1 – As sombras dum mundo fechado
O primeiro passo é compreender alguns aspectos da realidade que vivemos; uma realidade dura, de exclusão, violências e falta de fraternidade, mas que não deve nos fazer perder a esperança. “A esperança é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna. Caminhemos na esperança!” [55].
2 – Um estranho no caminho
Para esse percurso, o Papa Francisco nos convida a seguir o exemplo do Bom Samaritano: “Hoje temos à nossa frente a grande ocasião de expressar o nosso ser irmãos, de ser outros bons samaritanos que tomam sobre si a dor dos fracassos, em vez de fomentar ódios e ressentimentos. Como o viandante ocasional da nossa história, é preciso apenas o desejo gratuito, puro e simples de ser povo, de ser constantes e incansáveis no compromisso de incluir, integrar, levantar quem está caído” [77].
3 – Pensar e gerar um mundo aberto
No terceiro capítulo, o Papa Francisco nos exorta a romper o egoísmo e o individualismo para viver a dimensão do amor universal: “Assim, nos dinamismos da história – independentemente da diversidade das etnias, das sociedades e das culturas –, vemos semeada a vocação a formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros” [96].
4 – Um coração aberto ao mundo inteiro
A construção da fraternidade – entre as pessoas e entre os países – passa pela acolhida e pelo respeito às diferenças para um intercâmbio sadio e enriquecedor: “Esta abordagem exige, em última análise, que se aceite com alegria que nenhum povo, nenhuma cultura, nenhum indivíduo, pode obter tudo de si mesmo. Os outros são, constitutivamente, necessários para a construção de uma vida plena” [150].
5 – A política melhor
“Para se tornar possível o desenvolvimento de uma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam a amizade social, é necessária a política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum” [154]. Para o Papa Francisco, a política não pode se restringir ao que dita o mercado, mas deve pautar-se na caridade, na proteção aos mais fragilizados e no bem do povo.
6 – Diálogo e amizade social
A comunicação, baseada na verdade, na disponibilidade para a escuta e na fraternidade, também é tratada na encíclica: “O diálogo perseverante e corajoso não faz notícia como as desavenças e os conflitos; e, contudo, de forma discreta, mas muito mais do que possamos notar, ajuda o mundo a viver melhor” [198].
7 – Percursos dum novo encontro
Neste capítulo, somos convidados a ser artesãos da paz, promovendo o diálogo, defendendo a justiça e compreendendo o significado do perdão: “A verdadeira reconciliação não escapa do conflito, mas alcança-se dentro do conflito, superando-o através do diálogo e de negociações transparentes, sinceras e pacientes. A luta entre diferentes setores, ‘quando livre de inimizades e ódio mútuo, transforma-se pouco a pouco numa concorrência honesta, fundada no amor da justiça” [244].
8 – As religiões ao serviço da fraternidade no mundo
Por fim, o Papa Francisco condena os conflitos promovidos em nome das confissões religiosas, e afirma que um caminho de paz entre as religiões, por meio do diálogo, é possível e necessário: “As várias religiões, ao partir do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade” [271].