Todos os peregrinos com e sem deficiência terão acesso garantido aos atos centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013. O Comitê Organizador Local (COL) está montando uma estratégia para garantir que as pessoas com deficiência tenham acesso mais fácil aos eventos, em Copacabana e em Guaratiba. A estrutura foi apreciada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos durante reunião.
Uma empresa especializada foi contratada para montar a estrutura em Copacabana. Em Guaratiba, haverá uma área adaptada para os principais tipos de deficiência: visual, auditiva, intelectual e motora (cadeirantes). Segundo a responsável pelas pessoas com deficiência em Guaratiba, Simone Macdowell, serão 23 mil m2 reservados dentro de uma área total de um milhão de m2.
O espaço em Guaratiba comporta 6.514 pessoas com deficiência, incluindo acompanhantes. O cálculo foi feito considerando-se que, pela realização de uma vigília no local, haverá espaço para pessoas deitadas. Na área reservada vai haver tradução em libras em um telão para os surdos, áudio-descrição para cegos, pisos em floor para cadeirantes e 40 banheiros adaptados. Na rota de chegada até o local da vigília também haverá cerca de 20 banheiros adaptados. Os cães-guia terão vasilhas para comida e bebida e sacos biodegradáveis para as fezes.
“Como o terreno é muito grande, não teremos como montar essa estrutura em todo o espaço, que seria o ideal. Mas mesmo tendo essa estrutura, eles não terão obrigatoriamente de ficar nesse local. Vamos ter tudo isso para atendê-los nessa área, mas se eles quiserem ficar com o grupo deles em outra área, fica a critério da pessoa com deficiência”, detalhou Simone.
Além disso, os cadeirantes poderão solicitar, no ato da inscrição, hospedagem em um alojamento especial adaptado na zona Sul do Rio de Janeiro para facilitar a ida à Copacabana. Se eles desejarem, serão conduzidos em um veículo até Guaratiba.
Legado Social
Para o coordenador geral de acessibilidade da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Sérgio Paulo Nascimento, o projeto da Jornada contempla bem as necessidades das pessoas com deficiência.
“Nós ficamos bem impressionados com a preocupação que houve com a Jornada de que os serviços disponíveis, as hospedagens e os locais tivessem suporte para pessoas com deficiência”, destacou. Segundo Sérgio Paulo, foram dadas algumas sugestões sobre a comunicação e a integração com outras pessoas. “Na Jornada, que tem o espírito de valorização de todas as pessoas, existe também a preocupação de incluir para que todas as pessoas se sintam parte dos eventos”, completou.
A preocupação com a acessibilidade será um legado social da Jornada, de acordo com Solange Maria Ferreira, coordenadora geral de promoção dos direitos da pessoa com deficiência da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. “Um evento desse tamanho vai aparecer muito essa questão e vai divulgar as necessidades de adequação. É a questão do legado; o que vai ficar muito é isso”, destacou.
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