Essa experiência, pouco a pouco, foi sendo imitada por outros sacerdotes ao longo dos séculos na Itália, até se tornar um patrimônio pastoral de muitas dioceses, paróquias e instituições religiosas.
Dom Bosco, que viveu em Turim três séculos depois (de 1815-1888), encontrou de modo popularizado, essa experiência educativa voltada para as crianças, os adolescentes e os jovens em muitas dioceses, paróquias e instituições.
Todavia, Dom Bosco sendo profundo conhecedor, da realidade de milhares de jovens pobres, imigrantes, sem paróquias, viciados, sem famílias, sem formação religiosa, abandonados e que vagavam pelas ruas de Turim (Itália), iniciou uma proposta de oratório completamente nova para eles: uma experiência aberta a todos, sem fronteira religiosa, com diversidade de propostas educativas; aos poucos, passando por dias festivos e domingos, chegou ao tempo integral, cotidianamente. Surgia, então, uma nova Pastoral Juvenil, uma nova forma de evangelizar e educar os jovens, a partir do lazer.
Dom Bosco foi um grande reformador do oratório ampliando suas atividades e seu modo de organizá-lo, mas conservou a mesma finalidade educativo-pastoral. Para Dom Bosco o Oratório era uma experiência de atividade com uma única finalidade: evangelizar educando e educar evangelizando seus participantes, ou seja, conforme suas palavras: “formar bons cristãos e honestos cidadãos”. Tratava-se da promoção da educação informal por meio do esporte, recreação, música, teatro, dança, da boa convivência, das atividades religiosas. Tudo de forma muito familiar e criativa! Do jeito dos jovens!
Portanto, um oratório sem educação e sem preocupação pastoral, vira “bolatório” (lugar só de bolas, ou esporte). Isso Dom Bosco não queria. Um oratório sem Deus não é Oratório Salesiano; um oratório que não fala de Jesus Cristo não é Oratório Salesiano; o oratório onde não se anuncia a Palavra de Deus, não é Oratório Salesiano; o oratório onde não se fala de Nossa Senhora, não é Oratório Salesiano; o oratório onde não há um bom ambiente educativo e clima humano respeitoso, não é Oratório Salesiano. Não basta o lazer sadio.
Para sermos fieis aos ideais de Dom Bosco devemos preservar a identidade do Oratório Salesiano como espaço de promoção de atividades sócio-educativas e evangelizadoras, por meio do esporte, da música, do teatro, da dança, da boa palavra, das boas amizades, dos grupos infanto-juvenis, da oração, das boas mensagens. Quem participa disso sabe como é tão agradável.
Os primeiros parceiros colaboradores de Dom Bosco foram os próprios jovens como evangelizadores de outros jovens. Isso é o que os salesianos (as) continuam a fazer. Por isso, é sempre uma necessidade capacitar novos jovens para que possam continuar esse maravilhoso serviço de lazer sadio, formação humana e evangelização criativa. Eis uma pequena contribuição preventiva à criminalidade juvenil.
Enfim, para que o Oratório Salesiano possa continuar com sua seriedade educativa e evangelizadora, é preciso contar com uma equipe séria, sensível, animada, criativa e estável de voluntários animadores. Os animadores do Oratório Salesiano são educadores e devem levar a sério a missão de educar e evangelizar os seus colegas. Em geral, o fazem com grande alegria. É uma linda experiência de voluntariado juvenil.
O Oratório da Missão Salesiana de Santa Isabel, do Rio Negro, no Amazonas, faz parte do cotidiano durante as tardes. Mas às segundas, quartas e sextas-feiras há especial participação de mais de 250 adolescentes e jovens, que à noite por pouco mais de duas horas se encontram para brincar, conversar, ouvir uma boa música e boas mensagens. Neste período os salesianos e colaboradores trabalham a prevenção contra os vícios, a violência e a criminalidade em geral. Pois é sabido que quando os jovens estão ocupados com o bem ouvindo boas mensagens, permanecem bons e crescem sadiamente. Um estimulo as paróquias para estimular a promoção dessa opção para os jovens.