Missa: Ritos finais da Eucaristia

Sábado, 11 Agosto 2012 19:36 Escrito por 
Missa: Ritos finais da Eucaristia Foto: Douglas Mansur
  No artigo conclusivo da série sobre a /Eucaristia, fala-se dos ritos finais. Neles, como nos ritos iniciais, somos convocados a estar com o Senhor e a sermos mensageiros de solidariedade, paz, justiça, transformação pascal, vida, salvação e aliança entre todos os povos e culturas.  

Antes de entrar no assunto propriamente deste artigo, gostaria de falar sobre o que acontece um pouco antes dos ritos finais. Trata-se daquele tempo após a comunhão, antes da oração final.

Diz a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR): “Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembleia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino” (n. 88).

A bem da verdade, a maioria de nossas comunidades não conhece ou não pratica essa orientação. O que mais se canta após a comunhão é um “canto de ação de graças”. As razões são tantas: a falta de formação litúrgica na compreensão do que significa “ação de graças” e em que momento ela acontece na celebração; a Oração Eucarística que não satisfaz o desejo de agradecer, criando essa necessidade após a comunhão; a forma de preencher o incômodo silêncio com um canto.

Claro que não está proibido cantar. Porém, deve-se cantar um canto de louvor ou um salmo ou mesmo um hino. Por que? Porque a ação de graças, na celebração, já acontece na Oração Eucarística, como vimos no último artigo.

Pessoalmente, prefiro o silêncio. Este é um momento pessoal e único que temos com o Senhor, uma vez que, desde o início da celebração até aí, tudo é comunitário. Então, é hora do recolhimento, momento em que se medita sobre o grande dom recebido, a celebração em si e, na intimidade, se prolonga o diálogo de amizade com o Senhor.

Após esse silêncio, segue a oração, como diz a IGMR: “Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado” (n. 89).

 

Seguem-se os ritos finais.

Os ritos iniciais remetem aos ritos finais, pois neles somos convocados para estar com o Senhor e a sermos sacramento de unidade e da salvação de todo o gênero humano; mensageiros de solidariedade, paz, justiça, transformação pascal, vida, salvação e aliança entre todos os povos e culturas.

Diz a IGMR: “Aos ritos de encerramento pertencem: a) breves comunicações; b) saudação e bênção do sacerdote que, em certos dias e ocasiões, é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo ou por outra fórmula mais solene; c) despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus; d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros” (n. 90).

 

Algumas considerações

Celebramos a memória do mistério pascal que nos torna cada vez mais um corpo comunitário. Como membros da comunidade, devemos estar cientes e participar das iniciativas tomadas pelas pastorais e outros grupos da mesma. Daí a importância dos avisos. Eles devem ser feitos com objetividade, clareza, naturalidade, em tom coloquial e com a devida motivação, para maior envolvimento da comunidade. Devem também ser poucos e curtos: é impossível comunicar tudo o que aconteceu e vai acontecer...

É bom também deixar a palavra aberta a outras pessoas da assembleia. Alguém pode dar um testemunho ou comunicar algo importante que foi esquecido.

É oportuno saudar os aniversariantes e as pessoas homenageadas presentes na celebração. Esse é o momento para estreitar laços, crescer em fraternidade, conhecer e valorizar as pessoas. Assim se cria a fraternidade.

A despedida feita por quem preside ou pelo diácono (“Ide em paz...”) dissolve a assembleia. É como um envio da comunidade para a missão. Ela, que foi convocada nos ritos iniciais, agora, nos ritos finais, é enviada a continuar na vida aquilo que acaba de celebrar na fé.

 

Continuidade

Como afirma Lourdes Zavarez em seu artigo“Ritos finais” (Liturgia em Mutirão, edições CNBB, 2007, pg. 145): “Ser comunidade, corpo eclesial do Senhor, movido pelo sopro divino, sinal de instrumento de transformação pascal, é permanente dom do Pai, é graça, é exigência e finalidade da Eucaristia, cujo sentido não se esgota na ação celebrativa, mas se prolonga nas lutas diárias da humanidade, até que o Reino de Deus chegue à sua realização plena e definitiva”.

Quem preside a celebração ou o diácono deve procurar fazer com que as palavras do rito de envio estejam em sintonia com o mistério celebrado, acrescentando uma frase antes do “Ide em paz”. Depois, enquanto as pessoas se retiram, elas vão se cumprimentando e confraternizando com naturalidade. O ministério de música, por sua vez, entoa um canto (eventualmente, um canto mariano) ou uma música instrumental.

Assim termina a missa (Eucaristia). E começa nossa missão!

