A segunda viagem asiática do Papa Francisco foi uma contínua sucessão de falas e gestos, de grande impacto e profundo testemunho evangélico. Deixando até textos oficiais, o Santo Padre procurou instaurar com seus interlocutores um autêntico diálogo, sem evitar os temas mais atuais para a sociedade filipina, nem as perguntas que são um desafio também para a fé. “Hoje ouvi a única pergunta que não tem resposta: por que sofrem as crianças?”, disse o Papa a uma ex-menina de rua.
Em sua visita ao maior país católico do continente asiático, aprofundou três temas principais: o ambiente – sobre o qual está em preparação também uma encíclica; a integridade moral em oposição à difundida corrupção; e os pobres. Mas dos três temas, o Papa foi mais incisivoem relação ao terceiro: o da atenção aos pobres, aos necessitados, a quem não têm mais nada, como as vítimas do ciclone Haiyan, que em 2013 flagelou Tacloban.
Perante a imensa multidão de fiéis envoltos em impermeáveis amarelos por causa da chuva densa, o Santo Padre confidenciou haver estabelecido ir às Filipinas exatamente depois de ter visto as imagens das devastações feitas pelo ciclone; e quase se desculpou de ter ido tantos meses depois. “A cada um de vós Deus responde, aos vossos corações dEle amados... Tantos de vós perderam tudo: eu não sei o que dizer-vos. Mas Deus sabe o que dizer-vos!”, disse.
Ontem, durante a Missa no ‘Rizal Park’, de Manila, onde se realizam as posses dos novos presidentes, isto é, o lugar “dos novos inícios”, o Papa celebrou a Santa Missa perante cerca de seis milhões de pessoas, no maior encontro de fiéis com um Papa, jamais ocorrido. “No decorrer da minha visita ouvi cantar: ‘Somos todos filhos de Deus’: isto é o que o ‘Santo Niño’ vem dizer-nos. Vem lembrar-nos da nossa mais profunda identidade: todos nós somos filhos de Deus, membros da Família de Deus!”, foi a mensagem conclusiva da sua visita.