Dom Bosco não via o Papa apenas como chefe da Igreja, mas como verdadeiro pai espiritual. Sua obediência era absoluta e sua reverência, incondicional. Em suas palavras e escritos, não hesitava em proclamar: “Onde está o Papa, aí está a Igreja”. Mesmo quando surgiam ordens difíceis ou situações complexas, jamais questionava a autoridade do Vigário de Cristo.
A devoção de Dom Bosco não se restringia a sentimentos pessoais. Em tempos de ataques à figura do Papa, ele empunhou a pena como espada. Escreveu diversos panfletos e livros — como O católico instruído — para esclarecer os fiéis, defender o Magistério e rebater calúnias contra a Santa Sé. Sua fidelidade ao Papa Pio IX era tão conhecida que muitos o consideravam uma das vozes mais firmes em defesa do Papado no século XIX.
Nas casas salesianas, Dom Bosco cultivava entre os jovens um amor sincero ao Santo Padre. As orações diárias incluíam intenções pelo Papa, e os alunos eram incentivados a conhecer, respeitar e rezar por ele. Dom Bosco compreendia que a fidelidade ao Papa era um critério de fidelidade à própria fé católica.
Dom Bosco não era apenas um defensor distante do Papa. Teve contato direto com diversos Pontífices, sobretudo com Pio IX, que foi seu incentivador e amigo. Mais tarde, Leão XIII também viu em Dom Bosco um aliado, chegando a confiar-lhe missões de grande delicadeza política e diplomática. Este lhe solicitou a construção da Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Roma, que Dom Bosco executou com muita dedicação e esforço para angariar os meios necessários.
Mais do que uma postura institucional, a devoção de Dom Bosco ao Papa era uma escolha de fé, uma resposta consciente ao chamado de Cristo, que disse a Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Seu exemplo permanece atual. Em tempos de polarizações e dúvidas, Dom Bosco continua a lembrar aos cristãos que o amor e a fidelidade ao Papa são caminhos seguros de comunhão com Cristo e com a Igreja.