Juventude e participação social: serviço e protagonismo

Terça, 15 Janeiro 2013 18:53 Escrito por 
  Em São Paulo, jovens católicos participam dos Conselhos Municipais de Juventude e são protagonistas na construção de propostas para uma sociedade mais justa e fraterna.     “A juventude é a porção mais delicada e preciosa da sociedade humana”. A frase de Dom Bosco exprime o pensamento salesiano sobre aqueles que passam por essa fase de profundas transformações. De modo geral, enquanto uma pequena parcela da sociedade vê os jovens como o futuro do país, outra os enxerga como alienados, problemas sociais ou a causa deles. Ao mesmo tempo em que a vulnerabilidade social aponta para a juventude como as maiores fontes de preocupação (violência, desemprego, abandono, baixo desempenho escolar, DST´s, drogas, gravidez sem amparo, entre outras), vislumbra-se uma mudança tendo como atores os próprios jovens. Embora não sejam maioria, muitos desempenham papéis dignos de orgulho, que servem de sementes para um futuro melhor.  

Um desses jovens é Félix Siriani, 26 anos, assessor de Pastoral do Colégio Dom Bosco de Americana, SP, presidente do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) e também conselheiro municipal de Juventude na mesma cidade. Graduado em Gestão de Políticas Públicas, iniciou na Igreja seu envolvimento político. “Com o passar dos anos, fui percebendo a importância e a necessidade de estar inserido também nos assuntos políticos, pois acredito que a justiça social é um dos princípios de Jesus Cristo”. Já a AJS veio como consequência de outro projeto: “Sempre senti o desejo de fazer uma experiência missionária. Foi quando um amigo me convidou para entrar no Grupo de Ação Missionária e, ao fazer parte deste, fui conhecendo a história de Dom Bosco e aplicando o carisma salesiano no meu projeto de vida, me envolvendo cada vez mais na AJS até ser convidado para representá-la no Conselho Nacional”, conta Félix.

Outro jovem que se destacou e chegou ao Conselho Municipal de Juventude é Anderson Gonçalves Brito, o Dinho, de 23 anos. Ele ocupa a cadeira de conselheiro juvenil para o segmento religioso na capital paulista. “Meu interesse em participar de espaços de representação de juventude começou quando ingressei na Pastoral da Juventude na minha paróquia, incentivado pelo padre Ticão, com quem aprendi que precisamos lutar pelos nossos direitos junto à sociedade, lutar por uma vida digna pra todos e todas”, conta.

 

Desafios

Trabalhar a serviço dos outros exige dedicação. Mas, para esses jovens, a atuação política é uma forma de unir a alegria e os desafios. “O que me dá mais prazer nessas ações é poder ajudar, mesmo que seja o mínimo, na construção da Civilização do Amor. Me sinto feliz em contribuir com os debates e ações que visam melhorar a vida da juventude, ou, nas palavras de Dom Bosco, ‘Salvar Almas’” diz Félix.

Dinho não difere do colega: “Apesar das dificuldades que o poder público tenta colocar, vejo que o CMJ está conseguindo manter uma regularidade nas reuniões e propostas e, o mais importante, pensar o bem das diversas juventudes da cidade de São Paulo”.

Ambos apontam o relacionamento com o poder público como um dos principais obstáculos a serem superados. Félix comenta que “como ‘propaganda eleitoral’ a juventude é prioridade, mas, pós-eleição, há uma repulsa e uma desvalorização nas ações voltadas para os jovens”.

Outro grande desafio enfrentado por quem atua nesses espaços é conciliar os compromissos públicos com os pessoais, como trabalho, família, namoro, religião e mesmo lazer.

Apesar disso, os dois jovens líderes acreditam que o trabalho político faz diferença na vida da juventude. “As representações políticas servem como elo e alerta para o poder público ouvir os jovens, para que as políticas públicas no setor sejam formuladas com a participação efetiva da juventude, o que denomina-se na teoria política ‘Sistema Bottom- Up’ (de baixo para cima)”, ressalta Félix. Dinho conclui dizendo que “em espaços como o CMJ, são jovens como outros jovens que discutem as realidades vivenciadas por eles”.

 

 

Outras experiências bem-sucedidas

É possível agir a favor da juventude também fora dos espaços oficiais de representação. A Articulação da Juventude Salesiana (AJS) desenvolve práticas neste sentido em todo o país por meio dos grupos de jovens, oratórios e projetos socioeducativos.

Em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, a participação dos educandos ligados ao Salesianos Ampare e à Casa de Dom Bosco na 8ª Conferência Estadual da Criança e do Adolescente, realizada em maio de 2012, resultou na criação de um grupo de educomunicadores que, por meio de um blog, um jornal mural e um site, divulgam informações e discutem sobre política, ética, liderança e outros temas relacionados à juventude.

Outro exemplo está na cidade de Campinas, interior paulista, onde a Rede Salesiana de Ação Social e a Pastoral Juvenil Salesiana realizaram, no mês de setembro, a 1ª Conferência de Jovens Líderes de Oratórios e Obras Sociais, na qual os participantes discutiram assuntos relacionados aos estatutos da Criança e do Adolescente e da Juventude. Como gesto concreto, elaboraram uma carta que será entregue ao papa Bento XVI durante a Jornada Mundial da Juventude. 

