Cristãos e Muçulmanos: "o diálogo como caminho"

Terça, 05 Fevereiro 2019 15:09 Escrito por  ANS
No oitavo centenário do encontro entre São Francisco de Assis e o sultão al-Malik al-Kāmil, novamente um Francisco saiu para encontrar algumas das maiores autoridades islâmicas e o diálogo foi, de fato, o elemento central da viagem do Papa argentino. Ontem, dia 4 de fevereiro, após o encontro inter-religioso no "Founder’s Memorial", de Abu Dhabi, o Papa e o Grão Imame de Al-Azhar Ahmad Al-Tayyib - máxima autoridade do Islã sunita - assinaram um documento conjunto sobre a “Fraternidade humana pela paz mundial e a convivência comum".  

São vários os novos elementos desta viagem apostólica do Papa para os Emirados Árabes Unidos: pela primeira vez um Papa pisa na Península Arábica, pela primeira vez foi celebrada uma grande Eucaristia pública em toda a península (com mais de 135.000 fiéis presentes, a maior parte imigrantes estrangeiros) e pela primeira vez é apresentado um documento tão articulado e comprometido sobre o diálogo entre o cristianismo e o islamismo, em benefício de toda a fraternidade humana.

 

Em seu quinto encontro, de fato, o Grão Imame de Al-Azhar e o Pontífice Romano, "em nome de Deus, que criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, em nome dos pobres, dos órfãos e das viúvas, da fraternidade, da liberdade e da justiça”, declararam, “em nome das respectivas comunidades de crentes”, que "adotam a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento mútuo como método e critério".

 

Numerosos, fortes e desafiadores são os passos do documento assinado pelas duas autoridades religiosas: vão desde a firme declaração "que as religiões não incitam nunca à guerra, não solicitam sentimentos de ódio, hostilidade ou extremismo", ao apelo aos responsáveis ​​das nações para a proteção da família "núcleo fundamental da sociedade e da humanidade"; da condenação do extremismo religioso e da intolerância, que deram origem a "uma terceira guerra mundial em pedaços", à necessidade de uma distribuição equitativa dos recursos naturais; da proteção dos direitos fundamentais das mulheres e crianças à proteção dos idosos; até a promoção do sentido religioso e o reconhecimento do papel das religiões na construção da paz mundial.

 

O documento quer ser um convite à reconciliação e à fraternidade não apenas entre os crentes, mas entre todas as pessoas de boa vontade, quer ser objeto de pesquisa e de reflexão em todas as escolas, nas universidades e institutos de ensino e formação cristãos e islâmicos.

 

O projeto do Papa Francisco de "iniciar processos", em vez de "ocupar espaços", marca outro passo muito importante.

 

O texto completo da declaração está disponível AQUI.

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Última modificação em Sexta, 28 Junho 2024 13:40

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Cristãos e Muçulmanos: "o diálogo como caminho"

Terça, 05 Fevereiro 2019 15:09 Escrito por  ANS
No oitavo centenário do encontro entre São Francisco de Assis e o sultão al-Malik al-Kāmil, novamente um Francisco saiu para encontrar algumas das maiores autoridades islâmicas e o diálogo foi, de fato, o elemento central da viagem do Papa argentino. Ontem, dia 4 de fevereiro, após o encontro inter-religioso no "Founder’s Memorial", de Abu Dhabi, o Papa e o Grão Imame de Al-Azhar Ahmad Al-Tayyib - máxima autoridade do Islã sunita - assinaram um documento conjunto sobre a “Fraternidade humana pela paz mundial e a convivência comum".  

São vários os novos elementos desta viagem apostólica do Papa para os Emirados Árabes Unidos: pela primeira vez um Papa pisa na Península Arábica, pela primeira vez foi celebrada uma grande Eucaristia pública em toda a península (com mais de 135.000 fiéis presentes, a maior parte imigrantes estrangeiros) e pela primeira vez é apresentado um documento tão articulado e comprometido sobre o diálogo entre o cristianismo e o islamismo, em benefício de toda a fraternidade humana.

 

Em seu quinto encontro, de fato, o Grão Imame de Al-Azhar e o Pontífice Romano, "em nome de Deus, que criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, em nome dos pobres, dos órfãos e das viúvas, da fraternidade, da liberdade e da justiça”, declararam, “em nome das respectivas comunidades de crentes”, que "adotam a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento mútuo como método e critério".

 

Numerosos, fortes e desafiadores são os passos do documento assinado pelas duas autoridades religiosas: vão desde a firme declaração "que as religiões não incitam nunca à guerra, não solicitam sentimentos de ódio, hostilidade ou extremismo", ao apelo aos responsáveis ​​das nações para a proteção da família "núcleo fundamental da sociedade e da humanidade"; da condenação do extremismo religioso e da intolerância, que deram origem a "uma terceira guerra mundial em pedaços", à necessidade de uma distribuição equitativa dos recursos naturais; da proteção dos direitos fundamentais das mulheres e crianças à proteção dos idosos; até a promoção do sentido religioso e o reconhecimento do papel das religiões na construção da paz mundial.

 

O documento quer ser um convite à reconciliação e à fraternidade não apenas entre os crentes, mas entre todas as pessoas de boa vontade, quer ser objeto de pesquisa e de reflexão em todas as escolas, nas universidades e institutos de ensino e formação cristãos e islâmicos.

 

O projeto do Papa Francisco de "iniciar processos", em vez de "ocupar espaços", marca outro passo muito importante.

 

O texto completo da declaração está disponível AQUI.

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