"Para os jovens de hoje seria necessário um novo Dom Bosco"

Quinta, 21 Mai 2015 19:39 Escrito por  InfoANS/Zenit
"Para os jovens de hoje seria necessário um novo Dom Bosco" arquivo InfoANS
  Para os jovens de hoje seria necessário "um novo Dom Bosco", alguém que mostre que, para além da educação e da formação, há uma verdadeira atenção aos problemas da sua vida e das angústias da sua alma. Que mostre a ‘bondade («amorevolezza»)’ tão apregoada pelo Santo, declarou dom Enrico dal Covolo, alguém que entende muito bem dos jovens, após cinco anos à frente da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. Leia a seguir, uma parte da entrevista que dom Enrico concedeu à agência Zenit.


Zenit: qual traço da figura e da obra de Dom Bosco sempre o impressionou ou inspirou?

Dom Enrico: sobretudo as três palavras guias do Sistema Preventivo, isto é: “Razão, Religião e Bondade ('Amorevolezza')”. Redescobri-as gradualmente na sua inter-relação. Mas recentemente foi-me especialmente útil o magistério de Bento XVI, o qual recomendava a crentes e a não crentes cultivar rigorosamente uma razão que não se volte sobre si mesma, mas se dilate pelos espaços imensos da fé e do amor.
 

Zenit: Há 200 anos de nascimento de Dom Bosco, que diz a figura deste grande Santo, sobretudo aos jovens a quem se dirigia e aos quais reservava tão grande atenção?

Dom Enrico: Antes de tudo, sempre digo que precisaria “um novo Dom Bosco”, porque a situação dos jovens de hoje é tal que requer pessoas dotadas de um carisma como o do Santo. Precisaria mesmo que voltasse um Dom Bosco: não certamente com as características de 200 anos atrás, porque seria anacrônico (os tempos de fato mudaram muito, os desafios são diferentes, os jovens de hoje igualmente são muito diferentes…). Há, todavia, um elemento que, a meu ver, permanece perene na sua validade educativa. E é a famosa bondade (‘amorevolezza’), ‘ponta de diamante’ do Sistema Ppreventivo. Ou seja, aquela ideia de Dom Bosco que, se no centro do processo educativo não houver o coração, não se conseguirá nada. (…) Considero, além disso, ainda perfeitamente válido o ideal que Dom Bosco propunha aos seus meninos, isto é: o ideal do honesto cidadão e do bom cristão, que, em última análise, significa um projeto educativo total, de 360 graus.
 

Zenit: Estas afirmações provêm dos cinco anos de experiência como reitor da Pontifícia Universidade Lateranense?

Dom Enrico: certamente. E disso estou absolutamente convencido. Sobretudo vi confirmado que hoje não se pode pensar em uma formação puramente intelectualista. É necessário iniciar processos que tornem a educação muito mais global na sua intencionalidade. (…) Com os jovens, hoje, é necessário tutoria, acompanhamento pessoal, individual...


Zenit: Pode nos contar  alguma experiência concreta disso?

Dom Enrico: certamente. Um projeto interessante em andamento é o dos “Doze por Ele”, ou seja, 12 alunos leigos da Universidade Lateranense, prevalentemente da Faculdade de Direito Civil, que durante este ano prestarão um ou dois meses de serviço voluntário em zonas necessitadas do mundo. O objetivo ao qual nos propomos é certamente que esses jovens prestem um serviço. Mas, primeiramente, que tal experiência mude algo dentro deles, a fim de que possam tornar-se eficazes testemunhas da fé em Jesus Cristo (…). Depois, retornando à Universidade, deverão testemunhar sua experiência aos colegas. E julgo que esta será uma notável vantagem educativa.
 

A entrevista na íntegra de dom Enrico dal Covolo está disponível aqui.
 

InfoANS

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Última modificação em Sábado, 23 Mai 2015 11:37

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"Para os jovens de hoje seria necessário um novo Dom Bosco"

Quinta, 21 Mai 2015 19:39 Escrito por  InfoANS/Zenit
"Para os jovens de hoje seria necessário um novo Dom Bosco" arquivo InfoANS
  Para os jovens de hoje seria necessário "um novo Dom Bosco", alguém que mostre que, para além da educação e da formação, há uma verdadeira atenção aos problemas da sua vida e das angústias da sua alma. Que mostre a ‘bondade («amorevolezza»)’ tão apregoada pelo Santo, declarou dom Enrico dal Covolo, alguém que entende muito bem dos jovens, após cinco anos à frente da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. Leia a seguir, uma parte da entrevista que dom Enrico concedeu à agência Zenit.


Zenit: qual traço da figura e da obra de Dom Bosco sempre o impressionou ou inspirou?

Dom Enrico: sobretudo as três palavras guias do Sistema Preventivo, isto é: “Razão, Religião e Bondade ('Amorevolezza')”. Redescobri-as gradualmente na sua inter-relação. Mas recentemente foi-me especialmente útil o magistério de Bento XVI, o qual recomendava a crentes e a não crentes cultivar rigorosamente uma razão que não se volte sobre si mesma, mas se dilate pelos espaços imensos da fé e do amor.
 

Zenit: Há 200 anos de nascimento de Dom Bosco, que diz a figura deste grande Santo, sobretudo aos jovens a quem se dirigia e aos quais reservava tão grande atenção?

Dom Enrico: Antes de tudo, sempre digo que precisaria “um novo Dom Bosco”, porque a situação dos jovens de hoje é tal que requer pessoas dotadas de um carisma como o do Santo. Precisaria mesmo que voltasse um Dom Bosco: não certamente com as características de 200 anos atrás, porque seria anacrônico (os tempos de fato mudaram muito, os desafios são diferentes, os jovens de hoje igualmente são muito diferentes…). Há, todavia, um elemento que, a meu ver, permanece perene na sua validade educativa. E é a famosa bondade (‘amorevolezza’), ‘ponta de diamante’ do Sistema Ppreventivo. Ou seja, aquela ideia de Dom Bosco que, se no centro do processo educativo não houver o coração, não se conseguirá nada. (…) Considero, além disso, ainda perfeitamente válido o ideal que Dom Bosco propunha aos seus meninos, isto é: o ideal do honesto cidadão e do bom cristão, que, em última análise, significa um projeto educativo total, de 360 graus.
 

Zenit: Estas afirmações provêm dos cinco anos de experiência como reitor da Pontifícia Universidade Lateranense?

Dom Enrico: certamente. E disso estou absolutamente convencido. Sobretudo vi confirmado que hoje não se pode pensar em uma formação puramente intelectualista. É necessário iniciar processos que tornem a educação muito mais global na sua intencionalidade. (…) Com os jovens, hoje, é necessário tutoria, acompanhamento pessoal, individual...


Zenit: Pode nos contar  alguma experiência concreta disso?

Dom Enrico: certamente. Um projeto interessante em andamento é o dos “Doze por Ele”, ou seja, 12 alunos leigos da Universidade Lateranense, prevalentemente da Faculdade de Direito Civil, que durante este ano prestarão um ou dois meses de serviço voluntário em zonas necessitadas do mundo. O objetivo ao qual nos propomos é certamente que esses jovens prestem um serviço. Mas, primeiramente, que tal experiência mude algo dentro deles, a fim de que possam tornar-se eficazes testemunhas da fé em Jesus Cristo (…). Depois, retornando à Universidade, deverão testemunhar sua experiência aos colegas. E julgo que esta será uma notável vantagem educativa.
 

A entrevista na íntegra de dom Enrico dal Covolo está disponível aqui.
 

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