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Última modificação em Segunda, 24 Novembro 2014 14:04

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Missa: Ritos finais da Eucaristia

Sábado, 11 Agosto 2012 19:36 Escrito por 
Missa: Ritos finais da Eucaristia Foto: Douglas Mansur
  No artigo conclusivo da série sobre a /Eucaristia, fala-se dos ritos finais. Neles, como nos ritos iniciais, somos convocados a estar com o Senhor e a sermos mensageiros de solidariedade, paz, justiça, transformação pascal, vida, salvação e aliança entre todos os povos e culturas.  

Antes de entrar no assunto propriamente deste artigo, gostaria de falar sobre o que acontece um pouco antes dos ritos finais. Trata-se daquele tempo após a comunhão, antes da oração final.

Diz a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR): “Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembleia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino” (n. 88).

A bem da verdade, a maioria de nossas comunidades não conhece ou não pratica essa orientação. O que mais se canta após a comunhão é um “canto de ação de graças”. As razões são tantas: a falta de formação litúrgica na compreensão do que significa “ação de graças” e em que momento ela acontece na celebração; a Oração Eucarística que não satisfaz o desejo de agradecer, criando essa necessidade após a comunhão; a forma de preencher o incômodo silêncio com um canto.

Claro que não está proibido cantar. Porém, deve-se cantar um canto de louvor ou um salmo ou mesmo um hino. Por que? Porque a ação de graças, na celebração, já acontece na Oração Eucarística, como vimos no último artigo.

Pessoalmente, prefiro o silêncio. Este é um momento pessoal e único que temos com o Senhor, uma vez que, desde o início da celebração até aí, tudo é comunitário. Então, é hora do recolhimento, momento em que se medita sobre o grande dom recebido, a celebração em si e, na intimidade, se prolonga o diálogo de amizade com o Senhor.

Após esse silêncio, segue a oração, como diz a IGMR: “Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado” (n. 89).

 

Seguem-se os ritos finais.

Os ritos iniciais remetem aos ritos finais, pois neles somos convocados para estar com o Senhor e a sermos sacramento de unidade e da salvação de todo o gênero humano; mensageiros de solidariedade, paz, justiça, transformação pascal, vida, salvação e aliança entre todos os povos e culturas.

Diz a IGMR: “Aos ritos de encerramento pertencem: a) breves comunicações; b) saudação e bênção do sacerdote que, em certos dias e ocasiões, é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo ou por outra fórmula mais solene; c) despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus; d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros” (n. 90).

 

Algumas considerações

Celebramos a memória do mistério pascal que nos torna cada vez mais um corpo comunitário. Como membros da comunidade, devemos estar cientes e participar das iniciativas tomadas pelas pastorais e outros grupos da mesma. Daí a importância dos avisos. Eles devem ser feitos com objetividade, clareza, naturalidade, em tom coloquial e com a devida motivação, para maior envolvimento da comunidade. Devem também ser poucos e curtos: é impossível comunicar tudo o que aconteceu e vai acontecer...

É bom também deixar a palavra aberta a outras pessoas da assembleia. Alguém pode dar um testemunho ou comunicar algo importante que foi esquecido.

É oportuno saudar os aniversariantes e as pessoas homenageadas presentes na celebração. Esse é o momento para estreitar laços, crescer em fraternidade, conhecer e valorizar as pessoas. Assim se cria a fraternidade.

A despedida feita por quem preside ou pelo diácono (“Ide em paz...”) dissolve a assembleia. É como um envio da comunidade para a missão. Ela, que foi convocada nos ritos iniciais, agora, nos ritos finais, é enviada a continuar na vida aquilo que acaba de celebrar na fé.

 

Continuidade

Como afirma Lourdes Zavarez em seu artigo“Ritos finais” (Liturgia em Mutirão, edições CNBB, 2007, pg. 145): “Ser comunidade, corpo eclesial do Senhor, movido pelo sopro divino, sinal de instrumento de transformação pascal, é permanente dom do Pai, é graça, é exigência e finalidade da Eucaristia, cujo sentido não se esgota na ação celebrativa, mas se prolonga nas lutas diárias da humanidade, até que o Reino de Deus chegue à sua realização plena e definitiva”.

Quem preside a celebração ou o diácono deve procurar fazer com que as palavras do rito de envio estejam em sintonia com o mistério celebrado, acrescentando uma frase antes do “Ide em paz”. Depois, enquanto as pessoas se retiram, elas vão se cumprimentando e confraternizando com naturalidade. O ministério de música, por sua vez, entoa um canto (eventualmente, um canto mariano) ou uma música instrumental.

Assim termina a missa (Eucaristia). E começa nossa missão!

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