No mês de junho o calendário litúrgico salesiano relembra duas memórias: dos bem-aventurados Francisco Keşy, leigo, e de seus quatro companheiros mártires; e de São José Cafasso. Conheça um pouco da história desses homens:
12 de junho - bem-aventurados Francisco Kesy, leigo, e quatro companheiros mártires
Czesław Jóźwiak, Edward Kaźmierski, Franciszek Kęsy, Edward Klinik e Jarogniew Wojciechowski eram cinco jovens do oratório salesiano de Poznań, na Polônia, unidos no martírio (24 de agosto de 1942) e na beatificação (13 de junho de 1999, em Varsóvia). Eram animadores do oratório, apaixonados por música, teatro, esporte, empenhados na catequese, unidos por uma intensa vida espiritual. Em setembro de 1940, foram, durante a ocupação nazista, presos e acusados de pertencer a uma organização ilegal. Edward Klinik, primeiro a ser preso, escreveu à mãe: “Por mim pode ficar tranquila: vou para o combate da vida com intensa Fé. Sei que Aquela, à cuja proteção me entreguei fazendo-me um seu cavaleiro, vigia por mim e nunca me abandonará”. Presos também os demais, partilharam durante meses a experiência das humilhações e da tortura, sustentados por uma fé firme e decidida, por uma intensa devoção a Maria e por uma fraterna amizade.
Condenados sem processo regular, sem possibilidades de defesa, e, pior, por motivos que não justificavam a pena de morte, deram um exemplo heroico de Fé e de Vida cristã. Tinham-nas absorvido no oratório salesiano, de Poznań, e da Fé hauriram a força de aceitar com serenidade a “vontade de Deus”, até perdoar aos seus supliciadores, segundo o mais genuíno espírito do Evangelho.
Os Cinco Jovens Mártires são um modelo para tantos jovens que ainda hoje, em não poucos lugares do mundo, sofrem por causa da sua Fé cristã. Mas para todos os jovens são verdadeiros companheiros de vida, indicando-lhes as árduas – mas fascinantes – metas da santidade. Da santidade juvenil.
23 de junho - São José Cafasso
Também neste ano sua ocorrência cai em um dia de domingo; nessa data recorda-se “uma pérola do clero italiano”, sinal de uma extraordinária capacidade de acolhença, compreensão e misericórdia, brilhante figura de sacerdote, mestre e formador de sacerdotes, entre os quais Dom Bosco, que o teve como diretor Espiritual por 25 anos (1835-1860): antes como clérigo, depois como padre e, por fim, como fundador. As opções fundamentais de Dom Bosco tiveram como conselheiro e guia São José Cafasso. José Cafasso não formou em Dom Bosco um discípulo “à sua imagem e semelhança”; e Dom Bosco não copiou José Cafasso: imitou-o nas virtudes humanas e sacerdotais – definindo-o “modelo de vida sacerdotal” –, mas segundo os seus pessoais dons e a própria peculiar vocação: um sinal da sapiência do mestre espiritual e da inteligência do discípulo. O primeiro não se impôs ao segundo, respeitou-o na sua personalidade e o ajudou a ler qual fosse a vontade de Deus a seu respeito.
Cafasso não fundou institutos religiosos: sua “fundação” foi a “escola de vida e de santidade sacerdotal” que realizou, com o exemplo e o ensinamento, no “Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis”, em Turim. O seu segredo era simples: ser um homem de Deus; fazer, nas pequenas ações cotidianas, “o que pode ser da maior glória de Deus e de vantagem para as almas”. Amava inteiramente a Deus; era animado de fé arraigadíssima e sustentado por uma profunda e prolongada oração. Vivia uma sincera caridade para com todos. Conhecia a teologia moral, mas conhecia outrossim as situações e o coração do povo, de cujo bem se encarregou, como o bom pastor. Quantos tinham a graça de lhe estar perto viam-se transformados em outros tantos bons pastores e em válidos confessores. Indicava com clareza a todos os sacerdotes a santidade por alcançar exatamente no ministério pastoral.
A memória litúrgica de São José Cafasso é um chamado a todos para intensificar o caminho rumo à perfeição da vida cristã, à santidade. Recorda especialmente aos sacerdotes a importância de dedicar tempo ao Sacramento da Reconciliação e à Direção espiritual.
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