovido pelo Dicastério para a Cultura e a Educação do Vaticano. A parte da tarde contou com momentos de animação musical, testemunhos e esportes, e entre as apresentações de cantores famosos, queridos pelas crianças, e momentos de brincadeira com grandes campeões, uma criança de cada continente contou a sua história de vida e o que a preocupa.

 

Testemunhos das crianças

Victor, 13 anos, natural de Belém, há oito meses vê o céu ocupado por mísseis e se pergunta: “Que culpa temos de nós, crianças, se nascemos em Belém, Jerusalém ou Gaza?”. Eugenia, de Kharkiv, na Ucrânia, quer a paz e não quer que as crianças ouçam bombas caindo e testemunhem a morte. Mila, da Nova Zelândia, teme pelo futuro do planeta devido ao aumento das enchentes e Mateo, de Buenos Aires, disse estar preocupado com as crianças que estão doentes e não têm o que comer.

Ao chegar, o Papa foi acolhido por um grande aplauso pela multidão presente e exortou o público a repetir “Eis que faço novas todas as coisas”, lema da JMC, agindo como um verdadeiro animador dos pequenos. “Em vocês, filhos, tudo fala de vida e de futuro. A Igreja, como mãe, acolhe-vos e acompanha-vos com ternura e esperança (…) Pense: Deus quer isso, tudo que não é novo passa. Deus é novo. O Senhor sempre nos dá novidades”, disse antes de lembrar a todos que “Jesus os ama!” e convidar os 50 mil presentes a recitar uma Ave-Maria “à Mamãe do Céu”.

 

As respostas do Papa Francisco às crianças

Ao se dirigir a alguns representantes das crianças, o Papa Francisco deu sorrisos e respostas genuínas, ao alcance de todos. “Como é possível amar a todos?”, perguntou Riccardo, uma criança cigana de Scampia. “Comecemos por amar aqueles que estão mais próximos de nós", respondeu o Papa, "e assim vamos adiante”.

“Estou feliz por estar convosco porque vocês são alegres e têm a alegria da esperança no futuro”, disse o Papa Francisco antes de responder a uma menina da Indonésia dizendo que, se pudesse fazer um milagre, pediria que todas as crianças tivessem o que necessitam para viver, comer e ir à escola e também desejou que "todas as crianças sejam felizes". Uma criança da Nicarágua perguntou-lhe por que tantas pessoas não têm casa nem emprego. “É fruto da malícia, do egoísmo e da guerra”, sublinhou o Pontífice.

“Como abrir o coração dos adultos?”, perguntou Ido, da Coreia do Sul. Há muita gente fechada, “com o coração duro, com o coração que parece um muro”, disse o Papa. Não é fácil, repetiu, mas vocês, crianças, precisam ter este sonho de fazer coisas que façam os adultos pensar. Vocês devem bater às portas dos adultos e fazer essas perguntas e também fazê-las a Deus. “Vocês, crianças, podem fazer uma verdadeira revolução com essas perguntas e com essas inquietações”.

O Papa pensou também nos idosos, motivado pela pergunta de Iolanda. “Viva os avós”, pediu ele para as crianças gritarem no Estádio Olímpico de Roma, depois de ter lembrado a importância de ir visitar os idosos.

 

Praça São Pedro

Terminada a primeira sessão, as 50 mil pessoas que estavam presentes no Olímpico reuniram-se na Praça de São Pedro, para a Missa da Solenidade da Santíssima Trindade, uma celebração bem organizada e, ao mesmo tempo, acessível aos mais pequenos. O Pontífice ofereceu, antes de tudo, uma catequese clara e viva, na qual resumiu em poucas palavras o grande mistério da Trindade: o Pai criou-nos, Jesus salvou-nos, o Espírito Santo “nos acompanha na vida”, como nos fez a assembleia repete-o continuamente, consciente de que das três pessoas da Trindade, o Espírito Santo é a mais difícil de conhecer e compreender.

Não faltaram referências especiais a Jesus, “que sempre perdoa... até o mais feio dos pecadores”, e a Maria, mãe de todos. Por fim, o Papa exortou novamente os pequenos a rezarem pela paz, por seus pais, por seus avós e pelas crianças doentes. No final da celebração, anunciou que a JMC terá uma segunda edição em setembro de 2026.

Terminada a missa, a festa foi encerrada com a recitação do Angelus em versão curta e o discurso do diretor e ator vencedor do Oscar Roberto Benigni, que, entre várias citações, resumiu bem o significado do evento ao afirmar: “Levantem voo, assumam o controle de suas vidas e transformem-nas em obras-primas! Vocês podem fazer isso! Construam um mundo melhor! Façam com que ele se torne mais bonito! Nós não conseguimos".

Fonte: Agência Info Salesiana – ANS

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