Salesianos de Madri na luta contra a utilização de soldados-mirins

Quinta, 13 Fevereiro 2014 14:10 Escrito por  InfoANS
“Na milícia tinha tudo o que eu queria: meninas, cigarro, álcool...” – este o testemunho de um menino congolês de 14 anos, que atualmente se encontra em um centro salesiano para reinserir-se na sociedade civil. Deixou para trás o horror das armas. Mas há ainda 300.000 crianças que não tiveram a sorte de serem libertado/as, como diz um comunicado de imprensa, divulgado pela Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri, Espanha.

Para as Nações Unidas soldado mirim é toda pessoa com menos de 18 anos que faz parte de qualquer tipo de forças armadas, regulares ou irregulares, seja qual for a sua função. Não se fala por isso apenas de crianças que estão a brandir armas: trata-se também de cozinheiros, mensageiros, e de meninas recrutadas para fins sexuais. A relação da Assembleia Geral do Conselho de Segurança das Nações Unidas (maio de 2013) afirma que neste momento, ‘50 grupos armados e oito governos recrutam ou utilizam crianças e adolescentes em contextos de hostilidade’, sem contar aqueles que estão integrados nas milícias para dar suporte aos governos.

Ainda que os dados não sejam completos, é claro que quando surge um conflito, os menores de idade representam um recurso fácil, “uma força militar muito econômica e obediente: não pensam nas consequências das suas ações em guerra, comem menos, são fáceis de substituir” – como explica um dos salesianos do Centro Dom Bosco, de Goma Ngangi. Mas em breve, serão crianças, meninas, jovens violentamente desenraizados/as que encontram na milícia uma espécie de família.

Várias são as causas: pobreza, desagregação familiar, abandono da escola, abusos, sequestros... O trabalho não consiste somente em curar as feridas por meio da reinserção na sociedade, como faz, por exemplo, a obra ‘Ciudad Don Bosco’, de Medellín, na Colômbia, que nos seus 10 anos de história já reabilitou 280 crianças ex-guerrilheiras; trata-se também – se não prevalentemente – de trabalhar sobre a prevenção: fornecendo às crianças e adolescentes, e às suas famílias uma educação integral, fundada no amor e no respeito.

 

“Agir com força sobre as causas não basta – prossegue o comunicado de imprensa –. Assim, por ocasião do Dia Internacional contra a utilização de soldados-mirins, celebrado na quinta-feira, 12 de fevereiro, a Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri, lança um apelo aos governos e às organizações internacionais, para que se usem tais práticas e se atuem as medidas preventivas”.
 

Conheça melhor o trabalho desenvolvido pela Procuradoria Missionária de Madri clicando aqui.
 

InfoANS

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Última modificação em Sexta, 29 Agosto 2014 11:58

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Salesianos de Madri na luta contra a utilização de soldados-mirins

Quinta, 13 Fevereiro 2014 14:10 Escrito por  InfoANS
“Na milícia tinha tudo o que eu queria: meninas, cigarro, álcool...” – este o testemunho de um menino congolês de 14 anos, que atualmente se encontra em um centro salesiano para reinserir-se na sociedade civil. Deixou para trás o horror das armas. Mas há ainda 300.000 crianças que não tiveram a sorte de serem libertado/as, como diz um comunicado de imprensa, divulgado pela Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri, Espanha.

Para as Nações Unidas soldado mirim é toda pessoa com menos de 18 anos que faz parte de qualquer tipo de forças armadas, regulares ou irregulares, seja qual for a sua função. Não se fala por isso apenas de crianças que estão a brandir armas: trata-se também de cozinheiros, mensageiros, e de meninas recrutadas para fins sexuais. A relação da Assembleia Geral do Conselho de Segurança das Nações Unidas (maio de 2013) afirma que neste momento, ‘50 grupos armados e oito governos recrutam ou utilizam crianças e adolescentes em contextos de hostilidade’, sem contar aqueles que estão integrados nas milícias para dar suporte aos governos.

Ainda que os dados não sejam completos, é claro que quando surge um conflito, os menores de idade representam um recurso fácil, “uma força militar muito econômica e obediente: não pensam nas consequências das suas ações em guerra, comem menos, são fáceis de substituir” – como explica um dos salesianos do Centro Dom Bosco, de Goma Ngangi. Mas em breve, serão crianças, meninas, jovens violentamente desenraizados/as que encontram na milícia uma espécie de família.

Várias são as causas: pobreza, desagregação familiar, abandono da escola, abusos, sequestros... O trabalho não consiste somente em curar as feridas por meio da reinserção na sociedade, como faz, por exemplo, a obra ‘Ciudad Don Bosco’, de Medellín, na Colômbia, que nos seus 10 anos de história já reabilitou 280 crianças ex-guerrilheiras; trata-se também – se não prevalentemente – de trabalhar sobre a prevenção: fornecendo às crianças e adolescentes, e às suas famílias uma educação integral, fundada no amor e no respeito.

 

“Agir com força sobre as causas não basta – prossegue o comunicado de imprensa –. Assim, por ocasião do Dia Internacional contra a utilização de soldados-mirins, celebrado na quinta-feira, 12 de fevereiro, a Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri, lança um apelo aos governos e às organizações internacionais, para que se usem tais práticas e se atuem as medidas preventivas”.
 

Conheça melhor o trabalho desenvolvido pela Procuradoria Missionária de Madri clicando aqui.
 

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