A situação
Finalmente, a guerra entre Gaza e Israel terminou no dia 26 de agosto. O conflito, que começou em 8 de julho, durou 50 dias. Todavia, está já foi a terceira guerra em poucos anos e isso nos leva a refletir. A primeira destas guerras se deu entre 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009; a segunda, de 14 a 21 de novembro de 2009. E esta, a terceira, não foi apenas a maior, mas também a mais sangrenta e desastrosa. Gaza conta suas vítimas: 2.143 mortos, incluindo 490 crianças, muitas mulheres e também cerca de 11 mil feridos, entre eles, três mil crianças.
Mais de 500 mil pessoas estão desabrigadas, uma vez que foram destruídas ou tornadas inabitáveis mais de 20.000 casas e edifícios. Para a reconstrução, serão necessários cerca de 4,5 bilhões de euros. Para os itens de ajuda humanitária mais urgente (alimentos, água, remédios, eletricidade ...) calcula-se que sejam necessários mais de 200 milhões de euros. Israel também lamenta suas 70 vítimas, incluindo seis civis e uma criança. Para combater e interceptar os foguetes disparados da Faixa de Gaza (uma chuva de 3.700 deles) e na intenção de destruir a extensa rede de túneis subterrâneos, Israel disparou 3.700 mísseis lançando uma operação militar chamada "Protective Edge" (Borda de Proteção).
Será que é mesmo necessário tanto sangue derramado para apaziguar os corações e levar as partes adversárias a um diálogo? Por agora, graças à mediação do Egito, chegou-se a um acordo de trégua de "cessar-fogo" ilimitado (desde que nenhuma das partes quebre o pacto), com a intenção de encontrar-se, em um mês, para conversar e negociar. Naquela data serão confrontadas as principais reivindicações das duas partes: Israel pede a desmilitarização da Faixa e Gaza exige um porto, um aeroporto, e maior possibilidade de circulação para seus cidadãos.
Algumas pequenas concessões já foram colocadas em prática, como a reabertura da travessia para Israel dos doentes, comerciantes e palestinos, que tenham autorizações especiais; a redução da zona de exclusão para os agricultores de Gaza próximos da fronteira, e a expansão da zona de pesca no mar Mediterrâneo.
Os salesianos na Terra Santa, durante a última guerra
Atualmente há cinco presenças dos Salesianos (SDB) na Terra Santa: três em Israel (Jerusalém, Nazaré e Beit Gemal) e duas na Palestina (Belém e Cremisã). Da mesma forma, há quatro presenças das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA): duas em Israel (Jerusalém e Nazaré) e duas na Palestina (Belém e Cremisã). Por causa da maior distância que as separa dos locais centrais do conflito, suas obras e trabalhos não sofreram danos materiais e nenhum de seus destinatários foi diretamente afetado. É evidente que todos, alguns mais do que outros, foram afetados pela situação geral, em solidariedade com a população tocada pelo conflito. Vários grupos de peregrinos e/ou de estudo, que já estavam de viagem marcada e em contato conosco, tiveram que desmarcar seus compromissos, dada a emergência.
Oramos pela paz de todas as formas, é a única arma que dispomos. Em nossos meios, frequentados por árabes, cristãos e muçulmanos (os judeus frequentam suas próprias instituições), educamos os jovens e os educadores no espírito de paz, em todas as suas nuances. Não é fácil, especialmente em situações como essa, mas o método e estilo salesiano de Dom Bosco, que depende de razão, religião e bondade, abre uma brecha nos corações dos jovens.