Memórias Biográficas: Dom Bosco cavaleiro?

Quarta, 15 Dezembro 2021 00:52 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
Dom Bosco recebeu uma carta da Régia Secretaria do Grão Magistério da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro com data de 11 de outubro de 1852. Era assinada pelo senador do Reino Cibrário que, algum tempo depois, quis conferir-lhe a Cruz de Cavaleiro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro... Conheça mais sobre essa história na coluna Memórias Biográficas!    

Dom Bosco recebeu uma carta da Régia Secretaria do Grão Magistério da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro com data de 11 de outubro de 1852 (cf. Memórias Biográficas, vol. IV, p. 438-9). Era assinada pelo senador do Reino Cibrário e pelo secretário do Grão Magistério. Esta carta comunicava que, em reconhecimento ao nobre e pio escopo dos Oratórios em benefício da juventude abandonada da capital, Sua Majestade acatava seus pedidos e concedia para o corrente ano uma subvenção de 300 liras…

 

Dom Bosco agradeceu, enquanto o Conde Cibrário lhe preparava uma agradável surpresa algum tempo depois. Como comprovante de benemerência, quis conferir-lhe a Cruz de Cavaleiro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro.

 

Dom Bosco não apreciava as honrarias deste mundo, embora fosse muito complacente em reconhecer e chamar com os títulos devidos seus benfeitores e outros personagens com quem devia tratar; é só conferir muitas de suas cartas.

 

Ao receber o envelope enviado por Cibrário, não o abriu na presença dos jovens. Pelos selos e por ter apertado com os dedos o volume, descobriu do que se tratava. Dirigiu-se ao Magistério da Ordem Mauriciana e apresentou-se ao conde. Agradeceu-lhe a honra conferida. Depois, explicou-lhe, com a mais delicada simplicidade que, para ele, não era conveniente aquela regalia. Dizia-lhe:

 

- Se, com esta cruz, o Governo pretende mostrar um sinal de agradecimento e de aprovação da obra que Dom Bosco instituiu em favor da juventude pobre de Turim, aceito com gratidão. Peço, porém, que o título de Cavaleiro seja substituído com uma subvenção para os meus jovens.

 

Cibrário insistia… e Dom Bosco: - Ouça, senhor conde, se eu fosse cavaleiro, as pessoas passariam a pensar que Dom Bosco não teria mais necessidade de auxílios. Veja, cruzes eu tenho um monte… e grandes. Em troca, dê-me algum dinheiro para comprar pão para os meus órfãos.

 

No fim, o conde concordou. O decreto não apareceu nos jornais. Na corte foi aprovada a caridade de Dom Bosco. A Ordem Mauriciana aprovou-lhe uma pensão de 500 liras anuais, que foi cumprida até 1885, sendo reduzida a 300 em 1886 e a 150 em 1887. A pensão acabou definitivamente em 1894, quando Dom Bosco já tinha falecido havia seis anos.

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

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Memórias Biográficas: Dom Bosco cavaleiro?

Quarta, 15 Dezembro 2021 00:52 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
Dom Bosco recebeu uma carta da Régia Secretaria do Grão Magistério da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro com data de 11 de outubro de 1852. Era assinada pelo senador do Reino Cibrário que, algum tempo depois, quis conferir-lhe a Cruz de Cavaleiro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro... Conheça mais sobre essa história na coluna Memórias Biográficas!    

Dom Bosco recebeu uma carta da Régia Secretaria do Grão Magistério da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro com data de 11 de outubro de 1852 (cf. Memórias Biográficas, vol. IV, p. 438-9). Era assinada pelo senador do Reino Cibrário e pelo secretário do Grão Magistério. Esta carta comunicava que, em reconhecimento ao nobre e pio escopo dos Oratórios em benefício da juventude abandonada da capital, Sua Majestade acatava seus pedidos e concedia para o corrente ano uma subvenção de 300 liras…

 

Dom Bosco agradeceu, enquanto o Conde Cibrário lhe preparava uma agradável surpresa algum tempo depois. Como comprovante de benemerência, quis conferir-lhe a Cruz de Cavaleiro da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro.

 

Dom Bosco não apreciava as honrarias deste mundo, embora fosse muito complacente em reconhecer e chamar com os títulos devidos seus benfeitores e outros personagens com quem devia tratar; é só conferir muitas de suas cartas.

 

Ao receber o envelope enviado por Cibrário, não o abriu na presença dos jovens. Pelos selos e por ter apertado com os dedos o volume, descobriu do que se tratava. Dirigiu-se ao Magistério da Ordem Mauriciana e apresentou-se ao conde. Agradeceu-lhe a honra conferida. Depois, explicou-lhe, com a mais delicada simplicidade que, para ele, não era conveniente aquela regalia. Dizia-lhe:

 

- Se, com esta cruz, o Governo pretende mostrar um sinal de agradecimento e de aprovação da obra que Dom Bosco instituiu em favor da juventude pobre de Turim, aceito com gratidão. Peço, porém, que o título de Cavaleiro seja substituído com uma subvenção para os meus jovens.

 

Cibrário insistia… e Dom Bosco: - Ouça, senhor conde, se eu fosse cavaleiro, as pessoas passariam a pensar que Dom Bosco não teria mais necessidade de auxílios. Veja, cruzes eu tenho um monte… e grandes. Em troca, dê-me algum dinheiro para comprar pão para os meus órfãos.

 

No fim, o conde concordou. O decreto não apareceu nos jornais. Na corte foi aprovada a caridade de Dom Bosco. A Ordem Mauriciana aprovou-lhe uma pensão de 500 liras anuais, que foi cumprida até 1885, sendo reduzida a 300 em 1886 e a 150 em 1887. A pensão acabou definitivamente em 1894, quando Dom Bosco já tinha falecido havia seis anos.

 

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

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