Quase tudo o que sabemos sobre Domingos Sávio se deve justamente a esse texto, escrito por Dom Bosco para os seus “caríssimos” jovens de Valdocco, ou seja, para aqueles que o tiveram como colega de escola, pátio, igreja, dormitório, excursões.
Dom Bosco, ao traçar o seu perfil, o propôs como modelo de virtude para todos os jovens da época, tanto que ele mesmo fez várias edições do livro. Depois, com a canonização feita pelo Papa Pio XII na Basílica de São Pedro em Roma, no dia 12 de junho de 1954, Domingos Sávio tornou-se modelo de santidade juvenil para a Igreja em âmbito mundial. Os salesianos, por sua vez, difundiram o seu conhecimento, também se servindo com frequência de algumas expressões – a mais famosa: “nós fazemos consistir a santidade em estar sempre alegres” – que, fora do contexto, correram o risco de não serem corretamente interpretadas no seu verdadeiro significado.
O mundo de hoje afastou-se irremediavelmente da época de Dom Bosco: os jovens do século XXI são bem diferentes daqueles que conviveram com Domingos Sávio. É possível perguntar se a biografia do jovem Domingos Sávio pode ser simplesmente posta na mão de um “jovem do smartphone”, se os acontecimentos, as palavras, os fatos, os diálogos que se encontram na obra “falam” ainda hoje aos jovens.
Provavelmente não, a não ser que se coloque ao lado deles um educador sábio que ajude a “entender” o ambiente de Valdocco, “interpretar” as páginas de Dom Bosco, “reler” as expressões de Domingos Sávio, “decodificar” as mensagens internas... em poucas palavras, “atualizar” a figura do santo, “reapresentar” a sua figura segundo a sensibilidade, a cultura, a teologia de hoje.
Esse é o verdadeiro desafio que a memória litúrgica de Domingos Sávio lança hoje a pais, professores, educadores, sacerdotes, religiosos. Ainda mais considerando a proximidade do Sínodo sobre os jovens e a fé.
Fonte: Info ANS