Hoje ressoam ainda as palavras do Pontífice: "A paz não pode estar baseada em uma falsa retórica de palavras bem aceitas, porque correspondem às profundas e genuínas aspirações dos homens, mas que podem servir também, e serviram de fato algumas vezes, para esconder o vazio do verdadeiro espírito e das reais intenções de paz, ou até mesmo para cobrir sentimentos e ações de prepotência ou interesse de partes".
A memória de Paulo VI nos leva ao Vaticano, ao passado 8 de junho de 2014, quando o Papa Francisco e os dois presidentes da Palestina e Israel se reuniram para invocar o fim dos conflitos no Oriente Médio: «Para fazer a paz é preciso coragem, muito mais do que para fazer a guerra». A coragem da paz está faltando e a guerra continua a fazer vítimas inocentes e perseguições em tantas nações do mundo.
A Mensagem do Papa Francisco para a XLVIII Jornada Mundial da Paz, com o tema "Não mais escravos, mas irmãos", diz respeito não apenas ao fundamento da paz, mas à sua realização concreta nas relações interpessoais. É um convite para transformar as relações sociais de uma relação de dependência-escravidão e de negação da humanidade do outro, para uma relação de fraternidade vivida entre irmãos e irmãs porque filhos do mesmo Pai.
A escravidão é uma ferida terrível, aberta no corpo da sociedade contemporânea. Para combatê-la eficazmente é preciso antes de tudo reconhecer a dignidade inviolável de cada pessoa humana, e ainda manter firme a referência à fraternidade, que exige a superação da desigualdade pela qual um homem pode tornar outro homem escravo, e o consequente empenho de proximidade e gratuidade para um caminho de libertação e inclusão de todos.
Contra a chaga da escravidão é preciso um compromisso comum que envolva todos, tanto em nível local famílias, escolas, paróquias ...- como em nível global de Instituições estatais e da sociedade civil. Serem todos filhos de Deus torna os seres humanos irmãos e irmãs, com igual dignidade.
O Papa define a escravidão como crime de lesa humanidade e ruptura da fraternidade e rejeição da comunhão e convoca a família: «Em um mundo tantas vezes assinalado pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de partilha; e estas atitudes beneficiam toda a sociedade». Enquanto primeira escola da vida e lugar primário da fraternidade, não deve se tornar um lugar no qual a vida é traída, desprezada, negada, manipulada e vendida como se se pudesse dispor desse dom segundo os próprios interesses.
Madre Geral das Filhas de Maria Auxiliadora, Me. Yvonne Reungoat, afirma: "Como Instituto educacional, reafirmamos nossa escolha pela educação. A violência gratuita contra crianças inocentes e a tragédia de tanta famílias no luto reforçam o nosso compromisso no âmbito educacional. É aí que se põem as bases para uma cultura da vida, para o convívio das diferenças, o respeito dos direitos e deveres de cada pessoa, de cada cidadão. Aí se aprende a superar os conflitos e se cultivam sentimentos de solidariedade e de paz. Juntos, como comunidades educativas, queremos nos empenhar com convicção ainda maior, para formar aos valores indissolúveis da vida, da família chamada a cuidar dela desde seu nascimento, ao senso cívico, ao respeito dos direitos humanos, à democracia."
A mensagem da Paz, em sintonia com o caminho pós-capitular sobre o qual é preciso refletir, aprofundar pessoalmente e nos vários organismos de animação local e inspetorial, toque o coração de todas as comunidades para construir um futuro duradouro de paz e de fraternidade!
FMA - Filhas de Maria Auxiliadora