Zâmbia: meu tempo, meus lugares, minha África

Sexta, 15 Abril 2016 11:55 Escrito por  InfoANS
Zâmbia: meu tempo, meus lugares, minha África InfoANS
‘Cidade da Esperança’: assim as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) chamam um orfanato de 57 meninas. Estava ali para ensinar. Dar aulas às crianças. Os inícios foram difíceis. Quando me acheguei à Anastácia, gritou-me: “Não me toque! Não preciso de ninguém!”. Parei imóvel, a pensar, desarmada: não podia imaginar que uma criatura tão bonita fosse ao mesmo tempo tão inacessível, conta Por Wioletta Ciseł, FMA.

É muito um ano na África? Antes de partir para a Zâmbia, África, foi o que me perguntava com frequência. Agora sou feliz por Deus ter-me levado à Zâmbia. Por um ano. Deu-me o tempo e a paciência para chegar a cada uma das meninas. Sobretudo, para compreender ‘por que sofrem’.

 

Antes de começar o meu voluntariado, falei muito com Deus: lutei muito com Ele. De fato pensava que isso não seria para mim. Que não iria aguentar. Hoje sei que me mandou para a Zâmbia para que eu mudasse o meu coração e o meu modo de pensar. Tive de ir até ao outro lado do mundo para valorizar meus pais, valorizar quanto me deram na vida e como me educaram... Apreciei, sobretudo, o Dom da Eucaristia. Vi as populações das florestas esperar por meses e meses para poderem receber a Eucaristia. A Missa às 6 horas tornou-se o fundamento da minha missão na África.

 

Lembro-me de Nellie. Contava sem pausa histórias e histórias de dragões e princesas...Um mistério como ela as conhecesse todas, porque, que eu soubesse, ninguém lhe leu histórias de boa noite... E dizer que ela estava na “Cidade da Esperança” havia poucos anos!

 

Lembro-me de Cecilia que sempre chegava tarde à aula, por isso um dia lhe disse para esperar para poder recuperar as lições e ela se ofendeu e não  falou comigo por dias e dias. Depois de uma semana, enquanto rezávamos o rosário, veio sentar-se perto de mim, tomou-me pela mão e disse: “Senti sua falta!”. Desde então sempre foi pontual.

 

Com frequência não havia dedos suficientes para dar a cada menina um para segurar: para fazê-las sentir-se amadas, não tanto por mim, mas por Deus.

 

Vivi um ano maravilhoso. Um ano de vida em comum. Com pessoas excepcionais. Com Deus, ainda mais excepcional! A missão me ensinou a agradecer a Deus pelo tempo. Pelo lugar. Pelas crianças às quais me enviou!

 

InfoANS

 

 

 

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Última modificação em Quarta, 20 Abril 2016 01:26

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Sexta, 15 Abril 2016 11:55 Escrito por  InfoANS
Zâmbia: meu tempo, meus lugares, minha África InfoANS
‘Cidade da Esperança’: assim as Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) chamam um orfanato de 57 meninas. Estava ali para ensinar. Dar aulas às crianças. Os inícios foram difíceis. Quando me acheguei à Anastácia, gritou-me: “Não me toque! Não preciso de ninguém!”. Parei imóvel, a pensar, desarmada: não podia imaginar que uma criatura tão bonita fosse ao mesmo tempo tão inacessível, conta Por Wioletta Ciseł, FMA.

É muito um ano na África? Antes de partir para a Zâmbia, África, foi o que me perguntava com frequência. Agora sou feliz por Deus ter-me levado à Zâmbia. Por um ano. Deu-me o tempo e a paciência para chegar a cada uma das meninas. Sobretudo, para compreender ‘por que sofrem’.

 

Antes de começar o meu voluntariado, falei muito com Deus: lutei muito com Ele. De fato pensava que isso não seria para mim. Que não iria aguentar. Hoje sei que me mandou para a Zâmbia para que eu mudasse o meu coração e o meu modo de pensar. Tive de ir até ao outro lado do mundo para valorizar meus pais, valorizar quanto me deram na vida e como me educaram... Apreciei, sobretudo, o Dom da Eucaristia. Vi as populações das florestas esperar por meses e meses para poderem receber a Eucaristia. A Missa às 6 horas tornou-se o fundamento da minha missão na África.

 

Lembro-me de Nellie. Contava sem pausa histórias e histórias de dragões e princesas...Um mistério como ela as conhecesse todas, porque, que eu soubesse, ninguém lhe leu histórias de boa noite... E dizer que ela estava na “Cidade da Esperança” havia poucos anos!

 

Lembro-me de Cecilia que sempre chegava tarde à aula, por isso um dia lhe disse para esperar para poder recuperar as lições e ela se ofendeu e não  falou comigo por dias e dias. Depois de uma semana, enquanto rezávamos o rosário, veio sentar-se perto de mim, tomou-me pela mão e disse: “Senti sua falta!”. Desde então sempre foi pontual.

 

Com frequência não havia dedos suficientes para dar a cada menina um para segurar: para fazê-las sentir-se amadas, não tanto por mim, mas por Deus.

 

Vivi um ano maravilhoso. Um ano de vida em comum. Com pessoas excepcionais. Com Deus, ainda mais excepcional! A missão me ensinou a agradecer a Deus pelo tempo. Pelo lugar. Pelas crianças às quais me enviou!

 

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