Mianmar : “Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”

Segunda, 17 Junho 2019 16:14 Escrito por  Agência Info Salesiana
Confira a síntese da carta cardeal Charles Maung Bo – Salesiano e arcebispo de Yangun, sobre o Mianmar.     Um lamento agoniado, de verdadeiro pastor e de verdadeiro cidadão do Mianmar, é o lançado pelo cardeal Charles Maung Bo – Salesiano e arcebispo de Yangun, presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia – o qual, observando com o travo da amargura o que o Mianmar era e poderia ser, e os tantos males que hoje o afligem, torna a insistir: “A paz é possível! A paz é a única via!”. A seguir, uma síntese da Carta do Purpurado.
Mianmar! Foi grande o seu passado! Uma vez o chamavam “Terra de Ouro”. Terra bendita, com tesouros acima e abaixo do solo.
 
O Mianmar possui 50% da “Madeira de Ouro”, do Teak. Seus rios, majestosos, dançam pelos campos sedutores, regando florestas luxuriantes: campos que fizeram do Mianmar o arrozal da Ásia quando o Mianmar parecia ser o dom de um Deus indulgentemente pródigo.
 

“Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”
 

Com todos esses tesouros, o Mianmar é hoje um dos países mais pobres do sudeste asiático: deve mendigar investimentos estrangeiros...; e é o ‘Programa Alimentar Mundial’ quem lhe deve matar a fome.
 

“Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”
 

Uma vez éramos a inveja do mundo. Nos anos ‘50 e inícios dos ‘60, éramos a nação rica do Sul asiático. Mianmar era um paraíso, o país mais rico do sudeste asiático, que se orgulhava das melhores universidades e de uma cultura temperada quer por uma educação de qualidade, quer por uma rica tradição espiritual.
 

“Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”
 

Esse terrestre paraíso foi mutilado num inferno virtual. Sessenta anos de ásperos conflitos alimenta grupos armados em cada tribo! O rio Irrawaddy - mãe de todos nós - é uma testemunha muda dos rios de sangue que hão banhado esta terra. Só o elenco dos ódios recíprocos e das injustiças perpetradas para tornar tudo isso nauseante. Mais de um milhão os refugiados por guerras. Mais de um milhão os deslocados internos, em um país cuja taxa de pobreza gira pelos 40%...
 
O sofrimento do Mianmar não se deve a nenhum mau karma nem é nenhuma vontade de Deus. Foi a estupidez dos homens que transformaram a uma terra de ouro num pesadelo. E visto que se trata de desastre feito pelo homem, só pode ser sustado pela boa vontade dos homens e das mulheres.
 
Não é demasiadamente tarde. Se investirmos na esperança e na paz, podemos voltar àquela originária Terra de Ouro. A estrada para a paz, aberta pela Conferência de Panglong não é perfeita: mas é um ponto de partida. Dê-se uma trégua ao som das armas, dê-se uma possibilidade à paz, porque a paz é possível. A paz é a única via.
 
Que a minha Pátria possa quanto antes despertar nesse sonho de liberdade. De liberdade e de prosperidade.
 
Cardeal Charles Bo, SDB
 
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Última modificação em Sexta, 28 Junho 2024 13:29

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Segunda, 17 Junho 2019 16:14 Escrito por  Agência Info Salesiana
Confira a síntese da carta cardeal Charles Maung Bo – Salesiano e arcebispo de Yangun, sobre o Mianmar.     Um lamento agoniado, de verdadeiro pastor e de verdadeiro cidadão do Mianmar, é o lançado pelo cardeal Charles Maung Bo – Salesiano e arcebispo de Yangun, presidente da Federação das Conferências Episcopais da Ásia – o qual, observando com o travo da amargura o que o Mianmar era e poderia ser, e os tantos males que hoje o afligem, torna a insistir: “A paz é possível! A paz é a única via!”. A seguir, uma síntese da Carta do Purpurado.
Mianmar! Foi grande o seu passado! Uma vez o chamavam “Terra de Ouro”. Terra bendita, com tesouros acima e abaixo do solo.
 
O Mianmar possui 50% da “Madeira de Ouro”, do Teak. Seus rios, majestosos, dançam pelos campos sedutores, regando florestas luxuriantes: campos que fizeram do Mianmar o arrozal da Ásia quando o Mianmar parecia ser o dom de um Deus indulgentemente pródigo.
 

“Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”
 

Com todos esses tesouros, o Mianmar é hoje um dos países mais pobres do sudeste asiático: deve mendigar investimentos estrangeiros...; e é o ‘Programa Alimentar Mundial’ quem lhe deve matar a fome.
 

“Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”
 

Uma vez éramos a inveja do mundo. Nos anos ‘50 e inícios dos ‘60, éramos a nação rica do Sul asiático. Mianmar era um paraíso, o país mais rico do sudeste asiático, que se orgulhava das melhores universidades e de uma cultura temperada quer por uma educação de qualidade, quer por uma rica tradição espiritual.
 

“Chora e soluça, ó Pátria minha querida!”
 

Esse terrestre paraíso foi mutilado num inferno virtual. Sessenta anos de ásperos conflitos alimenta grupos armados em cada tribo! O rio Irrawaddy - mãe de todos nós - é uma testemunha muda dos rios de sangue que hão banhado esta terra. Só o elenco dos ódios recíprocos e das injustiças perpetradas para tornar tudo isso nauseante. Mais de um milhão os refugiados por guerras. Mais de um milhão os deslocados internos, em um país cuja taxa de pobreza gira pelos 40%...
 
O sofrimento do Mianmar não se deve a nenhum mau karma nem é nenhuma vontade de Deus. Foi a estupidez dos homens que transformaram a uma terra de ouro num pesadelo. E visto que se trata de desastre feito pelo homem, só pode ser sustado pela boa vontade dos homens e das mulheres.
 
Não é demasiadamente tarde. Se investirmos na esperança e na paz, podemos voltar àquela originária Terra de Ouro. A estrada para a paz, aberta pela Conferência de Panglong não é perfeita: mas é um ponto de partida. Dê-se uma trégua ao som das armas, dê-se uma possibilidade à paz, porque a paz é possível. A paz é a única via.
 
Que a minha Pátria possa quanto antes despertar nesse sonho de liberdade. De liberdade e de prosperidade.
 
Cardeal Charles Bo, SDB
 
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