O cardeal exorta as partes em luta a se encontrarem para retomar as negociações de paz e, desse modo, dar fim a um conflito armado que dura décadas e que causou milhares de vítimas e feridos, inclusive entre os civis.
Participando da peregrinação anual ao santuário mariano de Nyaunglebin, na região de Bago, centro-sul do país, junto a bispos e sacerdotes birmaneses, o purpurado renovou sua mensagem de unidade e reconciliação. No contexto das celebrações, o purpurado soltou algumas pombas como gesto de paz e harmonia entre as pessoas, credos e etnias.
Dirigindo-se aos militares, o cardeal Bo renovou com veemência o convite a retomar os colóquios com os grupos armados, em particular o “Kachin Independence Army” e as milícias rebeldes “Kolang” no Estado Shan.
O arcebispo de Yangun ressaltou que é importante encontrar-se face a face para escrever realmente a palavra fim aos conflitos no país.
“As pessoas estão sofrendo por causa da guerra e cabe ao exército, que se considera pai (da nação), conduzir as negociações”, observou o purpurado.
Dias atrás o purpurado encontrou – pela primeira vez como cardeal – mais de 50 mil fiéis, provenientes de várias zonas do país do sudeste asiático para participar da peregrinação mariana. Dirigindo-se à comunidade católica, renovou seu compromisso em favor da paz e da reconciliação entre os diferentes grupos de Mianmar.
Por fim, o cardeal Bo propõe-se a trabalhar em primeira pessoa pelo estabelecimento de relações diplomáticas oficiais entre a Santa Sé e Mianmar.