Nos dias 7 e 8 de setembro foi realizado o XVIII Encontro Nacional de Responsáveis de Pastoral Juvenil, em Aparecida, SP. Promovido pela Comissão Episcopal para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o encontro reuniu 420 participantes de todas as dioceses do Brasil.
O objetivo do encontro foi o de impulsionar a evangelização dos jovens através de momentos de reflexão, formação e escuta. Foram dias para aprofundar a missão da Igreja a serviço da Evangelização das Juventudes.
O primeiro dia foi marcado pela calorosa acolhida de dom Vilsom Basso, bispo responsável pelo Setor Juventude da CNBB. Dom Vilsom destacou alguns artigos dos documentos norteadores do encontro: o documento final do Sínodo dos Jovens – “Os jovens, a fé e o discernimento Vocacional” – e a Exortação Apostólica “Christus vivit”, salientando que a Pastoral Juvenil é uma prioridade histórica na qual é necessário investir tempo, energia e recursos financeiros.
Na visão de Dom Vilsom é preciso ser homens e mulheres de oração. Fazer uso de outras linguagens que atraiam os jovens, como o teatro, a dança, a música e o esporte. O bispo lembrou ainda que os jovens são atraídos para ajudar os outros e para empenhar-se na construção da Casa Comum.
Em seguida, dom Darley José Kummer e dom Antônio Fontinele, bispos que compõem a Comissão Episcopal para a Juventude, destacaram os cinco movimentos pedagógicos da missão no mundo dos jovens: fascinar-se pela juventude, aproximar-se da juventude, escutar a juventude, discernir com a juventude, converter-se/comover-se com a juventude.
Fala jovem
Em estilo “Tik Tok”, os participantes foram aprofundando os temas, através de breves reflexões. Em pequenos grupos, partilharam sobre os temas abordados e fizeram questionamentos em plenário, promovendo ricos momentos de troca de experiências.
No momento “Fala Jovem”, Dario, um jovem que participou da Jornada Mundial da Juventude partilhou a experiência vivida em Lisboa. Recordou a mensagem do Papa Francisco aos jovens e destacou que “há pressa no ar para levar a alegria do Evangelho”.
Continuando os trabalhos do dia, o Dominicano Frei André Luís Tavares partilhou o modo como o esporte pode ser uma ferramenta valiosa na evangelização da juventude. Abordando o tema “O esporte, o lúdico, a cultura”, evidenciou o trabalho quanto às virtudes da prudência, justiça, fortaleza e temperança, elencando os tipos de esportes a serem valorizados. Convidou os participantes a apostarem no esporte como lugar de acolhimento.
Ainda no primeiro dia, ocorreu a Mesa Redonda com partilhas realizadas pelos Jovens Conectados do Setor Juventude da CNBB.
A celebração eucarística, no Santuário Nacional de Aparecida, encerrou os trabalhos do dia. Dom Vilsom, mais uma vez, reforçou que para ser “uma pastoral sinodal é preciso privilegiar a linguagem da proximidade, do amor desinteressado que toca o coração e desperta sonhos. É a gramática do amor”.
Compromisso renovado com as juventudes
O segundo dia do encontro teve início com a invocação ao Espírito Santo e, na sequência, foram realizadas duas mesas redondas, com convidados especialistas nos assuntos: “Economia de Francisco e Clara”, com Eduardo Brasileiro; “Pacto Educativo Global” com Carlos Eduardo Morais; “Impacto Coletivo: Aplicativo Pastoral da Criança”, com Nelson Arns; “Movimento Laudato Si’”, com Eduardo Nischespois.
A segunda mesa redonda trouxe um forte momento de partilha de experiências relacionadas à evangelização das juventudes, com temas muito pertinentes: Saúde mental das juventudes; Experiência de Semana Missionária Juvenil de Pinheiro, MA; Experiência da Diocese de Maringá: retomada do trabalho com as juventudes depois da pandemia; Projeto Espalhando Esperança, parceria da Comissão Episcopal para a Juventude (CEJ) com a Fazenda da Esperança.
Após as mesas redondas, os participantes se encontraram novamente em grupos para momentos de reflexão e partilha.
Clamor dos jovens indígenas
Posteriormente, os participantes exerceram sua capacidade de escuta e acompanharam o relato de um grupo de jovens indígenas da etnia Guarani Kaiowá, do Estado do Mato Grosso do Sul. O clamor dos jovens indígenas provocou, inquietou e desinstalou a assembleia que, junto com os jovens indígenas, disseram “não” ao Marco temporal. O marco temporal é uma tese jurídica segundo a qual os povos indígenas têm direito de ocupar apenas as terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição brasileira, portanto uma forma injusta de demarcar as terras indígenas.
Reunidos por grupos de expressão, os participantes escreveram seus compromissos em forma de preces, a fim de serem compartilhados durante a Celebração Eucarística de encerramento do encontro.
O grande desejo dos participantes, ao final do XVIII Encontro Nacional de Responsáveis de Pastoral Juvenil, se resume assim: “estar ao lado das juventudes, caminhar com elas, escutá-las nas suas mais diversas situações, para que tenham vida e vida em abundância”.
Presença das FMA
Representando as Filhas de Maria Auxiliadora participaram do encontro as coordenadoras inspetoriais da Pastoral Juvenil, as irmãs: Nádia Caetano dos Santos (Inspetoria Nossa Senhora da Amazônia, Manaus), Claudiane da Silva Cavalcanti (Inspetoria Maria Auxiliadora, Recife), Ana Maria Gomes Cordeiro (Inspetoria Madre Mazzarello, Belo Horizonte), Teresa Cristina Pisani Domiciano (Inspetoria Nossa Senhora Aparecida, São Paulo).
Também estiveram em Aparecida, as irmãs: Valentina Delfino, pelo Setor Juventude da Arquidiocese de Aparecida, São Paulo, e Kelly Gaioso, pelo Setor Juventude da Diocese de Juazeiro, Bahia.
Fonte: Irmã Maike Loes