"Desde o início de julho, cerca de dois milhões de palestinos em Gaza e parte da população israelense foram envolvidas em uma guerra devastadora. A população não tem um lugar seguro para se refugiar quando as bombas caem nessa pequena faixa de terra, densamente povoada, que é Gaza. Ali o povo vê seus filhos assassinados, seus bairros destruídos e suas esperanças de um futuro de paz dilaceradas. O campo de batalha são os bairros cheios de homens, mulheres e crianças, hospitais lotados de feridos e mortos, e escolas bombardeadas, inclusive quando servem de refúgio", destaca o purpurado na mensagem.
Cardeal Maradiaga pede, em nome da Caritas, o cessar-fogo permanente, primeiro passo no caminho para uma paz justa, baseada nas negociações, inclusive em toda a região. "O caminho para a reconciliação é longo, mas começa dentro de nós mesmos. O que Israel e Hamas devem fazer é depor as armas e ver que a maioria de suas vítimas é formada por pessoas inocentes", sublinha ainda o Presidente da Caritas Internacional.
O cardeal destaca em sua reflexão que "esta é a terceira guerra em cinco anos entre Israel e militantes de Gaza. Os palestinos de Gaza vivem uma vida em que o escasso abastecimento de água, a maioria dos alimentos vem de organizações humanitárias e está fora do alcance de seus habitantes a dignidade de ter um trabalho".
A Caritas fornece ajuda material e espiritual ao povo de Gaza, nos momentos de necessidade e desespero, e reza pela paz na Terra Santa. "Rezamos pelas famílias palestinas e israelenses que perderam seus filhos, mães e irmãos, e por aqueles que morreram. Rezamos pelas crianças que vivem no terror, cujas cicatrizes mentais permanecerão profundas, mesmo depois que a guerra terminar, e rezamos pelos agentes da Caritas Jerusalém e outras pessoas que trabalham no local", sublinha ainda o Presidente da Caritas Internacional.
O cardeal hondurenho conclui a mensagem recordando as palavras do Papa Francisco no encontro realizado recentemente, no Vaticano, entre os presidentes de Israel e Palestina: "Para fazer a paz é preciso coragem, muita mais do que para fazer a guerra".
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