Para os jovenstudo isso parece, hoje mais do que nunca, fora do lugar: um amor de verão - dizem - isso nunca fez mal a ninguém. E seria verdadeiro, exceto pelo fato que pode deixar resultados e, sobretudo, criar um tipo de vício de viver a relação afetiva somente a curto prazo. No âmbito educacional, não importa se o namoro de verão se transformará pouco a pouco num amor duradouro: o que importa é desejar com honestidade que isso aconteça e comprometer-se com esse objetivo. Consigo mesmo, para que os sentimentos não sejam desperdiçados e atirados no lixo; com o outro/outra, para que possa perceber e convencer-se de que é uma pessoa especial, digna de atenção e respeito, e não apenas o preenchimento de um período de vida menos ocupado pelos compromissos e que se quer somente passá-lo agradavelmente.
Setudo isto é correto e aceitável, o verão pode então se tornar, para as famílias, a academia onde os garotos se preparam para viver a aprendizagem sentimental que consiste em educar-se para escolher as maneiras mais eficazes para amadurecer autênticas habilidades emocionais.
Tomandoeste caminho, é possível descobrir como, e talvez antes de um par improvisado, é essencial desenvolver outras formas de intercâmbio com seus pares: amizade, especialmente quando abre a progressiva descoberta da complementaridade entre os dois sexos, a participação de um grupo capaz de viver formas válidas de confronto e de coeducação; compartilhar projetos de solidariedade e voluntariado, que ajudam a perceber-se como indivíduos capazes de se doarem para os outros e oferecer a todos, jovens em primeiro lugar, importantes oportunidades de crescimento.
Nós e eles: Exatamente o tempo de um verão
Existem aqueles que se aproveitamda maior liberdade de que desfrutam nas suas férias para experimentar pequenas transgressões, talvez longe do controle vigilante dos pais, muitas vezes sentido como opressivo e sufocante.
Há quem, sob a bandeira de um certo consumismo dos sentimentos e das relações, vive os amores de verão com rapidez e com escasso investimento afetivo, bem conscientes de que se trata de uma aventura destinada a exaurir-se no tempo de poucas semanas, talvez até menos.
Há quem, nos pequenos flertes de verão, tem o desejo de sentir-se diferente, talvez mais ousado e desinibido daquilo que é na vida cotidiana, quem sabe uma vontade irresistível de fugir de uma rotina entendida como monótona e pouco gratificante. Ou, então, há os que estão convictos de ter encontrado o amor verdadeiro, para depois ficar decepcionados e frustrados ao constatar que a relação, uma vez que cada um retorna à própria cidade e compromissos, luta para superaras dificuldades associadas à distância e, não raramente, se mostra muito mais frágil e inconsistente do que se acreditava. Para não falar de todos os mal-entendidos e incompreenções que surgem quando a história for encarada e vivida, de um lado ou de outro, com objetivos e expectativas diferentes.
O que é certo é que, quase sempre, o espírito com o qual se controi os amores de verão é muito superficial e mais desprendido que o normal. Mas férias do estudo equivalem a férias da seriedade e dos próprios valores? Férias do respeito por si mesmo e pelos outros?
É relativamente fáciljogar-se de cabeça numa aventura puramente emocional no verão, sem pedir muitos problemas para o futuro e sem forte investimento emocional, com consciência que se trata de amor "com a data de validade", destinado a durar apenas o tempo do verão. O que torna difícil e bela uma relação de amor é o esforço para construir a relação no dia a dia, na vida cotidiana, aprofundando cada vez mais o conhecimento mútuo e tentando tornar especial e extraordinário até o banal e comum.
Por isso, éimportante para todo adolescente aprender a não confundir paixão momentânea, talvez ampliada pelo contexto de umas férias românticas e despreocupadas, com amor verdadeiro e duradouro e educar-se para a afetividade madura diária, responsável e exigente, que se esforça para superar os limites um pouco angustiantes de uma paixão de verão, para ficar à altura de sentimentos e expectativas mais autênticos e profundos.
Artigo originalmente publicado em Bollettino Salesiano – Itália, em junho de 2012. Tradução: Elaine Tozetto