Dom Bosco, escrevendo suas ‘Memórias do Oratório’, contou o seu amabilíssimo encontro com um jovem órfão, na igreja de São Francisco de Assis, em Turim, igreja que com tantos laços a unem a Dom Bosco. Fora ali que Dom Bosco celebrara a primeira Santa Missa seis meses antes. Padre Cafasso, seu confessor, ali vivia, em um dos quartos, situado sobre a sacristia. E ao lado da sacristia ficava o pequeno pátio que Dom Bosco usava para aquele primeiro grupo de rapazes juntados por ele.
Pois bem, esse jovem órfão, de nome Bartolomeu Garelli, migrante vindo das terras de Ásti, adentrara naquela manhã fria de 8 de dezembro aquela sacristia enquanto Dom Bosco estava para celebrar a Santa Missa. Se não fosse pela presença de Dom Bosco, aquele jovem nunca mais, por obra do sacristão, teria voltado ali. Terminada a missa, pôs-se a falar com ele muito gentilmente, durante algum tempo, terminando a catequética conversa com a récita da Ave-Maria.
A importância desse primeiro encontro está no fato que depois desse jovem vieram muitos outros jovens necessitados, para se encontrarem com Dom Bosco e depois com os seus salesianos, em oratórios, centros de formação, escolas, paróquias..., primeiramente na Itália, depois na Europa, por fim em todo o mundo.
Cada gesto em favor dos jovens necessitados feito pelos salesianos continua a vir abençoado pela proteção de Maria, d’Aquela “que tudo fez”.
“Que lindo presente nos deu Dom Bosco recordando-nos o início do oratório no dia da Imaculada, comentou em 8 de dezembro o padre Ángel Fernández Artime, reitor-mor, durante a homilia da missa pela Solenidade da Imaculada Conceição celebrada para a Comunidade Salesiana da Pisana. Só esta ocorrência é já uma profecia!”
“São tantos os Bartolomeu Garelli em todo o mundo, prosseguiu. Não pelas sacristias quiçá, mas certamente pelos cruzamentos de ruas, pelas ruas, estações de ônibus e trens, nas casas de detenção para menores, nos bairros das periferias geográficas ou sociais, na penumbra das famílias esfaceladas ou por entre os escombros das guerras ou das lixeiras da abundância…
Também nós somos hoje convidados pelo Evangelho a responder, com confiança, ainda que mexidos por algum temor: “Eis-nos, Senhor! Eis-nos, os vossos servos, os filhos de Dom Bosco! Faça-se em nós segundo a Vossa palavra!”.