Memórias biográficas: A publicidade de nossas obras

Segunda, 26 Agosto 2024 19:14 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
“Estamos em uma época em que é preciso trabalhar. O mundo se tornou material, portanto, é preciso trabalhar e tornar conhecido o bem que se faz” (Conforme as Memórias Biográficas de São João Bosco, vol. XIII, p. 118-119).

 

Não faltaram aqueles que recomendaram a Dom Bosco recorrer à publicidade, seja por meio de jornais ou com panfletos de ocasião. Diríamos antes que a sua virtude se destacava também nisso. 

De fato, Dom Bosco não ignorava os humores de uns e as críticas de outros, nem deixava de notar como estava perdendo a estima de algumas altas personalidades; às vezes a desaprovação era-lhe expressa na cara.

Um artigo do Boletim Salesiano de 1895 trazia a razão do seu trabalho. Dizia ele:

- Estamos em uma época em que é preciso trabalhar. O mundo se tornou material, portanto, é preciso trabalhar e tornar conhecido o bem que se faz. Se alguém também realiza milagres orando dia e noite e permanecendo em sua cela, o mundo não presta atenção e não acredita mais nisso. O mundo precisa ver e tocar.

Falando então da conveniência de dar às boas obras o máximo de publicidade possível, ele dizia:

- Esse é o único meio de torná-las conhecidas e apoiá-las. O mundo de hoje quer ver obras, quer ver o clero trabalhando para instruir e educar os jovens pobres e abandonados com obras de caridade, com asilos, escolas, artes, ofícios... E esse é o único meio para salvar a juventude pobre, educando-a na religião e, assim, cristianizar a sociedade.

Um fato extraordinário de penetração do pensamento pertence ao tempo de sua viagem à França, em 1877. Foi contado publicamente em Nice, em 1908, celebrando ali o decreto da Venerabilidade de Dom Bosco. A pessoa a quem o caso ocorrera, tinha-o contado ao padre Álbera, na presença de muitas pessoas.

Madame Beaulieu, que conhecera o Santo Cura d’Ars, acreditava ter uma ideia exata do que era um Santo. Quando Dom Bosco chegou a Nice, a senhora, tendo ouvido que um santo havia chegado, cujo nome conhecia pela reputação, desejava conhecê-lo pessoalmente.

Sabendo deste desejo, uma amiga dela a levou a uma casa de conhecidos durante a hora do almoço. Dom Bosco estava sentado à cabeceira da mesa e a senhora com a amiga no final da mesa. O sempre sereno Servo de Deus erguia seu copo e brindava ao seu anfitrião.

A recém-chegada ficou quase escandalizada:

- E esse é um santo? - pensou consigo mesma, decepcionada com sua expectativa.

Depois da refeição, ela se apresentou a Dom Bosco, fazendo-lhe muitos elogios, mas Dom Bosco sorriu e lhe disse:

- Quer comam ou bebam, façam tudo em nome do Senhor. 

A boa mulher entendeu, e não foi preciso mais do que isso para que ela reconsiderasse. Rapidamente ela se tornou uma cooperadora salesiana, e já o era há três anos, quando contou ao padre Álbera a história que já havia repetido a muitas outras pessoas.

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

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Memórias biográficas: A publicidade de nossas obras

Segunda, 26 Agosto 2024 19:14 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
“Estamos em uma época em que é preciso trabalhar. O mundo se tornou material, portanto, é preciso trabalhar e tornar conhecido o bem que se faz” (Conforme as Memórias Biográficas de São João Bosco, vol. XIII, p. 118-119).

 

Não faltaram aqueles que recomendaram a Dom Bosco recorrer à publicidade, seja por meio de jornais ou com panfletos de ocasião. Diríamos antes que a sua virtude se destacava também nisso. 

De fato, Dom Bosco não ignorava os humores de uns e as críticas de outros, nem deixava de notar como estava perdendo a estima de algumas altas personalidades; às vezes a desaprovação era-lhe expressa na cara.

Um artigo do Boletim Salesiano de 1895 trazia a razão do seu trabalho. Dizia ele:

- Estamos em uma época em que é preciso trabalhar. O mundo se tornou material, portanto, é preciso trabalhar e tornar conhecido o bem que se faz. Se alguém também realiza milagres orando dia e noite e permanecendo em sua cela, o mundo não presta atenção e não acredita mais nisso. O mundo precisa ver e tocar.

Falando então da conveniência de dar às boas obras o máximo de publicidade possível, ele dizia:

- Esse é o único meio de torná-las conhecidas e apoiá-las. O mundo de hoje quer ver obras, quer ver o clero trabalhando para instruir e educar os jovens pobres e abandonados com obras de caridade, com asilos, escolas, artes, ofícios... E esse é o único meio para salvar a juventude pobre, educando-a na religião e, assim, cristianizar a sociedade.

Um fato extraordinário de penetração do pensamento pertence ao tempo de sua viagem à França, em 1877. Foi contado publicamente em Nice, em 1908, celebrando ali o decreto da Venerabilidade de Dom Bosco. A pessoa a quem o caso ocorrera, tinha-o contado ao padre Álbera, na presença de muitas pessoas.

Madame Beaulieu, que conhecera o Santo Cura d’Ars, acreditava ter uma ideia exata do que era um Santo. Quando Dom Bosco chegou a Nice, a senhora, tendo ouvido que um santo havia chegado, cujo nome conhecia pela reputação, desejava conhecê-lo pessoalmente.

Sabendo deste desejo, uma amiga dela a levou a uma casa de conhecidos durante a hora do almoço. Dom Bosco estava sentado à cabeceira da mesa e a senhora com a amiga no final da mesa. O sempre sereno Servo de Deus erguia seu copo e brindava ao seu anfitrião.

A recém-chegada ficou quase escandalizada:

- E esse é um santo? - pensou consigo mesma, decepcionada com sua expectativa.

Depois da refeição, ela se apresentou a Dom Bosco, fazendo-lhe muitos elogios, mas Dom Bosco sorriu e lhe disse:

- Quer comam ou bebam, façam tudo em nome do Senhor. 

A boa mulher entendeu, e não foi preciso mais do que isso para que ela reconsiderasse. Rapidamente ela se tornou uma cooperadora salesiana, e já o era há três anos, quando contou ao padre Álbera a história que já havia repetido a muitas outras pessoas.

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

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