O objetivo do congresso, realizado entre os dias 2 e 4 de março, foi aprofundar, do ponto de vista interdisciplinar e ecumênico, a relação atual entre a música sacra e a cultura contemporânea; entre o repertório usado pela comunidade cristã e as atuais tendências musicais. Foi analisada ainda a formação estética e musical do clero e dos leigos engajados na vida pastoral.
O discurso do Papa ao grupo
Discursando ao grupo, o Papa Francisco lembrou que o primeiro documento elaborado pelo Concílio Vaticano II foi precisamente a Constituição sobre a liturgia Sacrosanctum Concilium. As instruções nela contidas são ainda hoje atuais, principalmente a sua premissa: “A ação litúrgica tem uma forma mais nobre se celebrada em canto e com a participação dos fiéis”.
Para o Papa, o desafio da Igreja neste campo é salvaguardar e valorizar o patrimônio herdado do passado utilizando-o com equilíbrio no presente e evitando o risco de uma visão ‘nostálgica ou arqueológica’.
“A música sacra e o canto litúrgico devem ser plenamente inculturados nas linguagens artísticas e musicais da atualidade, encarnando e traduzindo a Palavra de Deus em cantos, sons e harmonias que façam vibrar o coração de nossos contemporâneos, criando um clima emotivo oportuno, que disponha à fé e suscite o acolhimento e a plena participação no mistério que se celebra”, afirmou o Papa Francisco.
O Pontífice advertiu os participantes para o risco da superficialidade e da banalidade em detrimento da beleza e da intensidade das celebrações, por causa do encontro com a modernidade e a introdução das línguas faladas na Liturgia. Nesse sentido, segundo ele, músicos e compositores, diretores e coristas, animadores de liturgia, podem contribuir preciosamente com a renovação, principalmente qualitativa, da música sacra e do canto litúrgico. Para favorecer esse percurso, é preciso promover uma formação musical adequada, inclusive dos sacerdotes, no diálogo com as correntes musicais dos nossos tempos e com atitude ecumênica.
Concluindo o discurso, Francisco afirmou que “a música sacra e o canto litúrgico têm o dever de nos oferecer o sentido da glória de Deus, de sua beleza e de sua santidade que nos envolve como uma ‘nuvem luminosa’”.
Fonte: Missão Salesiana de Mato Grosso com informações da Rádio Vaticana