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Última modificação em Sexta, 18 Janeiro 2013 10:18

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Juventude e participação social: serviço e protagonismo

Terça, 15 Janeiro 2013 18:53 Escrito por 
  Em São Paulo, jovens católicos participam dos Conselhos Municipais de Juventude e são protagonistas na construção de propostas para uma sociedade mais justa e fraterna.     “A juventude é a porção mais delicada e preciosa da sociedade humana”. A frase de Dom Bosco exprime o pensamento salesiano sobre aqueles que passam por essa fase de profundas transformações. De modo geral, enquanto uma pequena parcela da sociedade vê os jovens como o futuro do país, outra os enxerga como alienados, problemas sociais ou a causa deles. Ao mesmo tempo em que a vulnerabilidade social aponta para a juventude como as maiores fontes de preocupação (violência, desemprego, abandono, baixo desempenho escolar, DST´s, drogas, gravidez sem amparo, entre outras), vislumbra-se uma mudança tendo como atores os próprios jovens. Embora não sejam maioria, muitos desempenham papéis dignos de orgulho, que servem de sementes para um futuro melhor.  

Um desses jovens é Félix Siriani, 26 anos, assessor de Pastoral do Colégio Dom Bosco de Americana, SP, presidente do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (AJS) e também conselheiro municipal de Juventude na mesma cidade. Graduado em Gestão de Políticas Públicas, iniciou na Igreja seu envolvimento político. “Com o passar dos anos, fui percebendo a importância e a necessidade de estar inserido também nos assuntos políticos, pois acredito que a justiça social é um dos princípios de Jesus Cristo”. Já a AJS veio como consequência de outro projeto: “Sempre senti o desejo de fazer uma experiência missionária. Foi quando um amigo me convidou para entrar no Grupo de Ação Missionária e, ao fazer parte deste, fui conhecendo a história de Dom Bosco e aplicando o carisma salesiano no meu projeto de vida, me envolvendo cada vez mais na AJS até ser convidado para representá-la no Conselho Nacional”, conta Félix.

Outro jovem que se destacou e chegou ao Conselho Municipal de Juventude é Anderson Gonçalves Brito, o Dinho, de 23 anos. Ele ocupa a cadeira de conselheiro juvenil para o segmento religioso na capital paulista. “Meu interesse em participar de espaços de representação de juventude começou quando ingressei na Pastoral da Juventude na minha paróquia, incentivado pelo padre Ticão, com quem aprendi que precisamos lutar pelos nossos direitos junto à sociedade, lutar por uma vida digna pra todos e todas”, conta.

 

Desafios

Trabalhar a serviço dos outros exige dedicação. Mas, para esses jovens, a atuação política é uma forma de unir a alegria e os desafios. “O que me dá mais prazer nessas ações é poder ajudar, mesmo que seja o mínimo, na construção da Civilização do Amor. Me sinto feliz em contribuir com os debates e ações que visam melhorar a vida da juventude, ou, nas palavras de Dom Bosco, ‘Salvar Almas’” diz Félix.

Dinho não difere do colega: “Apesar das dificuldades que o poder público tenta colocar, vejo que o CMJ está conseguindo manter uma regularidade nas reuniões e propostas e, o mais importante, pensar o bem das diversas juventudes da cidade de São Paulo”.

Ambos apontam o relacionamento com o poder público como um dos principais obstáculos a serem superados. Félix comenta que “como ‘propaganda eleitoral’ a juventude é prioridade, mas, pós-eleição, há uma repulsa e uma desvalorização nas ações voltadas para os jovens”.

Outro grande desafio enfrentado por quem atua nesses espaços é conciliar os compromissos públicos com os pessoais, como trabalho, família, namoro, religião e mesmo lazer.

Apesar disso, os dois jovens líderes acreditam que o trabalho político faz diferença na vida da juventude. “As representações políticas servem como elo e alerta para o poder público ouvir os jovens, para que as políticas públicas no setor sejam formuladas com a participação efetiva da juventude, o que denomina-se na teoria política ‘Sistema Bottom- Up’ (de baixo para cima)”, ressalta Félix. Dinho conclui dizendo que “em espaços como o CMJ, são jovens como outros jovens que discutem as realidades vivenciadas por eles”.

 

 

Outras experiências bem-sucedidas

É possível agir a favor da juventude também fora dos espaços oficiais de representação. A Articulação da Juventude Salesiana (AJS) desenvolve práticas neste sentido em todo o país por meio dos grupos de jovens, oratórios e projetos socioeducativos.

Em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, a participação dos educandos ligados ao Salesianos Ampare e à Casa de Dom Bosco na 8ª Conferência Estadual da Criança e do Adolescente, realizada em maio de 2012, resultou na criação de um grupo de educomunicadores que, por meio de um blog, um jornal mural e um site, divulgam informações e discutem sobre política, ética, liderança e outros temas relacionados à juventude.

Outro exemplo está na cidade de Campinas, interior paulista, onde a Rede Salesiana de Ação Social e a Pastoral Juvenil Salesiana realizaram, no mês de setembro, a 1ª Conferência de Jovens Líderes de Oratórios e Obras Sociais, na qual os participantes discutiram assuntos relacionados aos estatutos da Criança e do Adolescente e da Juventude. Como gesto concreto, elaboraram uma carta que será entregue ao papa Bento XVI durante a Jornada Mundial da Juventude. 

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