"Verdadeiro jejum é ajudar os outros"

Sexta, 03 Março 2017 21:52 Escrito por  Cidade do Vaticano (RV)
O verdadeiro jejum, agradável a Deus, foi o tema da homilia do Papa Francisco na missa celebrada na manhã de sexta-feira (03/03), na Capela da Casa Santa Marta.
As leituras do dia falam do jejum, isto é",  explica o Papa, “da penitência a que somos convidados a fazer no tempo da Quaresma” para aproximar-nos do Senhor. A Deus agrada “o coração penitente”, diz o Salmo, “o coração que se sente pecador e sabe ser pecador”.
 
Na primeira leitura tirada do Livro do Profeta Isaías Deus repreende a falsa religiosidade dos hipócritas que jejuam enquanto cuidam dos próprios negócios, oprimem os operários e brigam “ferindo com punhos iníquos”. Por um lado fazem penitência e por outro cometem injustiças, fazendo “negócios sujos”. O Senhor, ao contrário, pede um jejum verdadeiro, atento ao próximo: “O outro é o jejum “hipócrita” – é a palavra que Jesus tanto usa. É um jejum para se mostrar ou para sentir-se justo, mas ao mesmo tempo cometem injustiças, não são justos, exploram as pessoas. “Mas eu sou generoso, farei uma bela oferta à Igreja”, ou  'Mas me diga, tu pagas o justo às tuas domésticas? Paga teus funcionários sem assinar a carteira? Ou como quer a lei, para que possam dar de comer aos seus filhos?’”.
 
Surpresas
 
O Papa Francisco fala de um caso ocorrido logo após a II Guerra Mundial com o Padre jesuíta Padre Arrupe, quando era missionários no Japão. Um rico homem de negócios fez a ela uma doação para atividades de evangelização, mas o acompanhava um fotógrafo e um jornalista. O envelope continha somente  U$ 10: “Nós também fazemos o mesmo quando não pagamos o justo à nossa gente. Pegamos de nossas penitências, de nossos gestos, do jejum, da esmola, aceitamos uma propina: o suborno da vaidade, de se mostrar. Isso não é autenticidade, é hipocrisia. Por isso, quando Jesus diz ‘Quando vocês rezarem, entrem no seu quarto, fechem a porta, no escondido, quando derem esmola não façam soar a trombeta, quando jejuar não fiquem tristes. É o mesmo que dizer: Por favor, quando vocês fizerem uma boa obra não aceitem propina desta boa obra, é somente para o Pai.”
O Papa citou o Profeta Isaías, quando o Senhor fala aos hipócritas sobre o jejum verdadeiro. Palavras significativas também “para os nossos dias”: 
“Não é este o jejum que escolhi: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, e romper todo tipo de sujeição? Não consiste talvez em dividir o pão com o faminto, deixar entrar em casa os pobres, os sem-teto, vestir o que está nu sem transcurar os próprios parentes? Pensemos nestas palavras, pensemos em nosso coração, como nós jejuamos, rezamos, damos esmolas. Nos ajudará também a pensar: o que sente um homem depois de um jantar, que custou 200 euros, por exemplo, e volta para casa, vê um faminto, não olha para ele e continua caminhando? Nos fará bem pensar nisso.”
(JE/MJ)
 
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Última modificação em Quinta, 27 Junho 2024 19:52

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Sexta, 03 Março 2017 21:52 Escrito por  Cidade do Vaticano (RV)
O verdadeiro jejum, agradável a Deus, foi o tema da homilia do Papa Francisco na missa celebrada na manhã de sexta-feira (03/03), na Capela da Casa Santa Marta.
As leituras do dia falam do jejum, isto é",  explica o Papa, “da penitência a que somos convidados a fazer no tempo da Quaresma” para aproximar-nos do Senhor. A Deus agrada “o coração penitente”, diz o Salmo, “o coração que se sente pecador e sabe ser pecador”.
 
Na primeira leitura tirada do Livro do Profeta Isaías Deus repreende a falsa religiosidade dos hipócritas que jejuam enquanto cuidam dos próprios negócios, oprimem os operários e brigam “ferindo com punhos iníquos”. Por um lado fazem penitência e por outro cometem injustiças, fazendo “negócios sujos”. O Senhor, ao contrário, pede um jejum verdadeiro, atento ao próximo: “O outro é o jejum “hipócrita” – é a palavra que Jesus tanto usa. É um jejum para se mostrar ou para sentir-se justo, mas ao mesmo tempo cometem injustiças, não são justos, exploram as pessoas. “Mas eu sou generoso, farei uma bela oferta à Igreja”, ou  'Mas me diga, tu pagas o justo às tuas domésticas? Paga teus funcionários sem assinar a carteira? Ou como quer a lei, para que possam dar de comer aos seus filhos?’”.
 
Surpresas
 
O Papa Francisco fala de um caso ocorrido logo após a II Guerra Mundial com o Padre jesuíta Padre Arrupe, quando era missionários no Japão. Um rico homem de negócios fez a ela uma doação para atividades de evangelização, mas o acompanhava um fotógrafo e um jornalista. O envelope continha somente  U$ 10: “Nós também fazemos o mesmo quando não pagamos o justo à nossa gente. Pegamos de nossas penitências, de nossos gestos, do jejum, da esmola, aceitamos uma propina: o suborno da vaidade, de se mostrar. Isso não é autenticidade, é hipocrisia. Por isso, quando Jesus diz ‘Quando vocês rezarem, entrem no seu quarto, fechem a porta, no escondido, quando derem esmola não façam soar a trombeta, quando jejuar não fiquem tristes. É o mesmo que dizer: Por favor, quando vocês fizerem uma boa obra não aceitem propina desta boa obra, é somente para o Pai.”
O Papa citou o Profeta Isaías, quando o Senhor fala aos hipócritas sobre o jejum verdadeiro. Palavras significativas também “para os nossos dias”: 
“Não é este o jejum que escolhi: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, e romper todo tipo de sujeição? Não consiste talvez em dividir o pão com o faminto, deixar entrar em casa os pobres, os sem-teto, vestir o que está nu sem transcurar os próprios parentes? Pensemos nestas palavras, pensemos em nosso coração, como nós jejuamos, rezamos, damos esmolas. Nos ajudará também a pensar: o que sente um homem depois de um jantar, que custou 200 euros, por exemplo, e volta para casa, vê um faminto, não olha para ele e continua caminhando? Nos fará bem pensar nisso.”
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